Donald Trump – Brasilianismo http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br Daniel Buarque é jornalista e escritor com mestrado sobre a imagem internacional do país pelo Brazil Institute do King's College de Londres. Fri, 31 Jan 2020 12:20:22 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Trump e Bolsonaro deixam ‘bromance’ e se tornam ‘frenemies’, diz NY Times http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/12/04/trump-e-bolsonaro-deixam-bromance-e-se-tornam-frenemies-diz-ny-times/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/12/04/trump-e-bolsonaro-deixam-bromance-e-se-tornam-frenemies-diz-ny-times/#respond Wed, 04 Dec 2019 12:28:54 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=6153

Antes mesmo de Jair Bolsonaro tomar posse como presidente do Brasil, as trocas de elogios públicos entre ele e o seu colega americano Donald Trump indicavam que “o amor está no ar”, como dizia uma reportagem da revista Newsweek em novembro de 2018.

Um ano depois, o clima azedou. O que antes era chamado de “bromance” ficou de lado, e agora Trump e Bolsonaro são “frenemies”, segundo o “New York Times”.

O jornal americano fala sobre as recentes disputas entre Trump e outros líderes globais com quem ele já teve boas relações. Além do brasileiro, a publicação cita o francês Emmanuel Macron, o canadense Justin Trudeau e o japonês Shinzo Abe. “Trump tem um histórico de afastamento dos seus amigos”, diz.

São casos em que se encaixa o uso da palavra “frenemy”. O termo em inglês junta as palavras “friend” (amigo) e “enemy” (inimigo). Ele normalmente é usado para se referir a relações em que a amizade se mistura com rivalidade.

É o que existe entre Trump e Bolsonaro ultimamente, segundo o Times, que destaca que a relação passou de troca de afagos à imposição de tarifas.

“Quando Trump se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro do Brasil na Casa Branca pela primeira vez, em março, ele não teve nada além de elogios ao recém-eleito líder”, diz a reportagem. “Mas as relações aparentemente esfriaram. Na segunda-feira, Trump prometeu retomar as tarifas de aço e alumínio do Brasil e da Argentina, acusando os dois países de manipular suas moedas às custas dos agricultores americanos.”

Segundo o Times, essa disputa pode afetar a relação entre os dois líderes que antes pareciam tão amigos.

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Na imprensa dos EUA, Bolsonaro é ‘espelho’ de Trump e ‘bajula’ americano http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/03/19/na-midia-dos-eua-bolsonaro-e-espelho-de-trump-e-bajula-americano/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/03/19/na-midia-dos-eua-bolsonaro-e-espelho-de-trump-e-bajula-americano/#respond Tue, 19 Mar 2019 20:23:41 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5324
Ao receber o presidente do Brasil na Casa Branca, o americano Donald Trump parecia se olhar no espelho, segundo reportagem do jornal The New York Times sobre a visita de Jair Bolsonaro aos EUA. A semelhança entre o estilo e a política dos dois governantes e a admiração pública de Bolsonaro por seu colega foram alguns dos temas que chamaram mais a atenção de observadores na imprensa dos Estados Unidos. Segundo a rede de TV CNN, a visita do presidente brasileiro serviu para “bajular” Trump.

“O homem que adotou a personalidade combativa de Trump –pessoalmente e no Twitter– trouxe sua adulação para a Casa Branca”, diz a rede de TV CNN. A descrição da “bajulação” foi a principal chamada da página da CNN na internet na tarde desta terça-feira.

“Como outros líderes autoritários que Trump abraçou desde que assumiu o cargo, Bolsonaro é um eco do presidente americano: um nacionalista rude cujo apelo populista vem em parte de seu uso do Twitter e seu histórico de fazer declarações grosseiras sobre mulheres, gays e grupos indígenas”, explicou o New York Times.

Segundo a CNN, a aproximação entre os dois presidentes foi mais marcante do que qualquer declaração real de acordos.

