Mac Margolis – Brasilianismo http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br Daniel Buarque é jornalista e escritor com mestrado sobre a imagem internacional do país pelo Brazil Institute do King's College de Londres. Fri, 31 Jan 2020 12:20:22 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Brasil voltou a ser prisioneiro político de Lula, segundo colunista http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/11/09/brasil-voltou-a-ser-prisioneiro-politico-de-lula-segundo-colunista/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/11/09/brasil-voltou-a-ser-prisioneiro-politico-de-lula-segundo-colunista/#respond Sat, 09 Nov 2019 19:55:44 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=6064

Até sua libertação na tarde de sexta-feira (8), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era tratado por seus partidários como o maior preso político do Brasil. Para o colunista da agência de economia Bloomberg Mac Margolis, entretanto, a realidade é oposto, e o Brasil é que voltou a ser prisioneiro político de Lula.

O argumento foi apresentado em um artigo publicado no site de opinião da Bloomberg –uma das primeiras análises internacionais sobre a libertação de Lula.

“Seu status de figura pública e de único oráculo da esquerda limita a diversidade política e sufoca novas lideranças. Em um momento em que o círculo governante do Brasil se afastou fortemente à direita e o centro implodiu, a lacuna à esquerda reduz a própria democracia”, argumenta o colunista.

Segundo Margolis, o próprio Lula ajudou a empobrecer o campo político da esquerda ao não permitir a ascensão de um substituto convincente para ele.

O colunista critica ainda a fragmentação política do Brasil, mas diz que o PT não ajudou a melhorar o sistema enquanto esteve no poder.

“Graças à decisão do Supremo Tribunal Federal desta semana, que derrubou uma decisão mais dura de apenas três anos atrás, Lula agora pode travar suas batalhas legais no conforto de sua casa ou praça pública. Esse é o tipo de jurisprudência que apenas criminosos de colarinho branco de salto alto –que podem pagar advogados para manter a máquina de apelações girando até o prazo de prescrição acabar– poderiam adorar”, diz o colunista.

A decisão do STF e a libertação de Lula tiveram ampla cobertura na imprensa internacional. A primeira reação dos observadores externos foi de que a mudança definida pela Justiça foi uma vitória de Lula, mas que gera incerteza política para o país.

Veículos mais ligados à cobertura de notícias de economia, como a própria Bloomberg, têm feito uma cobertura mais crítica, entretanto. O Wall Street Journal publicou um artigo chamando a decisão do STF de um retrocesso para a luta contra a corrupção no Brasil.

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Analistas veem democracia mais forte do que o autoritarismo de Bolsonaro http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/07/02/analistas-veem-democracia-mais-forte-do-que-o-autoritarismo-de-bolsonaro/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/07/02/analistas-veem-democracia-mais-forte-do-que-o-autoritarismo-de-bolsonaro/#respond Tue, 02 Jul 2019 11:22:48 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5615

Seis meses após a posse de Jair Bolsonaro como presidente do Brasil, as análises sobre a possível morte da democracia do país se mostraram exageradas, segundo a avaliação de duas das mais importantes publicações da imprensa de economia do mundo.

De acordo com avaliações publicadas pelo jornal Financial Times e pela agência Bloomberg, as instituições brasileiras têm se mostrado fortes em evitar uma escalada autoritária no país. A democracia se mostrou mais forte do que o autoritarismo.

“Quando Jair Bolsonaro foi eleito, muitos brasileiros temiam que o presidente de extrema direita varresse as instituições democráticas do país para implementar sua agenda política radical”, explica o FT. “Seis meses depois, entretanto, o poderoso Congresso do Brasil e sua influente corte suprema não estão apenas intactos, mas contra o ex-capitão do Exército. Bolsonaro está frustrado.”

O jornal lista derrotas de Bolsonaro na sua relação com parlamentares e menciona a reclamação do presidente de que o Congresso estaria tentando transformá-lo na “rainha da Inglaterra”.

“Os temas defendidos por Bolsonaro, incluindo o relaxamento do controle de armas, a demarcação de territórios indígenas e o desenvolvimento em terras protegidas da Amazônia, estão longe de serem universalmente apoiados. Assim, as instituições brasileiras não sentem pressão para entrar na linha”, diz o jornal.

O tom do FT é semelhante ao adotado pelo colunista Mac Margolis em um artigo publicado na página de opinião da Bloomberg. “A democracia atormenta o presidente do Brasil”, diz o título do texto. “Seus primeiros seis meses refutam os temores de um retorno ao autoritarismo”, complementa.

