Think Tank – Brasilianismo http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br Daniel Buarque é jornalista e escritor com mestrado sobre a imagem internacional do país pelo Brazil Institute do King's College de Londres. Fri, 31 Jan 2020 12:20:22 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Para think tank conservador, Bolsonaro decepciona e fracassa na economia http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/06/17/para-think-tank-conservador-bolsonaro-decepciona-e-fracassa-na-economia/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/06/17/para-think-tank-conservador-bolsonaro-decepciona-e-fracassa-na-economia/#respond Mon, 17 Jun 2019 19:34:46 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5587

O presidente Jair Bolsonaro teve um “desempenho decepcionante” em seus primeiros seis meses no governo brasileiro, e fracassou na tentativa de equilibrar as finanças do país, segundo o analista de economia global Desmond Lachman. A avaliação foi publicada em um artigo publicado no site do think tank conservador American Enterprise Institute, do qual Lachman é membro.

A eleição de Bolsonaro, ele explica, “elevou as esperanças do Mercado de que ele revitalizaria a economia brasileira, construiria um consenso político para a tão necessária reforma previdenciária e colocaria as finanças públicas em um caminho mais sustentável. Até agora, ele não conseguiu ter muito progresso nessas áreas enquanto se engajava em políticas divisivas, e sua administração foi despedaçada por disputas internas”, diz o artigo.

Especialista em macroeconomia global, Lachman atuou como vice-diretor no departamento de políticas de desenvolvimento do FMI. Seu texto revela a frustração de analistas do mercado internacional e entre conservadores com a falta de avanço das políticas implementadas pelos primeiros meses de Bolsonaro no poder.

“Um plano abrangente de redução orçamentária ainda está para ser apresentado, e o estilo discordante de Bolsonaro o impediu de construir apoio do Congresso para seu plano de reforma previdenciária.”

Lachman vem acompanhando de perto a movimentação da economia e da política brasileira e publicando artigos analisando de forma crítica a situação do país. Há um ano, antes da eleição de Bolsonaro, ele escreveu alertando que o Brasil precisava urgentemente de reformas ou afetaria toda a economia global. Em seguida, disse que a situação do Brasil precisava ser acompanhada detalhadamente pelo governo de Donald Trump e pelo Banco Central norte-americano na hora de formular as políticas monetárias e de comércio exterior dos EUA.

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Think tank recebe filho de Bolsonaro após ver ‘histeria’ em reação a pleito http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/11/27/think-tank-recebe-filho-de-bolsonaro-apos-ver-histeria-em-reacao-a-pleito/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/11/27/think-tank-recebe-filho-de-bolsonaro-apos-ver-histeria-em-reacao-a-pleito/#respond Tue, 27 Nov 2018 19:36:36 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5003

“As reações à eleição de Jair Bolsonaro para a Presidência do Brasil vão do alarmismo à histeria total”, dizia um texto divulgado pelo think tank americano American Enterprise Institute (AEI) uma semana após a eleição no Brasil. Segundo a avaliação, apesar de algumas declarações radicais do presidente eleito, da sua simpatia pelos militares e da pressão sobre a democracia, “não há motivo para desespero”.

O centro de estudos conservador AEI ganhou evidência nas futuras relações entre o Brasil de Bolsonaro e os EUA de Donald Trump ao ser visitado nesta semana pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que participou de uma palestra no local.

Segundo a Folha, Eduardo Bolsonaro falou para um grupo de cerca de 30 pessoas, entre membros de think tanks e do governo, sobre Venezuela, fortalecimento das relações entre Brasil e Estados Unidos e direitos humanos. Em uma conversa com jornalistas no centro de pesquisas, o filho do presidente eleito disse que “o novo governo está disposto não só a fazer comércio como também cooperar em diversas outras áreas.”

Assinado pelo pesquisador Ryan C. Berg, do AEI, o texto sobre a eleição era uma reação à cobertura altamente negativa da imprensa internacional sobre a candidatura e a vitória de Bolsonaro.

Do ponto de vista estrangeiro, a eleição do Brasil foi vista como um indício de grande risco à democracia brasileira. Segundo o texto divulgado pelo think tank, entretanto, era tudo exagero. “O Brasil e o mundo não devem entrar em pânico.”

Segundo a análise, as instituições democráticas do Brasil são resilientes, “capazes de aguentar a tempestade Bolsonaro e limitar seus impactos”, dizia.

Berg é um pesquisador especializado em estudos sobre o crime organizado e o tráfico de drogas, e também trata de política externa da América Latina e questões sobre o desenvolvimento.

