A polêmica gerada pela publicação de um vídeo obsceno e de uma pergunta sobre sexo pelo presidente Jair Bolsonaro foi apelidada de "xixi-gate" pelo jornal de economia Financial Times –'pee-gate', no original em inglês. Segundo a publicação, este tipo de "guerra cultural" pode levar o governo brasileiro a tirar o foco das reformas econômicas que o Mercado internacional vê como essenciais para o país.

Para o Financial Times, além do impacto na própria economia, a postagem de Bolsonaro tem o potencial de entrar para a história de frases históricas que podem definir uma Presidência.

"Mais de 58 milhões de brasileiros votaram em Bolsonaro nas eleições do ano passado, apesar de seu histórico de comentários incendiários e provocativos. De fato, para muitos, a abordagem das guerras culturais de Bolsonaro foi central em seu apelo. Uma preocupação agora, no entanto, é que seu estilo de governo é excessivamente focado em guerras culturais e disputas digitais desnecessárias, e que isso poderia prejudicar as principais reformas econômicas e o papel do Brasil como a maior democracia da América Latina", diz o jornal.

O foco nessas reformas é visto como fundamental para o apoio que o governo iniciado em janeiro tem recebido de investidores internacionais, e ajuda a impulsionar os dados econômicos. Ainda assim, desde antes da posse de Bolsonaro há analistas que dizem que o governo terá um prazo de seis meses para levar adiante as reformas, e o atraso pode fazer os investidores perderem a confiança no país.

A polêmica em torno da publicação do presidente ganhou ampla atenção na imprensa internacional. Para os analistas estrangeiros, Bolsonaro tentou declarar "guerra ao carnaval" depois de ter sido um dos principais alvos de ironias e protestos durante a festa em todo o país.

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