'Deutsche Welle': Europa vê 'insurreição de hipócritas' no impeachment
O site em português da rede alemã de notícias "Deutsche Welle" fez um grande balanço da cobertura do impeachment de Dilma Rousseff na imprensa europeia. Segundo o portal, a mídia estrangeira fala sobre carnaval e "insurreição de hipócritas" na votação do impeachment.
Leia abaixo alguns trechos traduzidos e selecionados pela "DW"
"Der Spiegel" – Numa análise assinada pelo correspondente Jens Glüsing e intitulada "A insurreição dos hipócritas", o site da revista afirma que o Congresso brasileiro mostrou sua "verdadeira cara" e, com o uso de meios "constitucionalmente questionáveis", colocou o "avariado navio Brasil" numa "robusta rota de direita".
"Die Zeit" – O site do semanário alemão afirma que a votação na Câmara "mais parecia um carnaval" e que uma pessoa desavisada que visse a sessão não poderia ter ideia da gravidade da situação. "Nesse dia decisivo para o destino político da sétima maior economia do mundo, o que se viu foram horas de deputados aos berros, que se abraçavam, tiravam selfies e entoavam canções", relata o correspondente Thomas Fischermann.
"Süddeutsche Zeitung" – O diário alemão destaca que "inúmeros parlamentares que impulsionaram o impeachment de Dilma são, eles próprios, alvos de processos por corrupção". O correspondente Benedikt Peters lembra que o processo contra Rousseff é controverso e é considerado político. "Contra Dilma nenhum ato de corrupção foi comprovado."
"The Guardian" – O jornal britânico fala sobre um Congresso "hostil e manchado pela corrupção" votou pelo impedimento da presidente. "Uma derrota esmagadora", afirma o jornal, que também destaca a votação no plenário. "O ponto mais baixo foi quando Jair Bolsonaro, o deputado de extrema direita do Rio de Janeiro, dedicou seu voto a Carlos Brilhante Ustra, o coronel que comandou a tortura do DOI-Codi durante a era ditatorial", e levou "uma cusparada do deputado de esquerda Jean Wyllys".
"El País" – O jornal espanhol diz que a aprovação do impeachment era mais do que esperada e que Dilma "está a um passo" de ser tirada do poder. "Dilma Rousseff recebeu um empurrão, talvez definitivo, para sair da presidência do Brasil pela porta de trás da história", diz o artigo. "Uma derrota completa para o governo e Rousseff."
"Le Monde" – O jornal francês destaca a "descida ao inferno de Dilma Rousseff", dizendo que até as últimas horas "ela acreditou" no voto dos 54 milhões de brasileiros que a elegeram em 2014. O jornal diz que o marketing do governo sobre a prática de "golpe" contra a presidente não teve sucesso, apesar de boa parte dos deputados favoráveis ao impeachment também serem acusados de corrupção.
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