Matthew Taylor: Prisão de Cunha indica que Lava Jato não persegue só o PT
A prisão do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha é um momento marcante para a Operação Lava Jato, segundo o professor da American University, em Washington, DC Matthew M. Taylor.
Em um comentário publicado no site do think tank Council on Foreign Relations, Taylor avaliou a decisão de Moro como "ponto de virada" da investigação sobre corrupção.
"A prisão de Cunha oferece uma correção importante e tardia à narrativa de que a investigação é uma caça às bruxas política contra o ex-presidente Lula e seu Partido dos Trabalhadores", avalia Taylor.
Segundo ele, a decisão também é uma resposta ao Supremo Tribunal Federal, que fracassou na tentativa de agir contra Cunha enquanto ele era deputado.
"A prisão vai ter um imenso impacto político em Brasília, já que Cunha vai estar sobre forte pressão para aceitar uma negociação que permita reduzir seu tempo de prisão", complementa.
Taylor é professor da American University, em Washington, DC. e autor de vários estudos internacionais sobre democracia e corrupção no Brasil, como "Corruption and Democracy in Brazil: The Struggle for Accountability" (Corrupção e democracia no Brasil: a luta por fiscalização), e "Judging Policy: Courts and Policy Reform in Democratic Brazil" (Julgando política: Tribunais e reforma política no Brasil democrático).
Ele acompanha de perto a política brasileira e avalia a situação da democracia brasileira em artigos e textos de opinião publicados pelo Council of Foreign Relations.
Em entrevista concedida ao autor deste blog Brasilianismo logo após a votação do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara, em abril, ele disse que o processo era legítimo, mas que o impeachment geraria um dos maiores estresses na democracia do Brasil em sua história.
Sua crítica era direcionada especialmente aos deputados, então liderados por Cunha.
"Precisamos separar o processo institucional dos atores políticos. O processo tem legitimidade, mesmo que muitos dos atores, não. Mesmo Cunha, com todos os seus problemas, seguiu as regras institucionais. Os políticos podem ser execrados, mas o processo foi correto", disse, na ocasião.
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