Obama diz que EUA consideram Brasil uma potência global
Reportagem publicada no portal "Opera Mundi" destaca fala do presidente norte-americano Barack Obama durante entrevista coletiva pela visita da brasileira Dilma Rousseff a Washington, DC.
Uma repórter da Globo News fez uma pergunta sobre a forma como o Brasil é visto nos EUA, e foi corrigida pelo presidente americano.
"O Brasil se vê como um ator global e liderança no cenário mundial, mas os EUA nos veem como uma potência regional. Como você concilia essas duas visões?", perguntou a jornalista
Obama contestou a pergunta: "Responderei em parte a pergunta que você acabou de fazer à presidente. Não enxergamos o Brasil como uma potência regional, mas como uma potência global", declarou.
Do "Opera Mundi": "O presidente norte-americano prosseguiu com a resposta, dizendo que o Brasil é uma economia importante e que será decisivo durante as negociações da Conferência do Clima, marcada para o fim do ano em Paris. Sem se aprofundar, afirmou ainda que os EUA "não atingirão sucesso" em temas como saúde global e contenção do terrorismo, por exemplo, sem a ajuda brasileira. 'Todos os países importantes precisam estar envolvidos nesse processo, e nós consideramos o Brasil um parceiro indispensável nesses esforços', finalizou."
No discurso, é natural que os Estados Unidos aceitem a aspiração brasileira à posição de potência global. E claro que o Brasil é um parceiro importante dos EUA na região e no mundo. Para os principais pesquisadores da relação entre os dois países, entretanto, está bem claro que o governo norte-americano costuma creditar ao Brasil a posição de liderança na América Latina, atuando na região, sem considerar muito os posicionamentos do país em questões fora do continente.
Esta é a imagem internacional do Brasil na diplomacia americana: um país amigo, com uma relação que oscila entre uma maior proximidade e um certo distanciamento, mas que é sempre visto como um parceiro importante. É uma imagem muito boa, diga-se – especialmente considerando que os Estados Unidos têm disputas sérias com muitos países no mundo. A questão é que os diplomatas americanos conhecem bem a importância regional e as aspirações do país de ser uma potência global, então nada mais natural de que dar um apoio público, reconhecendo esta posição durante um encontro entre as duas principais lideranças dos dois países.
Claro que a posição pública de Obama, de endossar a posição de liderança global, é importante para o Brasil. Ela mostra que os EUA estão de fato interessados em ajudar o país a sair da crise e que querem aprofundar as parcerias que os dois países têm – criar um momento de maior proximidade na histórica amizade entre os países. Seria exagero, entretanto, pensar a declaração do presidente como uma comprovação de um status internacional que o Brasil busca, mas que ainda não foi totalmente reconhecido pelo resto do mundo, nem pelos americanos.
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