Em seu texto, publicado no site de jornalismo político Real Clear Politics, ele ressaltou que a Constituição do Brasil garante um sistema de pesos e contrapesos com independência entre os poderes, e que Bolsonaro teria que encarar um Congresso fraturado para conseguir governar.

A avaliação não pode ser lida como um total apoio a Bolsonaro, entretanto. O texto aponta várias das declarações problemáticas do presidente eleito, e diz que ele vai criar uma pressão grande na democracia do país, e que é preciso estar vigilante durante seu governo.

Segundo Berg, entretanto, as instituições funcionam e, se Bolsonaro tentar se sobrepor aos outros poderes, “ele sem dúvida vai lembrar que o Brasil tem um processo bem definido para o impeachment de presidentes”, diz.

“Nem os brasileiros nem seus vizinhos do hemisfério deveriam apenas sentar e assistir ao show. Vigilância é imperativa. Mas as probabilidades são de que, sob o governo do presidente Bolsonaro, o Brasil encontre uma maneira de sobreviver graças às instituições democráticas que são seus verdadeiros pilares da democracia.”

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Plano de Bolsonaro contra violência é ‘incompleto’, diz think tank dos EUA http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/11/14/plano-de-bolsonaro-contra-violencia-e-incompleto-diz-think-tank-dos-eua/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/11/14/plano-de-bolsonaro-contra-violencia-e-incompleto-diz-think-tank-dos-eua/#respond Wed, 14 Nov 2018 09:14:02 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=4964

Levado à Presidência em grande parte por conta do seu discurso contra a violência no Brasil, Jair Bolsonaro tem ideias “incompletas” sobre como combater a criminalidade do país, diz um artigo publicado pelo think tank americano Brookings Institution.

“O que o futuro presidente Jair Bolsonaro fará para promover sua agenda de combate ao crime no Brasil? Sua retórica dura sobre o crime fez muito para catapultá-lo para a Presidência brasileira. No entanto, suas ideias reais para combater o crime, incluindo dar à polícia e às unidades do Exército maiores prerrogativas para usar a força e empregar o Exército em patrulhas de rua, parecem incompletas, na melhor das hipóteses. Algumas de suas propostas também implicam o uso de medidas extralegais que poderiam ter muita semelhança com as práticas abusivas das políticas policiais do presidente Rodrigo Duterte nas Filipinas, para dar um exemplo indesejável”, explica o pesquisador Michael E. O’Hanlon.

Segundo O’Hanlon, é impossível negar que a criminalidade no Brasil é terrível, e que uma grande mudança nas abordagens da segurança pública é necessária. Para ele, entretanto, é preciso aprender com o que já foi feito em outros países para desenvolver uma estratégia para reduzir a violência no Brasil sem se apegar apenas a práticas abusivas que desrespeitam os direitos humanos.

“Bolsonaro deveria ter em mente os princípios que foram aprendidos na criação de estratégias de sucesso para combater o crime em todo o mundo. Vários são destacados em um estudo de 2017, ‘Protegendo cidades globais: melhores práticas, inovação e o caminho a seguir’”, diz O’Hanlon, que é coautor do texto citado.

A pesquisa examinou uma série de grandes desafios para as cidades do mundo, incluindo “crime normal”, organizações criminosas transnacionais e cartéis de drogas, terrorismo e desastres em massa. “Nem todos os princípios são igualmente relevantes para os problemas centrais do Brasil atualmente, mas ainda é útil resumir todos eles no caso de a situação evoluir”, diz.

O artigo lista sete caminhos que o Brasil pode trilhar para começar a intensificar a luta contra a violência, incluindo a retomada de um projeto mais refinado de policiamento comunitário, como já tentado no Rio de Janeiro com as UPPs. Segundo O’Hanlon, apesar de os projetos de pacificação no Brasil terem perdido o rumo, o programa teve recursos limitados em termos de policiamento e de programas de apoio social e econômico, e precisa ser melhorado.

O’Hanlon fala ainda de parcerias internacionais, de estratégias contra o crime organizado, de uso de tecnologia, de promoção da coesão social, de parcerias público-privadas e de preparação para eventos com potencial catastrófico.