“A maior democracia da América Latina está a salvo”, avalia.

Segundo Margolis, Bolsonaro enfrentou muitas dificuldades no início do seu governo, e tem sofrido pressões das instituições brasileiras.

“Graças às exortações autoritárias de Bolsonaro, a jovem democracia do Brasil estaria em perigo e um retorno à ditadura seria iminente. No entanto, seis meses cheios de crises de populismo viraram essa fantasia de cabeça para baixo. A democracia constitucional do Brasil parece adequada para sobreviver a Bolsonaro; a questão é, Bolsonaro vai sobreviver à democracia?”, diz.

Para o colunista, isso leva Bolsonaro a tentar levar adiante o governo por decretos, o que mostra sua falta de habilidade política. Assim, complementa, o Congresso está assumindo a responsabilidade de levar adiante muitos dos projetos vistos como os mais importantes para o país, como a reforma da Previdência.

Apesar do tom que parece otimista, Margolis alerta que mesmo que a democracia esteja viva, a política brasileira ainda vive um momento muito problemático.

“O perigo não é o de um ‘país que corre em direção a um passado autoritário’, como a narração lúgubre coloca no filme ‘Democracia em Vertigem’, da Netflix. Em muitos aspectos, o espírito e as instituições cívicas do país nunca estiveram tão resilientes. O problema maior é a política sem clareza, que corrói o consenso e encoraja os forasteiros e aventureiros populistas.”

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Bolsonaro põe em risco credibilidade dos militares no Brasil, diz colunista http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/05/12/bolsonaro-poe-em-risco-credibilidade-dos-militares-no-brasil-diz-colunista/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/05/12/bolsonaro-poe-em-risco-credibilidade-dos-militares-no-brasil-diz-colunista/#respond Sun, 12 May 2019 16:06:14 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5497

As expectativas exageradas e a falta de resultados dos primeiros meses de governo de Jair Bolsonaro derrubaram sua popularidade no país e ameaçam arrastar para baixo também a credibilidade dos militares brasileiros, segundo a avaliação de Mac Margolis, colunista da agência de notícias de economia Bloomberg. Segundo Margolis, Bolsonaro se tornou uma aposta perigosa para as Forças Armadas do Brasil.

O colunista explica que as pesquisas nacionais indicam que as Forças Armadas são a instituição em que os brasileiros mais confiam, e “Bolsonaro usou o prestígio dos militares nas eleições e depois recrutou seus membros para seu governo”. Isso, ele explica, em princípio gerou preocupações sobre a estabilidade da democracia brasileira.

“Felizmente, os medos se mostraram exagerados”, complementa. “Paradoxalmente, o Exército tem sido uma influência para a estabilidade no governo, contrabalançando os ideólogos de Bolsonaro e descartando aventuras armadas”, diz.

Isso, entretanto, é o que ameaça a credibilidade dos militares, segundo ele.

“Quando Bolsonaro assumiu o cargo em janeiro, 62% dos brasileiros entrevistados defendiam a ideia de um governo formado por militares de carreira. (…) No mês passado, no entanto, esse entusiasmo público caiu para 49%”, diz.

Segundo ele, a queda reflete a perda de 16% na aprovação geral do governo, o que é causado pela falta de avanços especialmente na economia.

“Apesar de falar de reformas fundamentais e de um renascimento do livre mercado, o maior motor econômico da América Latina ainda está sem força, com 13,5 milhões de pessoas desempregadas e a indústria paralisada”, diz.

Para Margolis, depois dos primeiros meses do governo Bolsonaro, a preocupação com a democracia diminuiu, mas a ligação entre os militares e o governo pode ter seu preço para a popularidade das Forças Armadas. “Por ora, a democracia constitucional provavelmente emergirá sem marcas. Os homens e mulheres brasileiros em verde-oliva talvez não tenham tanta sorte.”

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Carnaval venceu puritanismo político no Brasil, diz colunista da Bloomberg http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/03/06/carnaval-venceu-puritanismo-politico-no-brasil-diz-colunista-da-bloomberg/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/03/06/carnaval-venceu-puritanismo-politico-no-brasil-diz-colunista-da-bloomberg/#respond Wed, 06 Mar 2019 09:07:15 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5259

O conservadorismo político e o instinto puritano não conseguiram afetar a maior festa do Brasil, e o país manteve sua irreverência durante o Carnaval, segundo um artigo do colunista Mac Margolis publicado na página de opinião da agência de economia Bloomberg.

