Polícia – Brasilianismo http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br Daniel Buarque é jornalista e escritor com mestrado sobre a imagem internacional do país pelo Brazil Institute do King's College de Londres. Fri, 31 Jan 2020 12:20:22 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Indulto de Bolsonaro piora imagem externa de violência policial do Brasil http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/12/24/indulto-de-bolsonaro-piora-imagem-externa-de-violencia-policial-do-brasil/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/12/24/indulto-de-bolsonaro-piora-imagem-externa-de-violencia-policial-do-brasil/#respond Tue, 24 Dec 2019 18:22:00 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=6180
A decisão do presidente Jair Bolsonaro de conceder indulto natalino a agentes de segurança pública que tenham cometido crimes culposos teve repercussão na imprensa internacional. A medida pode ser associada a um fortalecimento da imagem negativa de violência policial já muito ligada à forma como o país é visto de fora.

Segundo uma reportagem da agência de notícias Associated Press publicada em vários veículos, o indulto foi concedido apesar de Bolsonaro ter declarado que não concederia este tipo de perdão de penas de criminosos.

“A medida é controversa porque assassinatos extrajudiciais pela polícia brasileira algumas vezes foram equivocadamente classificadas como defesa pessoal”, diz a reportagem.

Reforça ainda mais essa percepção externa o fato de que menos de uma semana antes do anúncio do indulto, o jornal americano The New York Times publicou uma reportagem longa sobre os grupos de extermínio que atuam por todo o país –muitos deles formados por milícias e policiais.

Segundo o New York Times, as milícias policiais “operam nas sombras da repressão do governo brasileiro” e assassinatos são “estimulados pelo presidente Jair Bolsonaro e por sua afirmação de que criminosos devem morrer como baratas”.

Desde o início do governo de Bolsonaro, o aumento do número de mortes em ações policiais tem chamado a atenção no resto do mundo.

Projetos como a lei anti crime foram criticados internacionalmente, e o governo foi criticado na mídia estrangeira por querer “proteger policiais que matam”.

Além disso, a morte de nove pessoas pisoteadas após uma ação policial em Paraisópolis também deu grande visibilidade mundial a esta imagem negativa do país.

“Bolsonaro, que foi eleito com uma plataforma de defesa da lei e da ordem, prometeu defender policiais e disse que quem atira em criminosos deveria receber medalhas em vez de enfrentar processos legais”, diz a reportagem da AP sobre o indulto.

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Mortes em Paraisópolis confirmam imagem internacional de violência policial http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/12/02/mortes-em-paraisopolis-confirmam-imagem-internacional-de-violencia-policial/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/12/02/mortes-em-paraisopolis-confirmam-imagem-internacional-de-violencia-policial/#respond Mon, 02 Dec 2019 12:42:33 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=6143

“Violência policial é uma das mais fortes imagens do Brasil no exterior”

A frase era o título de um post deste blog Brasilianismo exatamente quatro anos atrás, em 2 de dezembro de 2015. Ela volta a ganhar força em 2019, se mantendo como um dos mais marcantes estereótipos do país no resto do mundo.

O texto original falava sobre a repercussão internacional do caso de cinco jovens que haviam sido fuzilados com mais de cem tiros em Costa Barros, no Rio.

Depois de quatro ano, de mudanças radicais na política nacional, e de novos recordes de assassinatos por parte da polícia (especialmente no Rio de Janeiro), o estereótipo de polícia violenta volta a se mostrar consolidado na imagem internacional do Brasil.

Prova disso é a repercussão internacional da morte de nove pisoteadas após ação policial em festa na favela de Paraisópolis. Relatos sobre o caso ganharam destaque quase de imediato em jornais internacionais, com muitas imagens compartilhadas pelos próprios jovens, com alertas para “fotos e vídeos impactantes”, conforme relata o colunista da Folha Nelson de Sá.

Isso confirma o que já vem aparecendo regularmente na mídia global, em relatos de aumento no registro de mortes por parte da polícia e casos chocantes em que crianças são vítimas. Tudo isso chega até mesmo a ser chamado de “genocídio”, como fez o jornal Le Monde em relação ao que acontece no Rio.

