Explicar o Brasil ao mundo é um dos 10 desafios de política externa do país
O momento histórico vivido pelo Brasil em meio às crises política e econômica que assolam o país é único, muda a realidade dos objetivos da diplomacia nacional e precisa ser traduzido para o mundo. Fazer com que estrangeiros entendam o que se passa no país é um dos maiores desafios da política externa brasileira em 2017, segundo o cientista político Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da FGV e membro não residente do Instituto Global de Política Pública (GPPi), em Berlim.
Em um artigo publicado no seu site "Post Western World", Stuenkel listou os 10 principais desafios da diplomacia brasileira neste momento de crise, em que evitar o declínio do país se tornou prioridade. Ele inclui esta questão da imagem do país como 4º ponto da lista.
Segundo ele, a Lava Jato alterou a forma como a política e os negócios funcionam no Brasil, "possivelmente mudando para sempre a tolerância com a corrupção". Apesar de ser algo importante, isso "paralisou temporariamente alguns atores-chave, que precisam aprender como se envolver de forma apropriada, com consequências de curto prazo negativas", avalia.
"A política externa brasileira precisa mostrar a observadores internacionais que isso é, acima de tudo, um desenvolvimento positivo, já que vai fazer com que o Brasil se torne mais moderno, transparente e democrático. Apenas se isso for comunicado de forma bem-sucedida, investidores de todo o mundo vão ajudar o Brasil a se recuperar da sua pior recessão na história", explica.
Além de explicar o Brasil atual aos estrangeiros, Stuenkel diz que a diplomacia brasileira tem como desafios: Ajudar a acelerar a recuperação econômica do Brasil; desenvolver uma estratégia regional de longo prazo em relação à Venezuela; administrar as consequências da corrupção em escala global; preparar o país para um mundo mais centrado na Ásia; desenvolver uma estratégia para lidar com a violência doméstica; recuperar a voz do Brasil em questões globais de segurança; lidar com desafios crescentes no ciberespaço; fortalecer os Bric; e continuar trabalhando para reformar as instituições internacionais.
"A política externa do Brasil sob seus três presidentes anteriores — Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff — foi formada, apesar de alguns passos atrás e acima de tudo, por desafios na administração da ascensão do Brasil e sua transformação em um ator moderno e visível globalmente. O governo interino de Michel Temer, ao contrário, busca impedir o declínio do Brasil enquanto a maior economia da América Latina entra o que pode se tornar o quarto ano seguido com crescimento negativo ou próximo de zero", explica.
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