Prisão de banqueiro ofusca a de senador em primeiras análises no mundo
As primeiras reportagens na imprensa internacional sobre o avanço da Operação Lava Jato parecem dar um destaque maior à prisão do banqueiro André Esteves de que à do senador e líder do governo, Delcídio Amaral.
Ainda são relativamente poucas as notícias mais aprofundadas no resto do mundo a respeito das prisões. Os primeiros relatos nos principais jornais do mundo foram escritos por agências de notícias, como Reuters e Associated Press, e estão mais presos ao fato em si do que em análises sobre o que as prisões representam ou quais serão suas consequências. Isso é normal. A imprensa internacional tradicionalmente reage de forma mais lenta na cobertura de notícias do Brasil, então as reportagens mais aprofundadas devem surgir nos próximos dias.
Quem reagiu rapidamente foram os veículos internacionais de economia, onde a prisão do banqueiro e seus efeitos nas finanças recebem grande destaque.
Para o jornal de economia "Financial Times", a prisão mais relevante na Lava Jato foi a de Esteves, que é chamado de "estrela" pela publicação.
"O banqueiro bilionário foi uma estrela do 'boom' brasileiro na primeira década do século, transformando o seu Grupo BTG Pactul no maior banco de investimentos independente do Brasil e construindo uma fortuna estimada pela 'Forbes' em US$ 2,5 bilhões", diz o jornal.
O "FT" cita a prisão do senador e ressalta que não há detalhes sobre as acusações contra Esteves, mas que ele fazia negócios com a Petrobras, que é foco das investigações.
A rede de finanças "Bloomberg" deu destaque à queda das ações do BTG na Bolsa, além dos avanços da Lava jato.
"A prisão de Esteves, a figura de maior destaque em finanças do Brasil, leva a investigação na Petrobras a um novo nível e mostra a profundidade e o fôlego de um escândalo que está englobando o establishment político e corporativo do Brasil", diz um analista entrevistado pela reportagem.
A prisão de Esteves ganhou destaque também na revista "Forbes", que comparou o caso com escândalos com bancos nos Estados Unidos.
"Esteves, que tem patrimônio estimado em US$ 1,5 bilhão, dirige o BTG Pactual. Ironicamente, o BTG era descrito em forma de brincadeira como 'Better Than Goldman' [melhor do que Goldman], em referência ao Goldman Sachs. Mas agora o banco vai ser conhecido pelo escândalo e por corrupção no Brasil, que agora vai fazer do banco um saco de pancadas para os que fazem oposição ao capitalismo, assim como o Goldman Sachs foi para os manifestantes do Occupy Wall Street", diz a reportagem.
As principais publicações do mundo, como o "New York Times", publicaram os primeiros relatos com informações de agências de notícias.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.