“Felizmente para o Brasil, santimônia não rima com o samba, e a criatividade superou a penúria”, escreve Margolis.

O título publicado no site da Bloomberg diz que “Bolsonaro não diminuiu o espírito carnavalesco”. Apesar de mencionar todo o movimento político conservador que levou à eleição do presidente, o texto trata especificamente do Rio de Janeiro e do prefeito Marcelo Crivella. Segundo Margollis, o prefeito se fantasiou de “paladino fiscal” e atuou para sufocar o carnaval, mas não conseguiu atrapalhar a folia.

Em vez de diminuir a festa, explica, a pressão política e o corte de verbas levaram a uma reação festiva, com críticas em forma de carnaval. “Os foliões do Rio prestaram pouca atenção ao seu desmancha-prazeres –isto quando não transformaram o obscurantismo oficial em objeto de alegria e escárnio alegre.”

O texto fala ainda sobre a importância do carnaval para a economia do Rio, que ainda sofre efeitos de uma longa crise, e diz que a festa é importante para atrair visitantes e reforçar a cultura local.

“O Carnaval do Rio é o feriado mais famoso do Brasil, a principal atração para os turistas internacionais, e uma vitamina para uma cidade ainda afetada por três anos de prostração econômica.”

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Mariana piorou imagem de Dilma no mundo; Brumadinho testa a de Bolsonaro http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/01/30/mariana-piorou-imagem-de-dilma-no-mundo-brumadinho-testa-a-de-bolsonaro/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/01/30/mariana-piorou-imagem-de-dilma-no-mundo-brumadinho-testa-a-de-bolsonaro/#respond Wed, 30 Jan 2019 12:01:03 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5160

As toneladas de lama tóxica derramadas pelo rompimento da barragem da Samarco, em Mariana, em 2015, tiveram um efeito que foi além da tragédia humana e ambiental –uma das piores da história. O caso expôs ao mundo com holofotes mais fortes os problemas políticos enfrentados pelo país, que já estava mergulhado em uma profunda crise econômica e via a pressão crescer contra o governo. As intensas críticas à resposta da então presidente Dilma Rousseff ao caso serviram para piorar ainda mais sua imagem internacional, que já estava abalada.

O caso de 2015 foi um dos assuntos relacionados ao Brasil com maior evidência global naquele ano, se juntando ao panorama de turbulências políticas e econômicas que já haviam levado a revista The Economist a colocar em sua capa a ideia do Brasil afundando na lama de um atoleiro.

A falta de ação do governo mostrou que o Brasil não tinha líder, argumentava um artigo publicado pelo site de opinião da agência de notícias de economia Bloomberg. “Sabemos o que deu errado depois do desastre. A resposta do governo federal ao fiasco, ou a falta de resposta, é um caso de estudo sobre o que não fazer. Por dias, enquanto equipes de resgate buscavam sobreviventes, as autoridades do governo do Brasil não disseram quase nada”, dizia o texto do colunista Mac Margolis.

As imagens após o rompimento da barragem serviam como uma analogia à ideia de que o próprio governo estava mergulhado em lama tóxica, segundo uma análise publicada à época na revista norte-americana The Nation. Para a publicação, historicamente ligada à esquerda global, as cenas do rio de lama tóxica ilustravam o capítulo final na história da ascensão e queda do PT no poder do Brasil.

O tom geral adotado pela mídia estrangeira sobre o caso era de que o rompimento da barragem poderia ter sido evitado, que a busca pelos responsáveis precisava ser levada adiante de forma eficiente, mas que a resposta do governo foi caótica.

Pouco mais de três anos depois, o novo desastre com uma barragem da Vale, em Brumadinho, o tom inicial de analistas fora do Brasil é de que o país não aprendeu a lição com a tragédia anterior, e foi incapaz de evitar um novo desastre. Apesar de haver um posicionamento crítico contra a Vale, a repetição de problemas com a mineração põe em xeque a política brasileira de licenciamento ambiental e fiscalização de mineradoras.

Mas isso não significou uma crítica imediata ao novo governo, empossado menos de um mês antes. O caso tem sido analisado externamente desde o começo por seu possível impacto político, ainda assim, e a tragédia tem sido avaliada como o primeiro grande teste do presidente Jair Bolsonaro.