Em 2015, o Brasilianismo já dizia que quase todas as semanas era possível ler relatos na imprensa internacional a respeito das violações aos direitos humanos e a brutalidade dos agentes de segurança, que em contrapartida são vistos como incapazes de diminuir a enorme onda de violência que assusta a sociedade. Isso continua sendo verdade na repercussão de notícias internacionais sobre o Brasil.

Se agora há quem fale em “genocídio”, quatro anos atrás a mídia internacional tratava a violência policial como “epidemia”,como fez a revista Foreign Policy. Os policiais já eram associados a “assassinatos em série” pela revista The Economist. Já foi dito que é uma força policial “rápida no gatilho”. Já se comparou a ações de terror, e não são raras as definições como “fora de controle” para a violência policial.

Ainda em 2015, um relatório da ONG Anistia Internacional indicava que a polícia brasileira e autoridades ligadas ao governo usavam a ideia de legítima defesa como “cortina de fumaça” para encobrir execuções extrajudiciais praticadas por agentes de segurança pública.

Essa percepção ganhou mais relevância com o governo de Jair Bolsonaro, que recentemente foi criticado no exterior por defender uma lei para proteger policiais e soldados que matam.

A má fama da polícia brasileira é muito detalhada no livro “Culture Shock! A Survival Guide to Customs and Etiquette: Brazil” (Choque cultural! Um guia de sobrevivência sobre costumes e etiqueta: Brasil), escrito pelo austríaco Volker Poelz e publicado em 2009.

“A polícia brasileira tem uma má reputação, o que infelizmente não é desmerecido. Apesar de haver muitos policiais honestos que trabalham duro, policiais brasileiros estiveram envolvidos com o crime organizado, venda de drogas, lavagem de dinheiro e venda de armas e muitos outros crimes violentos. Como os policiais são praticamente imunes, é quase impossível processar os suspeitos”, diz.

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Imprensa internacional diz que Bolsonaro quer proteger policiais que matam http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/11/22/imprensa-internacional-diz-que-bolsonaro-quer-proteger-policiais-que-matam/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/11/22/imprensa-internacional-diz-que-bolsonaro-quer-proteger-policiais-que-matam/#respond Fri, 22 Nov 2019 10:42:03 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=6114

A imprensa brasileira noticiou desde a tarde de quinta-feira (22) que o presidente Jair Bolsonaro enviou ao Congresso um projeto de lei para isentar de punição militares e policiais que cometerem excessos durante operações de garantia da lei e da ordem.

A medida ganhou destaque na imprensa internacional, que traduziu o projeto de forma bem direta: “Presidente do Brasil envia a legisladores lei para proteger policiais e soldados que matam”, como no título no site da rede americana Fox News.

Ligada à direita dos Estados Unidos e tradicionalmente associada à defesa do presidente Donald Trump, a Fox News ressalta que a proposta foi enviada “em meio a um aumento de assassinatos pela polícia em todo o país”.

A violência policial já é uma das mais fortes imagens do país no resto do mundo, e a atenção internacional em relação a este tipo de ação tem crescido neste ano, especialmente sobre casos no Rio de Janeiro.

Casos como mortes de crianças, como Ágatha Félix, morta por um tiro disparado pela polícia, dão rosto e aumentam a visibilidade dessa violência policial que pior a reputação internacional do Brasil.

Vários outros veículos da imprensa internacional publicaram a notícia sobre o projeto de Bolsonaro com título semelhante sobre a impunidade para policiais. Várias usam um despacho da agência de notícias Reuters sobre a proposta.

A agência explica que a proposta reduziria as sentenças e até ofereceria proteção judicial a policiais que matam em situações que eles enfrentem agressão injusta ou iminente, incluindo abordagem a pessoas armadas.

Reportagem da Folha explica que o anúncio foi feito durante o lançamento da Aliança pelo Brasil, partido que o presidente quer criar e que tem como pilares um forte apelo ao discurso religioso, a defesa do porte de armas e o repúdio ao socialismo e ao comunismo. A ideia da proposta é que agentes não sejam punidos por “eventuais excessos cometidos”.

A percepção na imprensa internacional aproxima o Brasil do noticiário relacionado às Filipinas, onde o governo de Rodrigo Duterte é visto como incentivador da violência policial.