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Para think tank, Bolsonaro tem chance de ser eleito, mas Alckmin é favorito http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/03/29/para-think-tank-bolsonaro-tem-chance-de-ser-eleito-mas-alckmin-e-favorito/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/03/29/para-think-tank-bolsonaro-tem-chance-de-ser-eleito-mas-alckmin-e-favorito/#respond Thu, 29 Mar 2018 09:03:56 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=4382

A candidatura do deputado Jair Bolsonaro à Presidência da República se tornou o tema central da mais recente avaliação do think tank Economist Intelligence Unit sobre o Brasil.

Segundo a análise da agência de pesquisa ligada à revista “The Economist”, “após anos de crescente polarização entre esquerda e direita, a disputa presidencial está incerta como nunca nesta época de um ano eleitoral, e Bolsonaro tem chances razoáveis de vencer”. Ainda assim, a EUI “considera que Geraldo Alckmin vai acabar prevalecendo” na disputa, diz.

A análise do think tank chama Bolsonaro de “político de extrema-direita”, “aspirante a Donald Trump” e “astro das redes sociais”, mas alega que ele parece ser o único candidato capaz de romper a alternância entre PT e PSDB no poder.

“Bolsonaro apela aos eleitores que estão irritados com uma enxurrada interminável de escândalos de corrupção, insatisfeitos com os altos índices de criminalidade e cansados da tradicional política de patronagem do Brasil”, diz o estudo.

A candidatura de Bolsonaro é apresentada como a antítese de Lula, que a EIU considera que não vai poder concorrer à Presidência por conta da condenação por corrupção.

“Ele tem apelo a eleitores jovens e bem-educados com seu discurso socialmente conservador, mas também atrai um grande número de eleitores por meio de sua retórica populista e anti-establishment”, diz.

Apesar de reconhecer as chances do candidato da direita, o estudo do think tank considera que o radicalismo de Bolsonaro pode isolar sua posição e dificultar as aspirações políticas dele. Além disso, uma possível vitória dele poderia gerar problemas de governabilidade.

“A maioria de seus colegas o vê como um dissidente, que inspira pouca confiança. (…) uma de suas fraquezas, que ele provavelmente precisará resolver se quiser ter sucesso, é que ele não tem um programa governamental claro e detalhado.”

Segundo o EIU, ainda é cedo para fazer qualquer previsão mais clara sobre a eleição no Brasil, e as pesquisas devem ser lidas com cautela. De qualquer forma, o estudo considera que Alckmin tem aparecido como o candidato com maior apoio dos mercados, e que talvez tenha maiores chances de vencer a eleição.

Com sede no Reino Unido, o Economist Intelligence Unit é considerado o segundo melhor think tank privado (com fins lucrativos) do mundo, segundo o ranking desenvolvido pela Universidade da Pensilvânia.

Este ranking explica que think tanks são organizações de pesquisa de políticas públicas e de análises e engajamento com governos internacionais. Esses institutos desenvolvem estudos, análises e consultorias orientadas para políticas sobre questões domésticas e internacionais, permitindo, assim, que os formuladores de políticas e o público tomem decisões informadas sobre políticas públicas.

Estas instituições muitas vezes atuam como uma ponte entre as comunidades acadêmicas e formuladoras de políticas e entre os estados e a sociedade civil, servindo no interesse público como vozes independentes que traduzem a pesquisa aplicada e básica em uma linguagem que é compreensível e acessível aos políticos e ao público

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Brasileiros deveriam ter orgulho de combate à corrupção, diz think tank http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/11/21/brasileiros-deveriam-ter-orgulho-de-combate-a-corrupcao-diz-think-tank/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/11/21/brasileiros-deveriam-ter-orgulho-de-combate-a-corrupcao-diz-think-tank/#respond Tue, 21 Nov 2017 17:47:37 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=4031

Brasileiros deveriam ter orgulho de combate à corrupção, diz think tank dos EUA

Por mais que a situação atual do Brasil, com crises na política e na economia, deem poucos motivos para alegria, “os brasileiros deveriam ter orgulho da forma como o seu sistema legal está lutando contra a corrupção”.

A análise foi publicada pelo instituto Cato, um think tank americano especializado em questões políticas internacionais.

Segundo o artigo publicado no site do grupo, as reformas constitucionais e de política implementadas nas últimas duas décadas no sistema Judiciário “são um exemplo para outros países”, diz. A referência é à autonomia da Polícia Federal e de procuradores, além da autorização para delação premiada.

“Se você falar sobre corrupção e abuso de poder com pessoas de quase todos os países latino-americanos, é muito provável que eles expressem admiração –e um alto grau de inveja– sobre a imagem de políticos poderosos e empresários sendo levados à Justiça no Brasil”, diz.