“Por enquanto, é uma camaradagem baseada em táticas compartilhadas, populismo (e, no caso de Bolsonaro, misoginia e homofobia) retórica e bajulação do que qualquer questão em particular”, disse.

Além do NY Times e da CNN, vários outros veículos de imprensa dos EUA também noticiaram a visita de Bolsonaro ao país, como a rede de TV NBC e o jornal USA Today.

O apelido do brasileiro como “Trump dos Trópicos” também foi frequente na cobertura feita pela imprensa dos EUA. Segundo o Times, Trump se disse honrado de ter sua campanha comparada à de Bolsonaro.

“Autoridades norte-americanas disseram nesta semana que Trump apreciava a maneira pela qual Bolsonaro conseguiu chegar à vitória nas eleições do Brasil ao ser declaradamente pró-americano e dizer repetidamente que queria ter um relacionamento próximo com o presidente americano.”

O jornal destacou, entretanto, que a proximidade entre os dois presidentes acontece em um momento em que Trump demonstra afinidade por líderes com tendências autoritárias, enquanto cria desavenças com parceiros históricos dos Estados Unidos.

Segundo a reportagem, Bolsonaro se junta a um grupo formado por líderes como o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, os líderes da Rússia (Vladimir Putin), da China (Xi Jinping), do Egito (Abdel Fattah el-Sisi), da Turquia (Recep Tayyip Erdogan) e das Filipinas (Rodrigo Duterte).

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Apoiador de Trump, Bolsonaro vai renovar relação com EUA, diz ex-diplomata http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/03/12/apoiador-de-trump-bolsonaro-vai-renovar-relacao-com-eua-diz-ex-diplomata/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/03/12/apoiador-de-trump-bolsonaro-vai-renovar-relacao-com-eua-diz-ex-diplomata/#respond Tue, 12 Mar 2019 09:58:53 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5286

Em um artigo de opinião publicado nesta semana pelo jornal norte-americano Miami Herald, a ex-subsecretária de Estado dos EUA para Assuntos Globais Paula J. Dobriansky defendeu que a visita do presidente Jair Bolsonaro à capital norte-americana vai “resetar” as relações entre os dois países.

“A visita do presidente recém-eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, a Washington DC pode marcar um avanço significativo nas relações entre as duas maiores democracias do hemisfério ocidental”, diz Dobriansky.

Dobriansky é pesquisadora do Projeto Futuro da Diplomacia na Harvard Kennedy School, especialista em política externa e ex-diplomata especializada em assuntos de segurança nacional. Entre 2001 e 2009, ela atuou como subsecretária de Estado para Assuntos Globais.

Segundo ela, a crescente parceria entre os EUA e o Brasil desmente a crítica de Donald Trump é um isolacionista, e mostra que ele está gerando oportunidades consideráveis para seu país, levando o Brasil a mudar sua postura.

“A dramática mudança na política externa do Brasil não aconteceu por acaso. Pelo contrário, reflete o esforço conjunto do governo Trump para construir relacionamentos”, avalia.

O artigo relata as demonstrações de maior proximidade do atual governo brasileiro e os EUA, e diz que isso rompe com uma postura anterior, e que vai gerar um maior alinhamento entre os dois países em negociações e em votações na ONU.

Segundo Dobriansky, o governo Trump está forjando uma parceria estratégica fundamental com o Brasil em apoio a objetivos econômicos e de segurança comuns.

“Se for bem-sucedido, o estabelecimento de uma parceria estratégica com o Brasil não será um desenvolvimento pontual. É animado por uma política americana convincente em lidar com os desafios regionais e globais em desenvolvimento, construindo novas relações baseadas em valores compartilhados, avaliações de ameaças similares e metas comuns de segurança”, diz.