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Le Monde descreve genocídio nas favelas do Rio e responsabiliza governador http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/06/04/governador-do-rio-e-responsavel-por-genocidio-nas-favelas-diz-le-monde/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/06/04/governador-do-rio-e-responsavel-por-genocidio-nas-favelas-diz-le-monde/#respond Tue, 04 Jun 2019 10:29:53 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5557

O Rio de Janeiro vive neste ano o pior momento da violência policial em sua história recente, diz uma reportagem publicada pelo jornal francês Le Monde, que fala em “genocídio” nas favelas do Estado.

Segundo a publicação, a origem do aumento dessa violência está na atuação do governador Wilson Witzel, que assumiu o poder no início do ano e “encoraja abertamente os policiais a atirar na cabeça dos traficantes”, diz a reportagem.

“O discurso da campanha se tornou uma realidade. Desde janeiro, os moradores “caem” na favela de Manguinhos, mesmo quando não há operações policiais em andamento”, diz o Monde, citando relatos de testemunhas sobre atividade de atiradores de elite em torres nas favelas.

“O termo ‘genocídio’ é usado no Rio porque os assassinatos da polícia afetam, em sua grande maioria, a mesma categoria da população: homens jovens, negros e habitantes das favelas”, diz o jornal.

O aumento da violência já foi denunciado à ONU, relata o jornal, como uma violação de direitos humanos. Mesmo assim, continua a reportagem, o governador argumenta que a queda no número de homicídios e de roubos servem para justificar sua política.

OUTRO LADO

Em nota enviada ao UOL, o governo do Estado do Rio de Janeiro rejeitou o título deste post e negou que o Monde tenha descrito um “genocídio” no Rio de Janeiro –por mais que o trecho da reportagem que descreve o que é chamado de “genocídio” seja texto do próprio jornal, e não uma declaração entre aspas no texto original em francês.

Leia abaixo a íntegra da nota do governo do Rio:

1) Ao contrário do que afirma o título da matéria veiculada nesta terça-feira (04/06) no UOL, o texto publicado no jornal Le Monde não “descreve genocídio nas favelas do Rio e responsabiliza o governador “. Segue o trecho da matéria que usa a palavra genocídio, já que o texto do Le Monde não foi reproduzido pelo Uol:

“‘Tanto para dizer que sempre podemos encontrar uma justificativa para um tiro pela polícia e assim continuar o que poderia ser descrito como genocídio’, considera o Partido Comunista Federal Comunista do Rio, Jandira Feghali. O termo ‘genocídio’ é usado no Rio porque os assassinatos da polícia afetam, em sua grande maioria, a mesma categoria da população: homens jovens, negros e habitantes das favelas.”

2) Não há, de forma alguma, nenhum tipo de “genocídio” na atual política de segurança no Estado do Rio de Janeiro. Essa afirmação é absurda, leviana, irresponsável e equivocada.
As premissas da política de segurança do governo do estado vão muito além do confronto e são: a independência das polícias Civil e Militar, o investimento em inteligência e equipamentos, a ampliação das investigações da lavagem de dinheiro, a agilidade na resposta penal e a eficiência do sistema penitenciário.

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Imprensa estrangeira relata clima de pânico e desafio a Bolsonaro no Ceará http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/01/17/imprensa-estrangeira-relata-clima-de-panico-e-desafio-a-bolsonaro-no-ceara/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/01/17/imprensa-estrangeira-relata-clima-de-panico-e-desafio-a-bolsonaro-no-ceara/#respond Thu, 17 Jan 2019 18:13:37 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5117

A onda de violência registrada em Fortaleza e outras cidades do interior cearense já passa de duas semanas e tem chamado atenção no resto do mundo desde o começo. Em reportagens e artigos sobre o caso, a imprensa internacional tem mostrado o caos e o pânico gerado pelos ataques, o que reforça ainda mais a imagem de violência –um dos estereótipos mais fortes quando se pensa sobre o país no exterior. Segundo análises publicadas no exterior, o caso pode ser visto como um desafio ao governo recém-empossado de Jair Bolsonaro.

O Estado vive um clima de pânico, diz o título de uma reportagem publicada pelo jornal britânico The Guardian sobre a onda de ataques. “Caos total”, dizia um outro texto do mesmo jornal sobre o mesmo assunto dias antes.