“Esta vai ser a primeira oportunidade real de saber como vai ser o governo de Bolsonaro”, disse a cientista política americana Kathryn Hochstetler, professora de desenvolvimento internacional da London School of Economics, em entrevista ao blog Brasilianismo.

A ideia apareceu em várias das centenas de reportagens publicadas pela imprensa estrangeira a respeito da tragédia, com grande atenção à reação do governo. Isso se dá especialmente por conta do tom já muito crítico adotado na imprensa internacional em relação a ele, e por causa das declarações de Bolsonaro durante a campanha e após sua eleição a respeito de regulamentações ambientais. Em dezembro, o então presidente eleito declarou que pretendia revogar regulamentações em todos os setores do país. “Só servem para arrecadação e entraves de desenvolvimento, sem nenhum retorno prático ao cidadão”, afirmou.

O Financial Times alega que o desastre vai criar uma oposição mais forte a esta agenda contra regulamentação defendida antes por Bolsonaro.

“Para Bolsonaro, que sobrevoou a zona do desastre apenas 24 horas depois de voltar do Fórum Econômico Mundial, o acidente proporcionou um teste inicial de liderança. A raiva popular complicará os planos que ele divulgou em Davos para melhorar o clima de negócios do país ao reduzir a burocracia e privatizar as empresas estatais. (…) Acima de tudo, o presidente enfrentará um desafio mais duro para alcançar as ambições que ele sugeriu durante a campanha presidencial do ano passado para liberar todo o potencial de mineração do país, relaxando as salvaguardas ambientais e permitindo mais operações na floresta amazônica”, diz o jornal de economia.

Apesar de ainda não haver uma análise externa mais detalhada da reação do governo ao caso de Brumadinho, a imprensa internacional deu bastante destaque à prisão de três funcionários da Vale diretamente envolvidos e responsáveis pela mina e seu licenciamento, o que indica uma atenção maior no Brasil à busca por responsáveis –mas não é diretamente ligado à atuação do presidente.

“Sabemos o que ele disse durante a campanha, defendendo a aceleração do licenciamento, e sabemos que logo no começo do governo ele tomou medidas que reduziram as proteções ambientais, mas acho que a tragédia de Brumadinho vai ser o evento mais informativo para sabermos como ele vai governar, e saber se ele consegue aprender com as lições de um caso assim. Acho difícil que alguém possa ver este episódio e achar que está tudo bem. Ele parece estar levando o caso muito a sério, e foi à região imediatamente. Não sei o que ele vai fazer, mas acho que o comportamento dele vai nos dizer muito sobre como vai ser seu governo”, avaliou Hochstetler.

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‘Incontinência jurídica’ afeta confiança política no Brasil, diz colunista http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/07/16/incontinencia-juridica-afeta-confianca-politica-no-brasil-diz-colunista/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/07/16/incontinencia-juridica-afeta-confianca-politica-no-brasil-diz-colunista/#respond Mon, 16 Jul 2018 14:11:47 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=4626

A democracia brasileira, a confiança da sociedade nas instituições políticas e mesmo o crescimento econômico do país estão sendo afetados por uma “incontinência jurídica”, segundo o colunista Mac Margolis, da agência de economia Bloomberg. A inconsistência das decisões da Justiça brasileira, ele explica, faz com que o processo democrático esteja refém de incertezas.

Em seu artigo mais recente na página de opinião da Bloomberg na internet, Margolis analisa a disputa em torno da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o quanto ela representa problemas de todo o sistema Judiciário “hiperativo” do país. Para ele, os avanços em processos contra a corrupção, incluindo o de Lula, poderiam ser um exemplo que que as coisas vão bem no país, mas há muitos problemas sistêmicos que impedem o bom funcionamento dele.

“De perto, entretanto, a imagem não é tão positiva. Mesmo com todo o zelo processual de casos importantes, a maior democracia da região parece cada vez mais um modelo de incontinência jurídica. Com mais de um milhão de advogados, o Brasil é uma terra de vingadores de beca”, avalia.

Segundo Margolis, o sistema é inconsistente, permite que casos encerrados sejam retomados, o que gera incerteza na política –especialmente quando o caso envolve o candidato que lidera as pesquisas de intenção de voto para presidente.