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Oposição a Bolsonaro se inspira em movimento anti-Trump, segundo revista http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/12/19/oposicao-a-bolsonaro-se-inspira-em-movimento-anti-trump-segundo-revista/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/12/19/oposicao-a-bolsonaro-se-inspira-em-movimento-anti-trump-segundo-revista/#respond Wed, 19 Dec 2018 08:29:48 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5065 Enquanto o governo de Jair Bolsonaro se prepara para assumir o poder no Brasil se inspirando no presidente americano, Donald Trump, a oposição também olha para os EUA para se preparar para combater o novo governo, segundo um artigo publicado na revista americana Americas Quarterly.

“Muitos críticos começaram a estudar seriamente a política dos EUA para descobrir o que podem aprender com seus colegas norte-americanos quando se trata de proteger a democracia e resistir a um líder populista com instintos autoritários”, diz o artigo, assinado pelo professor de relações internacionais da FGV Oliver Stuenkel.

O texto avalia como a imprensa brasileira tem observado o comportamento da mídia americana sob Trump, e diz que mesmo políticos estão atentos às estrategias usadas pela oposição americana nas eleições legislativas recentes.

Segundo Stuenkel, entretanto, por mais interessante que seja analisar o caso americano, é importante ter noção sobre as grandes diferenças entre os dois países e entre os presidentes que geram preocupação neles.

“Em primeiro lugar, a retórica anti-democrática de Bolsonaro tem sido muito mais radical desde o início”, diz, lembrando que o presidente eleito prometeu banir opositores. “Além disso, permanece duvidoso que as instituições brasileiras, a mídia e a sociedade civil possam restringir os instintos autoritários de Bolsonaro”, complementa.

Stuenkel ressalta, entretanto, que é preciso lembrar que os EUA terão uma importante eleição daqui a dois anos, e que a aproximação do governo de Bolsonaro a Trump pode se tornar um problema caso o presidente americano não seja reeleito.

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‘Newsweek’ descreve ‘bromance’ entre Bolsonaro e Trump: ‘O amor está no ar’ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/11/18/newsweek-descreve-bromance-entre-bolsonaro-e-trump-o-amor-esta-no-ar/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/11/18/newsweek-descreve-bromance-entre-bolsonaro-e-trump-o-amor-esta-no-ar/#respond Sun, 18 Nov 2018 09:08:26 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=4981

Após gerar reações negativas e críticas em quase todo o mundo durante sua campanha eleitoral e após sua vitória na disputa pela Presidência, o futuro governo brasileiro já começa a se alinhar à política do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a ganhar elogios. Segundo uma reportagem da revista americana “Newsweek”, “o amor está no ar entre o governo Trump e o recém-eleito presidente do Brasil”.

A publicação fala em “bromance” (termo usado para descrever uma relação próxima, não sexual, entre homens) e faz referência aos elogios do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos à decisão de Bolsonaro em relação ao programa Mais Médicos.

“Elogiamos o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, por tomar posição contra o regime cubano por violar os direitos humanos de seu povo, incluindo médicos enviados para o exterior em condições desumanas”, publicou o órgão da presidência dos EUA.

Segundo a “Newsweek”, o presidente eleito respondeu usando o Twitter de uma forma que espelha o modelo de comunicação usado por Trump nos EUA.

A troca de mensagens “é uma demonstração recente de afeto entre a Casa Branca e o presidente eleito do Brasil. Um dia depois da vitória de Bolsonaro em 28 de outubro, Trump twittou que ele ‘teve uma boa conversa com o recém-eleito presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que venceu sua disputa por uma margem substancial’. Ele então acrescentou que “nós concordamos que o Brasil e os Estados Unidos trabalharão juntos em comércio, forças armadas e tudo mais! Desejo-lhe parabéns”.

O alinhamento do Brasil com o governo de Trump também tem sido ressaltado nas análises internacionais sobre a escolha do diplomata Ernesto Henrique Araújo para ser o ministro das Relações Exteriores do próximo governo. Araújo foi descrito pelas reportagens publicadas pelas agências internacionais como um admirador, um “seguidor apaixonado” e “fã de Trump”.

