Desordem domina preparativos para Olimpíada, diz humorista na TV dos EUA
Daniel Buarque
29/06/2016 12h50
Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro vão acontecer em menos de dois meses, "ou nunca", ironizou o humorista norte-americano Stephen Colbert, apresentador do programa Late Show, na TV dos EUA. Em um segmento nesta semana, o apresentador listou muitos dos problemas que afligem os preparativos para a Olimpíada, e deixou claro que a desordem está tomando conta no Brasil.
"O governador do Rio disse ontem que a Olimpíada poderia ser um grande fracasso, o que é uma melhora. Até ontem, parecia que seria uma grande catástrofe", disse.
Segundo Colbert, o símbolo dos Jogos do Rio vai mudar: Em vez de três pessoas dando as mãos, vai haver duas pessoas assaltando uma outra.
Colbert falou ainda sobre a epidemia de zika, a morte da onça em evento oficial, sobre a poluição na baía da Guanabara e sobre as suspeitas de corrupção. Segundo ele, muitos dos locais dos Jogos não foram terminados, disse, "possivelmente porque mais de US$ 10 bilhões em contratos para obras foram destinados a apenas cinco empresa, todas elas sob investigação por corrupção, o que levou executivos a serem presos e processados. O lado positivo para eles é que os presídios não ficarão prontos até 2036."
O segmento de piadas durou quase cinco minutos, mostrando uma imagem negativa do Rio e do Brasil, o que tem ganhado força na imprensa internacional nos últimos dias.
O site jornalístico norte-americano "Vox" mostrou nesta semana que o Rio "está passando por um outro grande projeto: escondendo e removendo os pobres da vista dos visitantes", diz. Um vídeo começa mostrando o muro construído para bloquear a vista da Maré para quem vai do aeroporto do Galeão à Zona Sul, onde ficam as praias.
Sobre o Autor
Daniel Buarque vive em Londres, onde faz doutorado em relações internacionais pelo King's College London (em parceria com a USP). Jornalista e escritor, fez mestrado sobre a imagem internacional do país pelo Brazil Institute da mesma universidade inglesa. É autor do livro “Brazil, um país do presente - A imagem internacional do ‘país do futuro’” (Alameda Editorial) e do livreto “Brazil Now” da consultoria internacional Hall and Partners, além de outros quatro livros. Escreve regularmente para o UOL e para a Folha de S.Paulo, e trabalhou repórter do G1, do "Valor Econômico" e da própria Folha, além de ter sido editor-executivo do portal Terra e chefe de reportagem da rádio CBN em São Paulo.
Sobre o Blog
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