O Cato admite que a classe política está lutando para evitar ser julgada pela corrupção, mas diz que “as instituições mudaram” no país.

“Os brasileiros demonstram ter menos tolerância em relação à corrupção e o abuso de poder”, diz.

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Para think tank dos EUA, sobrevivência de Temer depende de alívio econômico http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/08/14/para-think-tank-dos-eua-sobrevivencia-de-temer-depende-de-alivio-economico/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/08/14/para-think-tank-dos-eua-sobrevivencia-de-temer-depende-de-alivio-economico/#respond Mon, 14 Aug 2017 23:45:47 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=3754

Apesar de o presidente Michel Temer ter mostrado ainda ter força política ao evitar investigações contra ele sobre corrupção, o governante está enfraquecido, segundo uma análise publicada pelo think tank norte-americano Council on Hemispheric Affairs.

Segundo um artigo assinado pela pesquisadora Madeline Asta, se Temer tentar aprovar reformas que retirem acesso da população a serviços como educação e saúde, a reação pública pode ameaçar sua legitimidade e a sensação de recuperação econômica promovida pelo seu governo.

“Enquanto Temer enfrenta acusações de corrupção, ele só consegue manter seu poder político pela promessa de alívio econômico. Apesar de o Congresso recentemente ter votado para proteger Temer das investigações de corrupção, se suas políticas mostrarem sinais de enfraquecimento, seus aliados congressistas vão provavelmente abandoná-lo quando novas acusações aparecerem”, diz o texto.

“Para realmente melhorar a atual estrutura social, política e econômica, o Brasil precisa de uma reforma tributária progressista e do fim da corrupção; além disso, qualquer reforma também precisa ser acompanhada de medidas efetivas de controle de gastos públicos e não pode ser obscurecida por manobras políticas”, defende.

O tom crítico ao governo Temer é natural para o Coha, que recentemente publicou um artigo alegando que o impeachment de Dilma Rousseff e a ascensão ao poder de Temer criaram uma situação análoga a um “Estado de exceção” semelhante ao que governou o Brasil a partir de 1964.

Desde o início do processo de impeachment, a maioria dos textos publicados pelo think tank com sede em Washington DC. e fundado em 1975, tinham um tom crítico à saída dela do poder.

Apesar de a postura política de esquerda não ser declarada ou oficial pelo instituto, que diz defender apenas a democracia e condenar regimes autoritários, o Coha na prática faz um contraponto aos think tanks americanos mais populares, como o Instituto Brookings e o Council on Foreign Relation.

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Para ‘think tank de Trump’, corrupção no Brasil começa no topo da política http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/07/31/para-think-tank-de-trump-corrupcao-no-brasil-comeca-no-topo-da-politica/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/07/31/para-think-tank-de-trump-corrupcao-no-brasil-comeca-no-topo-da-politica/#respond Mon, 31 Jul 2017 14:10:35 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=3718

Para o ‘think tank de Trump’, a corrupção no Brasil começa no topo político

Para o centro de estudos americano que costuma ser considerado uma referência para a forma de pensar do presidente Donald Trump, a corrupção toma conta do Brasil, e vem de cima para baixo.

A condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção é apenas um símbolo do grave problema que o Brasil enfrenta por conta da generalização deste tipo de crime em sua política, segundo uma análise da Heritage Foundation.

A opinião foi publicada pelo “Daily Signal”, site do “think tank de Trump”. “A corrupção no Brasil começa no topo”, diz.

“Os crimes pelos quais Lula foi considerado culpado certamente são significantes. Mais importante, entratento, é que eles ilustram como as elites públicas e privadas do Brasil têm se comportado –muito mal”, diz um texto assinado pelos pesquisadores James M. Roberts e Charles Busch.

Em meio a dezenas de análises críticas sobre a corrupção no Brasil, a avaliação da fundação Heritage pode parecer não ter nada de muito novo. Sua importância fica mais clara por conta da ligação deste think tank com o governo Trump. Segundo a rede de TV CNN, a Heritage pode ser considerada uma das principais referências sobre as ideias em torno do atual governo americano –por mais que o relacionamento tenha passado por turbulências recentemente. “O think tank conservador tem velhas raízes em Washington e está se tornando uma das maiores influências no governo Trump”, diz.

Mais preocupada com política interna, a Heritage não costuma publicar muitos textos sobre questões entre EUA e Brasil, mas fez esta análise recente sobre corrupção. Segundo ela, o problema atinge todo o sistema político do país.