A proximidade de Bolsonaro com o presidente dos EUA foi comentada no resto do mundo desde antes da eleição. O então candidato foi chamado de “versão tropical” de Trump, e várias análises compararam o estilo político dos dois.

Apesar do alinhamento e dos elogios recentes do governo americano, é importante ressaltar que Trump não tratou o Brasil como uma prioridade durante seu governo até agora. Nas poucas vezes em que mencionou o país, o americano criticou o Brasil. Antes de ser eleito,  Trump citou o Brasil como um dos países que roubam empregos dos EUA. No mês passado, antes da eleição de Bolsonaro, o americano voltou a atacar e disse que o Brasil é um dos países que se aproveitam dos Estados Unidos.

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Reforma do G7 poderia incluir Brasil e Índia, defende analista dos EUA http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/06/12/reforma-do-g7-poderia-incluir-brasil-e-india-defende-analista-dos-eua/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/06/12/reforma-do-g7-poderia-incluir-brasil-e-india-defende-analista-dos-eua/#respond Tue, 12 Jun 2018 20:07:52 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=4570

O Brasil e a Índia teriam mais direito de fazer parte de uma possível expansão do G7, grupo que reúne as maiores economias do mundo, do que a Rússia. O argumento foi defendido pelo analista americano James Dobbins em um artigo publicado pelo jornal “USA Today”.

A análise foi publicada depois do clima pesado da última reunião dos líderes do G7, com oposição do presidente dos EUA, Donald Trump, ao resto dos países. Segundo Dobbins, Trump defendeu que a Rússia fosse incluída em futuras reuniões, mas China, Índia e Brasil deveriam ter mais chances de serem convidados.

“As maiores democracias de mercado livre do mundo se encontram anualmente na cúpula desde 1975. O presidente Trump propôs que a Rússia deveria ser incluída em futuras reuniões. Mas a Rússia não parece se qualificar sob nenhuma avaliação”, diz Dobbins.

Para ele, além de um capitalismo corrupto e uma democracia não liberal, a Rússia não é uma das 10 maiores economias do mundo. “A China, a Índia e o Brasil têm maiores Produtos Internos Brutos, e os dois últimos também são democracias de mercado”, disse, indicando esses como possíveis candidatos em um reforma do grupo.

Dobbins é analista do think tank americano RAND Corporation e foi secretário-adjunto de Estado dos EUA para a Europa. Também é autor do livro “Foreign Service: Five Décades on Frontlines of American Diplomacy” (Serviço exterior: cinco décadas nas linhas de frente da diplomacia americana).

No artigo, ele explica que a Rússia chegou a ser acrescentada nessas reuniões em 1997, numa época em que havia esperança de reformas democráticas e econômicas no país, mas que acabou sendo afastada em 2014, depois de invadir a Crimeia. Mesmo sem isso, continua ele, a Rússia ainda não se qualificaria para a reentrada no grupo.

“Se poder bruto e influência fossem os critérios, então a China pareceria o próximo membro. Se a democracia e uma economia aberta fossem a medida, a Índia deveria ser a próxima”, diz.

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Para professor, Trump inspira conservadorismo de direita na América do Sul http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/04/25/para-professor-trump-inspira-conservadorismo-de-direita-na-america-do-sul/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/04/25/para-professor-trump-inspira-conservadorismo-de-direita-na-america-do-sul/#respond Wed, 25 Apr 2018 10:20:48 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=4470

A ascensão de Donald Trump na política dos Estados Unidos está ajudando a alimentar o crescimento de movimentos conservadores na América Latina, segundo uma análise do professor Omar G. Encarnación publicada na prestigiosa revista de política internacional “Foreign Policy”.