Margolis cita ainda os longos prazos que a Justiça leva para tomar decisões e o conjunto crescente de leis, que atrapalham ainda mais o funcionamento do sistema. Segundo ele, os problemas de operação reduzem o potencial de crescimento e a confiança nas instituições brasileiras, o que dificulta a ascensão do país no cenário global.

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Com crise e corrupção, agência vê fim de tabu sobre privatização no Brasil http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/05/08/com-crise-e-corrupcao-agencia-ve-fim-de-tabu-sobre-privatizacao-no-brasil/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/05/08/com-crise-e-corrupcao-agencia-ve-fim-de-tabu-sobre-privatizacao-no-brasil/#respond Tue, 08 May 2018 16:29:25 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=4501

Em um ano de grande polarização eleitoral, um tema que no passado era um dos mais polêmicos nas disputas políticas brasileiras perdeu seu estigma no país. Segundo um artigo publicado pela agência de economia Bloomberg, as privatizações deixaram de ser um tabu no Brasil.

“‘Privatização’ não é mais um palavrão no Brasil, mesmo em um ano eleitoral”, diz o título do texto assinado pelo chefe do escritório da agência em Brasília, Raymond Colitt. “Corrupções e falência dos cofres do Estado estão forçando uma nova forma de pensar no Brasil”, resume.

O artigo lista uma série de políticos e candidatos na próxima eleição que têm falado abertamente sobre a venda de estatais, incluindo Geraldo Alckmin, do PSDB, que no passado precisou fazer campanha negando intenção de privatizar.

Segundo a agência, as privatizações são uma opção por conta dos altos impostos pagos pelos brasileiros em troca de serviços de pouca qualidade e excesso de burocracia. O sistema atual torna o país pouco competitivo.

A Bloomberg admite, entretanto, que a aposta ainda é um tanto incerta. “Esses políticos estão confiando que a raiva pela corrupção, a pior recessão já registrada e o vazio dos os cofres públicos podem ajudar a provocar uma mudança nas atitudes dos eleitores em relação à privatização. É uma aposta arriscada, dada uma pesquisa recente que mostra que 7 entre 10 brasileiros se opõem à ideia, especialmente os mais pobres e menos instruídos”, diz.

E, se muitos candidatos já falam abertamente sobre a ideia de privatizar, a Bloomberg diz que Ciro Gomes é o principal nome a tentar aproveitar o que ainda há de rejeição a esse processo.

Ainda assim, o artigo alega que o clima mudou, e o mercado tem acreditado que o fim do tabu vai permitir um maior diálogo sobre privatizações no Brasil no futuro. O artigo faz sentido, considerando que a Bloomberg é uma agência de notícias de economia que tem como público alvo justamente investidores internacionais que poderiam ter interesses diretos em privatizações do Brasil.

No mesmo dia em que a agência publicou o artigo do chefe do escritório de Brasília sobre as privatizações, o colunista Mac Margolis, da mesma Bloomberg, trata de assunto que se aproxima.

Em seu texto publicado no site de artigos de opinião da agência, o Bloomberg View, Margolis fala sobre o aumento dos investimentos privados em educação no país, o que tem o potencial de ajudar a melhorar a formação dos brasileiros. Segundo o colunista, “as salas de aula do Brasil precisam de mais capitalismo”.

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Polarização esvazia conteúdo da campanha pré-eleitoral do Brasil http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/04/24/polarizacao-esvazia-conteudo-da-campanha-pre-eleitoral-do-brasil/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/04/24/polarizacao-esvazia-conteudo-da-campanha-pre-eleitoral-do-brasil/#respond Tue, 24 Apr 2018 08:36:18 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=4467

A radical polarização política que divide os brasileiros desde o impeachment de Dilma Rousseff, e que se acirrou com a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está esvaziando o debate sobre o futuro do país. Para o colunista da agência de economia Bloomberg Mac Margolis, o debate pré-eleitoral no país até o momento não tem nenhum conteúdo.

“É impressionante que, mesmo com a raiva pública sobre os fracassos do governo e a proximidade das eleições de outubro, tão poucos da classe política brasileira estejam falando sobre reformas, quanto mais fazendo campanha por elas”, diz Margolis em artigo publicado na página de opinião da agência, “Bloomberg View”.

O foco do colunista é mesmo a falta de preocupação com reformas da Previdência, tributária e política, que segundo ele são necessárias para diminuir a burocracia e ajudar a recuperar a economia do país.

