No 'Guardian', intelectuais estrangeiros tratam impeachment como 'golpismo'
Menos de um mês depois do manifesto assinado por acadêmicos estrangeiros, e aprovado como documento oficial da conferência do grupo de brasilianistas da Brazilian Studies Association (Brasa), uma nova declaração de intelectuais de outros países critica o processo de impeachment no Brasil.
Em carta publicada pelo jornal britânico "The Guardian", um grupo de 19 pensadores e artistas com atuação fora do país diz que o processo para retirar Dilma Rousseff da Presidência não é democrático.
"Estamos extremamente preocupados com os contínuos esforços de partes da direita do Brasil para desestabilizar – e por fim retirar do poder – o governo eleito e constitucional", diz o texto.
"Esta campanha envolveu pedidos e 'mudança de regime' pela retirada da presidente antes do fim do seu mandato. Estas incluíram até mesmo pedidos abertos aos militares para realizar um golpe de Estado", diz.
A carta é assinada por acadêmicos, artistas e políticos britânicos. A lista inclui nomes como o produtor musical Brian Eno, o diretor de estudos brasileiros da Universidade Middlesex, Francisco Dominguez, três parlamentares britânicos, um diretor da União Nacional dos Professores da Inglaterra, Kevin Courtney e a professora Julia Buxton, da Central European University.
O texto fala ainda de uma campanha contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e diz que sindicatos brasileiros denunciaram agressões físicas contra quem apoia o governo.
"Nos opomos a esta tentativa golpista, ecoamos o apoio dado pela Unasul ao Brasil e defendemos a democracia brasileira", finaliza a carta.
Apesar de ser a segunda declaração internacional contra o impeachment de Dilma, e de haver um forte movimento internacional que acredita em perfil pouco democrático do processo contra a presidente, não se pode dizer que a opinião é unânime. Uma evidência disso é o fato de que o debate sobre o manifesto aprovado na Brasa acabou com oposição de alguns membros da associação e com o rompimento de outros que discordaram do texto aprovado.
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