Segundo Encarnación, o “trumpismo” pode ser percebido em países como Brasil, Argentina e Chile, onde políticos de direita assumiram o poder nos últimos anos. “Pela primeira vez em décadas, as três maiores economias da América do Sul estão nas mãos de governos conservadores”, avalia.

Professor de Estudos Políticos no Bard College, no Estado de Nova York, Encarnación admite que muito ainda separa a postura do presidente americano dos líderes latinos. Segundo ele, também é natural perceber que o crescimento da direita é uma reação ao predomínio da esquerda ao longo das últimas décadas, o que gerou uma fatiga no continente.

Ainda assim, ele diz que há importantes pontos em comum entre os líderes conservadores da América do Sul e Trump. Entre as semelhanças, ele aponta o conservadorismo social, o crescimento da força política de evangélicos e declarações xenófobas e contra a imigração.

O artigo diz que o Brasil é o principal exemplo de crescimento desse conservadorismo social –embora erre ao dizer que o impeachment de Dilma Rousseff tenha ocorrido por corrupção.

“A direita latino-americana também está adotando o conservadorismo social com mais rigor do que nunca, seguindo o modelo estabelecido pela direita cristã americana nos anos 80. Isso é mais pronunciado no Brasil, com sua crescente população evangélica; embora o Brasil continue sendo o maior país católico do mundo, cerca de 30% dos brasileiros agora reivindicam uma identidade evangélica, acima dos 10% registrados apenas três décadas atrás. Este movimento está agora começando a flexionar seus músculos políticos, com o incentivo dos aliados à direita política. Líderes evangélicos foram uma força impressionante por trás do impeachment de Dilma Rousseff, a primeira presidente do Brasil, por acusações de corrupção em 2016, depois de se cansarem do liberalismo social do Partido dos Trabalhadores de Dilma e seu apoio ao aborto, direitos gays e educação sexual.”

Segundo o professor, é possível afirmar que os evangélicos também estão por trás do governo de Michel Temer, o que pode ser comparado ao que acontece atualmente nos EUA.

“Como Trump, Temer buscou uma aliança com líderes evangélicos para amenizar o impacto de inúmeros escândalos e lapsos de ética. De fato, Temer, um católico de ascendência libanesa, pode até dever seu emprego ao movimento evangélico. Em 2016, sua ascensão à presidência foi ameaçada por um boato de que ele era um adorador do diabo. Líderes evangélicos correram para o lado de Temer para declarar em uma mensagem de vídeo para a nação através de redes sociais que Temer não era um satanista. Em troca dessa ajuda, Temer nomeou vários líderes evangélicos para seu gabinete”, diz.

Encarnación também cita o crescimento de movimentos xenófobos no Brasil, e compara as declarações do deputado Jair Bolsonaro contra imigrantes haitianos ao discurso de Trump.

Bolsonaro, “acusou os refugiados haitianos no Brasil de ‘trazer doenças ao país’. Isso ecoa a alegação de Trump de que os haitianos que imigraram para os Estados Unidos ‘todos têm AIDS'”, diz.

Apesar do crescimento da direita na América do Sul, Encarnación diz que o conservadorismo econômico na região é mais limitado do que nos EUA por conta da alta desigualdade. Para ele, isso explica como políticos como Temer não conseguem levar adiante uma agenda de maior austeridade econômica. Além disso, ressalta que a esquerda do continente pode ter perdido força, mas continua viva.

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Tarifa de Trump afeta Brasil, que ele já acusou de roubar empregos dos EUA http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/03/02/tarifa-de-trump-afeta-brasil-que-ele-ja-acusou-de-roubar-empregos-dos-eua/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/03/02/tarifa-de-trump-afeta-brasil-que-ele-ja-acusou-de-roubar-empregos-dos-eua/#respond Fri, 02 Mar 2018 10:31:11 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=4313 Donald Trump pode ter mirado a China, mas acabou acertando o Brasil.