“Onda de atentados expõe como pobreza, falta de políticas para jovens e falhas no sistema penitenciário se juntam para formar uma tempestade perfeita”, explica o Guardian.

“Agora, em sua terceira semana, a onda de ataques com bombas e incêndios em pontes, bancos e outras infraestruturas em todo o estado do Ceará não dá sinais de diminuir”, diz.

Segundo a publicação britânica, o caso ganha ainda mais relevância por acontecer pouco após a posse de Bolsonaro, que chegou à Presidência após uma campanha marcada pelo discurso contra a criminalidade –que precisa se pensado de forma mais ampla, defende o texto.

Os ataques “são vistos não apenas como um desafio direto ao novo presidente, mas também como uma evidência gritante de que o Brasil precisa urgentemente de reforma penal e alternativas às políticas duras que ele promete.”

A relação dos ataques com política foi evidenciada também por uma reportagem da rede Al Jazeera. A violência seria uma retaliação contra a postura de Bolsonaro contra o crime organizado, diz, citando a polícia do Estado.

De acordo com uma análise publicada pelo site especializado em temas de segurança pública InSight Crime, a onda de ataques abrem um precedente perigoso para como quadrilhas vão responder a ações do governo contra o crime organizado.

“A velocidade e a disseminação da violência em todo o Ceará mostram o tamanho do poder dos líderes de quadrilhas do Brasil mantêm mesmo atrás das grades”, explica. “A aliança entre gangues é uma causa particular de preocupação”, complementa, argumentando que elas se podem se unir para enfrentar as forças do governo.

“Enquanto os tumultos cearenses começaram em resposta a uma política local, essa situação agora é vista como um teste real da capacidade de Bolsonaro de agir duramente. Sua retórica na campanha e desde que assumiu o governo tem sido forte, mas sem detalhes, prometendo dar à polícia uma licença para matar criminosos ou facilitar a posse de armas por brasileiros. (…) No entanto, tal reação coordenada pelas gangues mais perigosas do país na primeira semana da presidência de Bolsonaro pode significar tempos difíceis pela frente para ele. E para o Brasil.”

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Condenação internacional reforça imagem de violência policial no Brasil http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/05/17/condenacao-internacional-reforca-imagem-de-violencia-policial-no-brasil/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/05/17/condenacao-internacional-reforca-imagem-de-violencia-policial-no-brasil/#respond Wed, 17 May 2017 12:16:19 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=3369

Policial se prepara para atirar contra manifestantes durante protesto em São Paulo (Imagem: Leonardo Soares/UOL)

O Brasil foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) por conta de um episódio de violência policial, o que reforça no mundo uma das imagens mais fortes do país.

A IACHR (na sigla em inglês), condenou o Estado brasileiro nesta semana por não ter investigado e punido os responsáveis por 26 mortes em operações policiais nos episódios conhecidos como chacinas de Nova Brasília, ocorridas em 1994 e 1995 no Rio de Janeiro.

Segundo a rede BBC, no entendimento da Corte Interamericana, houve demora injustificada nas investigações, e as famílias das vítimas ficaram sem proteção. Isso viola o direito às garantias judiciais de diligências em prazos razoáveis, como prevê a Convenção Interamericana de Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário.

A Corte aponta ainda que o Estado brasileiro aceitou uma “inversão de papéis”: os inquéritos, ao invés de apurar as mortes, se detêm no perfil dos mortos, apontados como possíveis criminosos, e eles é que aparecem como investigados, diz a BBC Brasil.

A condenação ganhou repercussão internacional, e foi tratado pela Anistia Internacional como uma evidência de violações e homicídios por parte da polícia brasileira.

O site Insight Crime analisou a condenação e indicou que ela ocorreu em um momento de escalada na violência no Rio de Janeiro, inclusive por parte de policiais.

“Ainda que não seja claro exatamente o que este caso vai significar no longo prazo, ele amplia a já crescente condenação internacional à velha questão da brutalidade da polícia do Rio de Janeiro”, avaliou.

“Desde janeiro de 2016, assassinatos pela polícia do Rio de Janeiro cresceram, chegando a 105 mortes em dezembro de 2016. Casos de uso excessivo de força pela polícia do Brasil normalmente não são punidos”, complementa.