“Uma década de escândalos políticos, complementada pela investigação histórica da Lava Jato, sequestrou a atenção nacional e gerou desprezo a políticos e sua linguagem política arcana”, diz.

Margolis avalia as pesquisas de intenção de voto mais recente, e indica que candidatos sem muito apego a reformas aparecem liderando, enquanto os que tratam mudanças estruturais como necessárias (e ele cita o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin) não conseguem se destacar.

A situação, diz, vira um paradoxo. É preciso convergência para aprovar reformas e unir o país, mas o país está cada vez mais dividido e distante de conciliação.

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Em reação a morte de Marielle, Brasil busca legitimidade, não radicalismo http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/03/17/morte-de-marielle-mostra-que-o-brasil-busca-legitimidade-nao-radicalismo/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/03/17/morte-de-marielle-mostra-que-o-brasil-busca-legitimidade-nao-radicalismo/#respond Sat, 17 Mar 2018 12:08:52 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=4354  

A reação nacional contra o assassinato da vereadora Marielle Franco pode revelar um lado positivo para a política brasileira, segundo Mac Margolis, colunista da agência de economia Bloomberg.

No contexto de um ano eleitoral em que analistas se mostram preocupados com a ascensão de políticos populistas e extremistas, as manifestações que tomaram as ruas das cidades brasileiras mostram que o Brasil está mais interessado em legitimidade política do que em radicalismo, avalia.

“Os brasileiros não estão tão desesperados contra a autoridade ou atraídos por candidatos messiânicos de fora da política quanto estão ansiosos por líderes legítimos”, diz, em um artigo publicado na sexta.

Para o colunista, as pessoas que estão se manifestando contra a morte da vereadora terão uma oportunidade, em outubro, de se levantar contra a política disfuncional do país e renovar suas lideranças.

“Quando foi a última vez que um político brasileiro virou símbolo de qualquer coisa que não seja corrupção e venalidade?”, pergunta. “Marielle era o oposto disso tudo”, complementa.

Margolis admite que nem todo o Brasil se posicionou de forma crítica sobre a morte de Marielle, mas diz que “tudo indica que ela foi morta porque incomodou as pessoas certas”.

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Para colunista, legislação fracassou no controle de arma ilegal e violência http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/03/14/para-colunista-legislacao-fracassou-no-controle-de-arma-ilegal-e-violencia/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/03/14/para-colunista-legislacao-fracassou-no-controle-de-arma-ilegal-e-violencia/#respond Wed, 14 Mar 2018 09:45:38 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=4338

Apesar de ter uma legislação extremamente séria e burocrática para controlar a venda de armas em todo o país, o Brasil é um dos lugares com mais armas nas mãos de criminosos, e com o maior número de homicídios do mundo. A aparente contradição foi o tema de um artigo do colunista da agência de economia Bloomberg sobre o país, Mac Margolis.

Para ele, apesar de a restrição da posse de armas ser fundamental para a segurança de um país, e de o Brasil precisar se desarmar, a relação entre a venda de armas de forma legal e a criminalidade é mais complicada do que pode parecer.

“Sim, a maioria das armas apreendidas em crimes no Brasil foram vendidas legalmente e acabaram nas mãos de foras da lei. Ainda assim, sufocar a venda de armas não consegue impedir o vazamento para o submundo do crime, e parece uma forma errada de lidar com problemas maiores, como o tráfico de armas, as quadrilhas que cruzam fronteiras e especialmente policiais corruptos que alimentam o mercado negro”, diz.

Além disso, ele avalia que o debate sobre armas e violência precisa levar em consideração a saúde fiscal e a continuidade administrativa no Estados do país. Essas duas questões, segundo ele, criam disparidades como a situação atual do Rio, com aumento da violência, e de São Paulo, onde a taxa de homicídios caiu.

“A violência armada pode muito bem ser uma epidemia nacional, mas como a renda e a educação, a medida é muito desigual em um país fraturado por classe, raça, idade e gênero. No Brasil, como na maioria dos países, homicídios são um mal de homens jovens, um no qual a maioria das vítimas e dos autores são desproporcionalmente negros e pobres –um problema que uma lei genérica não consegue resolver”, diz.

Com o aumento da violência, a desconfiança no governo, segundo Margolis, é o que gera uma opinião pública crítica a leis para controlar a venda de armas no país e que leva ao aumento na venda de armas. Para ele, o desafio de longo prazo não pode ser revolvido só com a burocracia.

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