O país vai ser um dos países mais afetados pela decisão do presidente dos EUA de impor tarifas de importação para aço e alumínio de 25% e 10%, segundo uma análise publicada pela rede de TV de finanças CNBC.

A avaliação cita o Departamento de Comércio do governo dos EUA e diz que as economias brasileira e canadense vão ser as que mais vão sofrer com a decisão, e não a China, supostamente alvo da decisão.

“A China, frequentemente criticada politicamente por fazer dumping com preços de aço não é um dos dez maiores importadores de aço para os EUA”, diz a CNBC.

Segundo reportagem da Folha, o Brasil está entre os países que mais devem ser afetados pela medida: é o segundo maior exportador de aço aos EUA, atrás apenas do Canadá. No ano passado, a receita gerada com vendas aos norte-americanos somou US$ 2,63 bilhões (cerca de R$ 8,5 bilhões).

Além disso, o jornal diz que o governo brasileiro recebeu a notícia com “enorme preocupação” e disse que não descarta ações multilaterais para preservar os interesses do país, segundo o ministério da Indústria e Comércio Exterior.

Apesar de a avaliação ser de que a medida erra o alvo ao afetar o Brasil, antes de se tornar presidente, Trump já citou o país como uma das nações que ”tiram vantagem” dos EUA, e ele reclamou que brasileiros ”roubam empregos” de americanos.

Em entrevista ao canal CBS em 2015, o republicano colocou os brasileiros entre os responsáveis pela “exportação de postos de trabalho” gerada pela abertura comercial americana.

Além disso, um ano antes da eleição, ele mencionou o país ao criticar os acordos comerciais dos EUA.

”Olhe só nossos acordos comerciais com a China, nossos acordos comerciais com o México. Nossa fronteira com o México. Um exemplo: nossos negócios com o Japão. Eles nos dão milhões de carros. A gente não recebe nada em troca. É uma rua de mão única com eles. O Brasil. Não tem um país no mundo que não tire vantagem da gente”, disse.

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Sob Trump, EUA parecem uma ‘república de bananas’, como o Brasil, diz CNBC http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/05/26/sob-trump-eua-parecem-uma-republica-de-bananas-como-o-brasil-diz-cnbc/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/05/26/sob-trump-eua-parecem-uma-republica-de-bananas-como-o-brasil-diz-cnbc/#respond Fri, 26 May 2017 14:29:16 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=3408

CNBC diz que EUA parecem república de bananas como o Brasil

A crise política nos Estados Unidos e os pedidos de impeachment do presidente Donald Trump levaram a rede CNBC a comparar o país ao Brasil. Segundo um artigo publicado nesta semana, a instabilidade faz os EUA se aproximarem de uma “república de bananas” bem diferente do que o país costumava ser, e bem parecida com o Brasil.

“Parabéns, EUA. Vocês finalmente, depois de tantos anos, se transformaram no Brasil”, diz.

Apesar de o foco da reportagem ser a crise americana, a avaliação que o artigo escrito por Kevin Williamson mostra bem a interpretação que se faz no exterior a respeito da contínua instabilidade brasileira.

“Ninguém fora da América Latina se preocupa muito com a possibilidade de o presidente do Brasil, Michel Temer, sofrer impeachment, embora sua situação no momento tenha mais do que alguns paralelos com a do presidente americano”, diz a CNBC.

“A presidente brasileira antes dele, Dilma Rousseff, também sofreu impeachment. Esse tipo de coisa acontece em países como o Brasil, que vivem períodos curtos de estabilidade e prosperidade e, de repente, enfrentam crises sem um motivo óbvio.”

Segundo a CNBC, rede de TV voltada a notícias de economia, os EUA até recentemente não eram tão instáveis assim. “Os Estados Unidos não eram este tipo de país”, diz, criticando a atual instabilidade.