Os casos frequentes de violência da polícia têm chamado atenção internacional. Nas últimas semanas, uma reportagem do jornal britânico “The Guradian” dizia que o governo brasileiro está fechando os olhos para o aumento da violência policial, o que está se consolidando como uma crise de direitos humanos no país.

Há tempos que a violência policial no Brasil tem se consolidado como uma das mais fortes imagens relacionadas ao país no resto do mundo, e o tema é constantemente abordado pela imprensa estrangeira

Quase todas as semanas é possível ler relatos em publicações de outros países a respeito das violações aos direitos humanos e a brutalidade dos agentes de segurança, que em contrapartida são vistos como incapazes de diminuir a enorme onda de violência no país

Além da forte imagem de violência, o mundo vê o Brasil como um país que tolera a ação brutal da polícia, como se isso fosse capaz de tornar a sociedade mais segura.

Segundo o relatório global anual da ONG internacional de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch, entretanto, o abuso de violência por forças de segurança do Brasil na verdade alimenta o ciclo de violência no país.

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‘Guardian’: Violência policial faz Brasil viver crise de direitos humanos http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/05/04/guardian-violencia-policial-faz-brasil-viver-crise-de-direitos-humanos/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/05/04/guardian-violencia-policial-faz-brasil-viver-crise-de-direitos-humanos/#respond Thu, 04 May 2017 19:47:58 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=3341

Violência policial faz Brasil viver crise de direitos humanos, diz ‘The Guardian’

O governo brasileiro está fechando os olhos para o aumento da violência policial, o que está se consolidando como uma crise de direitos humanos no país, segundo uma reportagem do jornal britânico “The Guardian”.

O jornal cita um relatório da Anistia Internacional para justificar a crítica.

“Desde 2012, o número de assassinatos pelas mãos de policiais aumentou fortemente. No ano passado, foram registradas 920 dessas mortes somente no Rio de Janeiro, comparado com 419 em 2012”, diz.

Apenas nos dois primeiros meses de 2017, o número de mortes causadas por policiais foi 78% maior do que no mesmo período do ano anterior, complementa o jornal.

O “Guardian” ressalta que o Brasil vai ter essa situação avaliada pela ONU nessa semana.

“O país tem o maior número de homicídios do mundo, com uma quantidade que chegou perto de 60 mil em 2015. A maioria das vítimas é formada por jovens homens negros.”

O jornal destaca ainda que a polícia é responsável por uma a cada cinco mortes no Rio de Janeiro, e uma a cada quatro em São Paulo.

A violência policial no Brasil é um tema constantemente abordado pela imprensa internacional, e é uma das mais fortes imagens relacionadas ao país no resto do mundo.

Quase todas as semanas é possível ler relatos na imprensa internacional a respeito das violações aos direitos humanos e a brutalidade dos agentes de segurança, que em contrapartida são vistos como incapazes de diminuir a enorme onda de violência que assusta a sociedade

O problema foi até tema de uma audiência pública no Congresso dos Estados Unidos, onde se discutiu o aumento de registro de execuções extrajudiciais.

Além da forte imagem de violência, o mundo vê o Brasil como um país que tolera a ação brutal da polícia, como se isso fosse capaz de tornar a sociedade mais segura.

Segundo o relatório global anual da ONG internacional de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch, entretanto, o abuso de violência por forças de segurança do Brasil na verdade alimenta o ciclo de violência no país.

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Abuso policial alimenta ciclo de violência no Brasil, diz ONG internacional http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/01/12/abuso-policial-alimenta-ciclo-de-violencia-no-brasil-diz-ong-internacional/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/01/12/abuso-policial-alimenta-ciclo-de-violencia-no-brasil-diz-ong-internacional/#respond Thu, 12 Jan 2017 22:04:30 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=3021 hrw report2

O relatório global anual da ONG internacional de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch crítica o abuso de violência por forças de segurança do Brasil e diz que ele alimenta o ciclo de violência no país.

“Problemas de direitos humanos crônicos afligem o sistema jurídico do Brasil, incluindo execuções extrajudiciais, superpopulação prisional, e tortura e maus tratos a detentos”, diz o capítulo sobre o Brasil publicado no relatório da HRW.

