Abuso policial alimenta ciclo de violência no Brasil, diz ONG internacional
O relatório global anual da ONG internacional de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch crítica o abuso de violência por forças de segurança do Brasil e diz que ele alimenta o ciclo de violência no país.
"Problemas de direitos humanos crônicos afligem o sistema jurídico do Brasil, incluindo execuções extrajudiciais, superpopulação prisional, e tortura e maus tratos a detentos", diz o capítulo sobre o Brasil publicado no relatório da HRW.
Segundo o estudo, algumas das medidas mais recentes tomadas pelo governo tentam lidar com estes problemas, mas outros podem exacerbá-los, avalia, citando o programa que acelera julgamentos como exemplo do primeiro e a lei antiterrotismo como exemplo do segundo.
O relatório trata da violência generalizada no país, e diz que ela está associada a abusos da polícia. O texto diz que 3.345 pessoas foram mortas pela polícia em 2015, e que parte dessas mortes se dá através de execuções ilegais.
"A tortura e as execuções extrajudiciais pela polícia contribuem para o ciclo da violência no Brasil, debilitando a segurança pública e colocando em risco as vidas dos policiais", diz.
O relatório evidencia algo que é facilmente perceptível na avaliação da imagem internacional do Brasil. A violência com que a polícia age contra os cidadãos é um dos mais fortes estereótipos do país no exterior, e aparece com destaque frequente na imprensa de estrangeira.
Segundo a avaliação da entidade, os assassinatos por parte da polícia faz com que membros de grupos criminosos sejam menos propensos a se entregar e os motiva a tentar matar policiais quanto têm a chance.
"As execuções também diminui a probabilidade de as comunidades denunciarem crimes à polícia", diz.
A análise faz parte do relatório de quase 700 páginas sobre a situação dos direitos humanos em 90 países.
A HRW avalia de forma constante a situação dos direitos humanos no Brasil, e tem publicado textos frequentes criticando especialmente a situação das prisões brasileiras.
Além da violência policial, o capítulo que trata do Brasil no relatório anual aborda a situação das prisões brasileiras, os direitos das crianças e adolescentes, ações contra o terrorismo, liberdade de expressão na internet, privacidade, direitos das mulheres, direitos dos deficientes, orientação sexual e identidade de gênero, direitos trabalhistas, violência rural, confronto de abusos da época da ditadura e relações internacionais.
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