“Os fatos em Washington têm uma sensação distintamente tropical, e não é o aquecimento global. Os republicanos que se uniram a Trump agora estão aprendendo que é muito difícil guiar o navio do Estado com um dedo médio. As instituições americanas são muito robustas, e este momento de república de bananas provavelmente pode ser superado, desde que não seja muito mais longo”, diz.

A CNBC critica a situação da democracia americana, e finaliza defendendo que as urnas sejam o caminho para a estabilidade política. “Haverá uma outra eleição em 2020, quando o eleitorado americano pode fazer seu julgamento em Trump.”

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Mídia estrangeira vê Brasil de 2018 dividido entre Trump e ‘poderoso’ Lula http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/04/24/midia-estrangeira-ve-brasil-de-2018-dividido-entre-trump-e-poderoso-lula/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/04/24/midia-estrangeira-ve-brasil-de-2018-dividido-entre-trump-e-poderoso-lula/#respond Mon, 24 Apr 2017 10:32:44 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=3309

Mídia estrangeira vê Brasil de 2018 dividido entre Trump e ‘poderoso’ Lula

Duas reportagens publicadas na mídia estrangeira na última semana simbolizam uma tendência cada vez mais comum nas análises internacionais sobre o cenário político do Brasil nas eleições de 2018. Segundo publicações como o “Washington Post” e o “Financial Times”, o país chegará à próxima decisão política dividido entre uma versão local de Donald Trump e a volta do ‘poderoso’ Lula.

A ideia de ascensão de um nome externo à política tradicional no Brasil como opção à fragmentação do establishment de Brasília tem sido comentada no exterior há algum tempo. Isso seria o resultado da destruição do sistema político tradicional no país, como explicou uma análise recente da agência de geopolítica americana Stratfor.

Em uma entrevista concedida ao blog Brasilianismo no fim do ano passado, Brian Winter, diretor da “Americas Quarterly” avaliava que o país tinha todos os ingredientes que levaram Trump à Presidência dos EUA. A agência de economia Bloomberg também publicou recentemente uma reportagem sobre o risco de o deputado Jair Bolsonaro se tornar este “Trump brasileiro”.

A reportagem mais recente sobre este tema no “Washington Post” foi publicada com uma foto do presidente dos EUA sobreposta à bandeira brasileira. O texto parte de uma entrevista pela ex-presidente Dilma Rousseff ao jornal, durante uma passagem pelos EUA.

“Com a aproximação de eleições presidenciais, um número de candidatos pouco ortodoxos emergiu e ameaça desfazer ainda mais o legado de Dilma e do seu antecessor, o líder carismático Luiz Inácio Lula da Silva”, diz o jornal.

O mesmo “Washington Post”, curiosamente, publicou uma análise em novembro do ano passado fazendo a comparação de forma invertida. Segundo ele, as proposta de Trump antes de assumir a presidência dos EUA é que se aproximavam do “populismo” do governo Dilma.

O “Financial Times” também tratou, em reportagem publicada recentemente, da emergência de nomes de fora da política brasileira. Segundo o jornal de economia, entretanto, mais do que Bolsonaro, quem mais tem chance de crescer é o prefeito de São Paulo, João Dória.

Para o “FT”, entretanto, o caminho não está tão aberto assim, visto que o país pode assistir à volta do “poderoso” Lula, como chama o ex-presidente.

Apesar das denúncias de corrupção e da responsabilidade de Lula pelos erros de Dilma na presidência, diz, pesquisas indicam que Lula venceria uma eleição presidencial no país hoje.

“Ele terminou seu mandato em 2010 com 83% de aprovação após uma longa expansão da economia em que a classe média do Brasil cresceu e chegou a formar metade da população”, diz o “FT”.

Segundo o jornal de economia, Lula pode se beneficiar politicamente das fragilidades do governo de Michel Temer, que está tentando aprovar medidas pouco populares, e que está sob pressão por conta das investigações da Lava Jato.

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