Segundo o estudo, algumas das medidas mais recentes tomadas pelo governo tentam lidar com estes problemas, mas outros podem exacerbá-los, avalia, citando o programa que acelera julgamentos como exemplo do primeiro e a lei antiterrotismo como exemplo do segundo.

O relatório trata da violência generalizada no país, e diz que ela está associada a abusos da polícia. O texto diz que 3.345 pessoas foram mortas pela polícia em 2015, e que parte dessas mortes se dá através de execuções ilegais.

“A tortura e as execuções extrajudiciais pela polícia contribuem para o ciclo da violência no Brasil, debilitando a segurança pública e colocando em risco as vidas dos policiais”, diz.

O relatório evidencia algo que é facilmente perceptível na avaliação da imagem internacional do Brasil. A violência com que a polícia age contra os cidadãos é um dos mais fortes estereótipos do país no exterior, e aparece com destaque frequente na imprensa de estrangeira.

Abuso policial alimenta ciclo de violência no Brasil, diz ONG internacional

Abuso policial alimenta ciclo de violência no Brasil, diz ONG internacional

Segundo a avaliação da entidade, os assassinatos por parte da polícia faz com que membros de grupos criminosos sejam menos propensos a se entregar e os motiva a tentar matar policiais quanto têm a chance.

“As execuções também diminui a probabilidade de as comunidades denunciarem crimes à polícia”, diz.

A análise faz parte do relatório de quase 700 páginas sobre a situação dos direitos humanos em 90 países.

A HRW avalia de forma constante a situação dos direitos humanos no Brasil, e tem publicado textos frequentes criticando especialmente a situação das prisões brasileiras.

Além da violência policial, o capítulo que trata do Brasil no relatório anual aborda a situação das prisões brasileiras, os direitos das crianças e adolescentes, ações contra o terrorismo, liberdade de expressão na internet, privacidade, direitos das mulheres, direitos dos deficientes, orientação sexual e identidade de gênero, direitos trabalhistas, violência rural, confronto de abusos da época da ditadura e relações internacionais.

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‘Chacina’ é a palavra mais assustadora do Brasil, diz ‘Washington Post’ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2016/11/25/chacina-e-a-palavra-mais-assustadora-do-brasil-diz-washington-post/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2016/11/25/chacina-e-a-palavra-mais-assustadora-do-brasil-diz-washington-post/#respond Fri, 25 Nov 2016 13:20:38 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=2852 'Chacina' é a palavra mais assustadora do Brasil, diz 'Washington Post'

‘Chacina’ é a palavra mais assustadora do Brasil, diz ‘Washington Post’

Estrangeiros costumam se referir à exclusividade da palavra “saudade” na língua portuguesa, intraduzível no resto do mundo. Mas uma outra palavra usada com frequência no Brasil é de difícil explicação para muitas pessoas em outros países, e é considerada a mais “assustadora do país”, segundo o “Washington Post”: é o termo “chacina”.

“A palavra chacina vem do abate de porcos em matadouros, e significa literalmente massacre ou abate. Mas pergunte a qualquer brasileiro, e eles vão dizer que há um outro significado, mais perturbador”, diz reportagem do jornal.

O texto explica então que o termo é usado para se referir a assassinatos em série pela polícia.

“Ao longo da história moderna do Brasil, a palavra chacina veio a se referir ao massacre de pessoas após a morte de um policial. A implicação é clara: chacina são assassinatos em represália pela polícia em uma escala assustadora”, explica.

O texto do “Washington Post” se junta a uma série de referências internacionais sobre a violência no Brasil, um dos pontos mais marcantes da imagem do país no exterior. A polícia brasileira e a violência com que ela age contra os cidadãos são um dos mais fortes estereótipos do país no exterior. A isso, se junta a lentidão da Justiça, incapaz de reagir aos problemas de falta de segurança.

O que piora a situação, diz a reportagem, é que muitas vezes a chacina é legitimada pela opinião pública, que elogia os policiais e defende que “bandido bom é bandido morto”.

Segundo o jornal, apesar de muitos dos mortos em massacres deste tipo serem supostos criminosos, é comum não haver uma relação clara das vítimas com grupos de bandidos.