“A troca de favores e a corrupção afetaram todos os partidos políticos no Brasil. Michel Temer, que assumiu a Presidência após a remoção de Rousseff, também foi manchado por alegações de corrupção”, diz.

A falta de confiança nas leis brasileiras faz com que o país perca pontos no Índice de Liberdade Econômica, calculado pela Heritage. Segundo a fundação, o Brasil tem caído nesta avaliação, e deixou de ser “majoritariamente livre” para uma situação de “majoritariamente sem liberdade”.

“Até agora, os únicos heróis a surgirem neste longo drama brasileiro são os procuradores e juízes. (…) Vai ser preciso haver mais gente como [o juíz Sérgio] Moro, com uma defesa firme de princípios”, para mudar isso, diz.

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Instabilidade do Brasil vai muito além do impeachment, dizem pesquisadoras http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2016/03/15/instabilidade-do-brasil-vai-muito-alem-do-impeachment-dizem-pesquisadoras/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2016/03/15/instabilidade-do-brasil-vai-muito-alem-do-impeachment-dizem-pesquisadoras/#respond Tue, 15 Mar 2016 22:38:02 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=1695 Instabilidade do Brasil vai muito além do impeachment, dizem pesquisadoras

Instabilidade do Brasil vai muito além do impeachment, dizem pesquisadoras

Dias depois da maior manifestação pública contra o governo de Dilma Rousseff, enquanto o mercado internacional já trabalha com a ideia de mudança de governo e agências de avaliação de risco político indicam que a presidente Dilma Rousseff não deve ficar mais de que dois meses no poder, pesquisadores estrangeiros começam a analisar, preocupados, o que vai acontecer com o Brasil no futuro. Segundo uma análise publicada pelo think tank Council on Hemispheric Affairs (Coha), o impeachment está longe de resolver a crise política, e a instabilidade vai muito além da saída de Dilma.

“O Brasil está entrando em um período sem precedentes, extremamente polarizado com elevada tensão política”, diz o texto assinado pelas pesquisadoras Esther Fuentes e Rachael Hilderbrand, do Coha. “Enquanto o ciclo de corrupção do Brasil continua, as demandas públicas podem mudar, mas é incerto quem irá liderar a nação, ou que opções para a mudança existem”.

Segundo elas, a situação atual do Brasil é ainda mais preocupante, tendo em conta o que aconteceria no dia após Dilma ser finalmente retirada do poder. “Considerando que os políticos da oposição foram rejeitados pelo público nas manifestações de domingo, é evidente que a instabilidade política do Brasil vai muito além desse processo de impeachment”, dizem.

“Quem, aos olhos dos brasileiros tem legitimidade suficiente para liderar o país e retirá-lo das crises política e econômica? Se ocorrer o impeachment, pode não haver um líder político para governar o Brasil no lugar de Dilma”, questionam.

O texto do Coha explica que, pela legislação brasileira, a retirada de Dilma do poder coloca o vice-presidente, Michel Temer, em seu lugar, mas que ainda há o risco de Temer ser retirado por conta do julgamento da campanha de 2014. Nesse caso, em seguida na linha de sucessão estaria o atual presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que seria responsável por convocar novas eleições. No entanto, Cunha também é acusado na Operação Lava Jato. Se ele for processado e não puder suceder o presidente, o quarto na linha seria o presidente do Senado, Renan Calheiros, que também foi mencionado em delação premiada.

“Uma presidente supostamente corrupta pode ser cassada, as investigações sobre um ex-presidente e vários senadores proeminentes e funcionários públicos continuam, e até aqueles que continuam a oferecer alguma liderança política também são acusados ​​de corrupção”, dizem, indicando um futuro de muitas incertezas para o país.

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Analistas estrangeiros veem clima de tensão e riscos à democracia no Brasil http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2016/03/07/analistas-estrangeiros-veem-clima-de-tensao-e-riscos-a-democracia-no-brasil/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2016/03/07/analistas-estrangeiros-veem-clima-de-tensao-e-riscos-a-democracia-no-brasil/#respond Mon, 07 Mar 2016 22:27:57 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=1660 Analistas estrangeiros veem clima de tensão e riscos à democracia no Brasil

Analistas estrangeiros veem clima de tensão e riscos à democracia no Brasil

A chamada da reportagem do jornal espanhol “El País” logo na sexta-feira, dia em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi levado a depor pela Polícia Federal, já resumia o que diriam os pesquisadores internacionais ao analisar a atual situação do país: “O ‘caso Lula’ põe à prova a democracia brasileira”.

