Brasilianistas criam manifesto contra 'ameaça à democracia' do país
Um grupo de estrangeiros que estudam o Brasil em universidades do exterior criou um manifesto na internet contra o que veem como uma "séria ameaça" à democracia brasileira na realidade política atual do país.
"Nós abaixo assinados, acadêmicos, estudantes e pesquisadores especialistas em estudos latino-americanos vivendo e trabalhando nos Estados Unidos, Europa e outras partes do mundo, estamos alarmados com a situação política no Brasil, que gera uma séria ameaça à democracia", diz o texto publicado na internet.
O manifesto foi criado pelo brasilianista James N. Green, que recentemente deu uma entrevista à rede BBC apontando a possibilidade de impeachment como uma ameaça à democracia. Green é um dos principais estudiosos da relação entre Estados Unidos e Brasil durante o regime militar, e é um dos responsáveis por mostrar que houve uma oposição à ditadura brasileira em setores da academia e das artes nos EUA – em manifestos semelhantes ao que ele coloca no ar agora. Sob este ponto de vista, o olhar externo é importante para poder colocar luz sobre a realidade do país.
O documento conta com a assinatura de mais de 1.300 pessoas, incluindo 51 acadêmicos estrangeiros que estudam a América Latina. Ele foi lançado em 24 de março e é endereçado ao "povo brasileiro". Entre os que subscrevem o documento, estão intelectuais dos EUA, da França, do México e de Portugal. Também há brasileiros, como o historiador Sidney Chalhoub, que atualmente leciona na Universidade Harvard.
Segundo o texto, ainda que o combate à corrupção seja legítimo e necessário para melhorar a democracia brasileira, "no clima político atual, há sério risco de que a retórica anticorrupção esteja sendo utilizada para desestabilizar um governo recém-eleito democraticamente, agravando a séria crise política e econômica do país".
"Hoje, todos os que acreditam em um Brasil democrático precisam se pronunciar contra essas medidas arbitrárias que ameaçam erodir o progresso feito nas últimas três décadas", diz.
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