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‘USA Today’: Constrangimento fez Brasil exagerar em caso de nadadores http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2016/08/18/usa-today-constrangimento-fez-brasil-exagerar-em-caso-de-nadadores/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2016/08/18/usa-today-constrangimento-fez-brasil-exagerar-em-caso-de-nadadores/#respond Thu, 18 Aug 2016 12:14:48 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=2456 'Para colunista do 'USA Today', constrangimento fez Brasil exagerar em caso de nadadores americanos

‘Para colunista do ‘USA Today’, constrangimento fez Brasil exagerar em caso de nadadores americanos

A colunista Nancy Armour, do jornal americano “USA Today”, publicou uma dura crítica à polícia brasileira e à organização dos Jogos Olímpicos em meio à polêmica envolvendo o suposto assalto a nadadores dos EUA durante a Olimpíada do Rio.

Depois que a Polícia Federal impediu o embarque de Gunnar Bentz e Jack Conger para investigação sobre a denúncia de que teriam sido assaltados, Armour disse que o caso é um problema de relações públicas, e que o Brasil não tolera o fato de que o caso envolvendo o medalhista Ryan Lochte tenha envergonhado o país.

Armour citou outros casos de violência e de problemas registrados no Rio desde o início dos Jogos, e insinuou que a polícia e a organização do evento mentem para fingir que não há nada de errado. “As autoridades do Rio já mostraram que os fatos são sobrevalorizados e muito abertos a interpretação”, ironizou.

Segundo Armour, há um exagero na reação da polícia e da Justiça brasileiras. O medalhista olímpico e seus colegas “estão sendo tratados como se tivessem subido no Cristo Redentor e mostrado o dedo médio para todo o Brasil”, disse.

“Está claro que algo aconteceu na manhã de domingo, e ninguém ficaria surpreso se acabasse sendo algo constrangedor ou que possa gerar problemas para os nadadores com o comitê olímpico dos EUA e seus patrocinadores. Mas o grande crime de Lochte parece ter sido de relações públicas – ele mencionou que os assaltantes eram homens fingindo ser da polícia, incluindo o fato de um deles ter mostrado um distintivo”, explicou.

Segundo ela, é “irrelevante” saber se o caso de Lochte é verdade, e a polícia deveria ter problemas maiores com que se preocupar. “Mas a história de Lochte gerou constrangimento, e isso não vai ser tolerado.”

“Elevar [o caso] ao nível de um crime capital parece apropriado no Brasil. É o equivalente a uma amputação por um corte com papel. Mentir para a polícia é ruim. Mentiras da polícia são uma diferença de opinião”, criticou.

Para ela, os Estados Unidos devem se preocupar em tirar do Brasil os americanos que tiveram os passaportes retidos. “Pois, se eles fizeram uma comunicação falsa de crime, no Brasil isso aparentemente é muito pior do que atirar em um ônibus cheio de pessoas”.

Em reportagem sobre o caso, o “New York Times” diz que o episódio criou um teste para a relação colaborativa entre polícias do Brasil e dos EUA.

“Nos meses antes da Olimpíada, os países trabalharam de forma próxima para tentar melhorar a capacidade do Brasil de evitar um ataque terrotrista. Mas na noite de quarta-feira, oficiais americanos pareciam no escuro sobre a detenção de Conger e Bentz”, diz.

Segundo o jornal, a notícia do assalto aos nadadores realmente foi recebida com grande constrangimento pelo país, mas as dúvidas sobre o testemunho dos americanos “transformou constrangimento em raiva”, explica.

“Apesar de haver um histórico assim [de envolvimento de policiais em assaltos no Rio], muitos brasileiros assumiram postura defensiva em relação a críticas à cidade”, diz.

O caso dos nadadores continua sob investigação. A história está mal explicada e pode envolver de fato o crime de denúncia falsa. O fato de ser uma questão de alta visibilidade internacional requer um cuidado especial do Brasil. Se a colunista do “USA Today” estiver certa, entretanto, e parte da motivação da polícia e da Justiça existir por conta do constrangimento gerado pelos nadadores, a ação contra os americanos pode de fato ser exagerada acabar gerando um efeito contrário ao desejado, criando um constrangimento ainda maior para o país.

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