“Voltou a ressoar o fantasma do golpe”, ressalta a publicação espanholsa, indicando que desta vez a “ameaça” não vem dos quartéis, mas das operações policiais e judiciais e pela pressão de conservadores que apostam na queda do governo. “O Brasil vive um momento histórico delicado, precisa mais de bombeiros de que de incendiários, e deve prevalecer a responsabilidade de todos”, complementa.

O argumento publicado no calor dos acontecimentos pelo jornal espanhol se fortaleceu na análise mais cuidadosa de dois importantes centros de estudo nos Estados Unidos. Artigos publicados pelos “think tanks” Brookings e Council on Hemispheric Affairs (Coha) também demonstram preocupação com a saúde da democracia brasileira.

Segundo o Coha, o país está enfrentando um momento complicado na sua relação historicamente problemática com a corrupção, o que leva a uma escalada de problemas sociais e riscos.

“A crescente tensão política em torno dos escândalos de corrupção vão aumentar a pressão sobre a atual presidente Dilma Rousseff, que também enfrenta acusações por envolvimento no escândalo da Petrobras e pode sofrer impeachment. O Escândalo da Petrobras penetrou o sistema político brasileiro e representa uma ameaça à democracia do país”, avalia.

O artigo publicado pelo Instituto Brookings tem uma abordagem mais ampla, e foca não apenas na atual crise brasileira e nas notícias recentes envolvendo o ex-presidente Lula, mas na onda de transformações pelas quais têm passado vários países da América Latina nos últimos meses.

O Brookings parte de dados publicados recentemente no Índice de Democracia do Economist Intelligence Unit, que indica que a democracia está em risco em todo o continente. Segundo o estudo as crises, a instabilidade e o risco de impeachment são alguns dos pontos que fazem com que a democracia brasileira seja vista como “flawed”, com falhas.

A análise do “think tank” ressalta que os brasileiros têm participado de grandes protestos desde 2013, e que, apesar da insatisfação popular com a política, o país não tem mudado. “Sua principal demanda, por melhores condições de vida, continuam não sendo respondidas no Brasil enquanto uma crise fiscal continua”, explica.

Leia também: Recessão e impeachment derrubam Brasil em ranking mundial de democracias

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Brasil é um dos 5 países que vão definir o futuro da democracia, diz livro http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2016/02/12/brasil-e-um-dos-5-paises-que-vao-definir-o-futuro-da-democracia-diz-livro/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2016/02/12/brasil-e-um-dos-5-paises-que-vao-definir-o-futuro-da-democracia-diz-livro/#respond Fri, 12 Feb 2016 08:03:20 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=1549 Brasil é um dos 5 países que vão definir o futuro da democracia, diz livro

Brasil é um dos 5 países que vão definir o futuro da democracia, diz livro

Enquanto alguns dos principais centros de pesquisa política do mundo avaliam que o momento atual é de recessão global em termos de democracia, direitos humanos e estado de direito, um novo livro lançado nos Estados Unidos defende que cinco países, incluindo o Brasil, vão decidir o futuro da democracia no mundo.

“Cinco potência emergentes de todos os cantos do planeta – Índia, Brasil, África do Sul, Turquia e Indonésia – vão determinar se e como a democracia global e os direitos humanos desenvolvidos nos últimos 70 anos vão sobreviver”, diz o autor do livro, Ted Piccone, em artigo sobre a obra publicado no site do think tank norte-americano Brookings.

Piccone é um pesquisador senior do Brookings, especialista em ordem global e política internacional. Ele escreveu o livro recém-publicado “Five Rising Democracies and the Fate of the International Liberal Order” (Cinco democracias emergentes e o destino da ordem liberal internacional). No artigo publicado nesta semana, ele resume algumas das ideias contidas na obra.

“Estes cinco países representam 25% da população do mundo e fizeram um imenso progresso desde suas transições históricas rumo a liberalização política e econômica. Mas eles têm caminhos irregulares quando se trata de validação e aplicação de normas fundamentais para além das suas fronteiras”, explica.

Segundo o pesquisador, o Brasil e a África do Sul estão vivendo um momento difícil, em que problemas econômicos limitam a ambição dos países em relação a seu potencial internacional. Ainda assim, esses países emergentes precisam deixar de se preocupar apenas com problemas internos de desenvolvimento, e se envolver em relações mais firmes com outras democracias do mundo para poder fortalecer os valores e práticas democráticas em todo o planeta.

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