Diplomacia – Brasilianismo http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br Daniel Buarque é jornalista e escritor com mestrado sobre a imagem internacional do país pelo Brazil Institute do King's College de Londres. Fri, 31 Jan 2020 12:20:22 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Irã se torna símbolo do fracasso da ambição de potência global do Brasil http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2020/01/07/ira-se-torna-simbolo-do-fracasso-da-ambicao-de-potencia-global-do-brasil/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2020/01/07/ira-se-torna-simbolo-do-fracasso-da-ambicao-de-potencia-global-do-brasil/#respond Tue, 07 Jan 2020 22:07:22 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=6214

A falta de voz do Brasil no possível conflito entre os Estados Unidos e o Irã —admitida pelo próprio presidente Jair Bolsonaro-– faz com que o país persa se consolide como um dos principais símbolos do fracasso da ambição brasileira de se tornar uma grande potência internacional. Se antes o Brasil ainda tentava ser um país relevante (ainda que nem sempre conseguisse), a situação atual parece mostrar que o país realmente falhou nesse objetivo. E o Irã esteve no centro de momentos marcantes desse fracasso.

A história das relações internacionais do Brasil mostra que pelo menos desde o início do século 20 o país aspira a uma posição relevante no contexto das negociações globais. A busca por prestígio e por uma forte voz no exterior aparece como ambição brasileira desde a formação do país, e em alguns momentos no início deste século pareceu que a ambição poderia se tornar uma realidade.

Esse objetivo foi muitas vezes representado pela candidatura a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Mesmo sem ser uma força bélica, o país tinha ambição de ser uma potência de soft power, e chegou a alcançar papeis importantes em negociações multilaterais em momentos importantes das últimas décadas.

Por mais de um século, a busca por voz internacional pautou os posicionamentos do Brasil em disputas de política externa. Essa ambição até teve momentos que pareciam indicar um caminho positivo para o país, especialmente com um forte papel global na luta contra o aquecimento global, mas agora parece ter sido deixada de lado pelo país. E o Irã pode ser visto, mais uma vez, como representação do fracasso desse projeto.

Mesmo em um momento em que o país viu sua imagem melhorar e seu prestígio ser cada vez mais valorizado no resto do mundo, na primeira década do século 21, foram negociações de paz com o mesmo Irã que mostraram os limites do papel conciliador do Brasil.

O governo brasileiro chegou a avançar nas negociações de um acordo ao lado da Turquia, mas teve sua proposta para limitar o projeto nuclear iraniano ignorada pelos Estados Unidos, que não deram muito valor a um papel de liderança brasileira no Oriente Médio. O fracasso dessas negociações é citado frequentemente por analistas de política internacional como símbolo das limitações globais do Brasil.

Agora, enquanto o Brasil vive uma reviravolta em sua política externa sob Bolsonaro e Ernesto Araújo, o posicionamento vacilante do Itamaraty, e as declarações do presidente de que o país não pode opinar por não ter armas nucleares, parecem enterrar o projeto brasileiro de ser uma voz relevante no contexto da segurança global.

Realmente, o fato de o país não ser uma potência bélica faz com que ele muitas vezes não seja consultado, ou mesmo ouvido, em questões de segurança global. Foi assim nas negociações com o Irã no passado. O problema do atual posicionamento do governo é que ele se junta a uma série de mudanças na política externa do país que parecem deixar de lado a busca por prestígio e por uma voz global.

Se o Brasil tinha ambição em ser uma potência, independentemente das suas limitações militares, isso sempre levou o país a se posicionar internacionalmente, mesmo que em defesa de uma suposta neutralidade. Por mais que o país tenha sido criticado dezenas de vezes no exterior por parecer estar “em cima do muro”, havia uma lógica no posicionamento em defesa da soberania nacional de diferentes países.

Na situação atual, entretanto, o que se vê é uma falta de ação para tentar manter uma agenda internacional consistente. O governo parece apoiar os Estados Unidos, mas não quer comprar uma briga com toda uma região de importantes parceiros comerciais, recomenda diplomatas a não fazerem homenagens ao general iraniano, ao mesmo tempo diz que vai manter o comércio com o Irã, vacila, deixa de lado posicionamentos do passado e parece se afundar em insignificância internacional.

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Com Bolsonaro, Brasil troca liderança por protagonismo negativo no mundo http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/12/16/com-bolsonaro-brasil-troca-lideranca-por-protagonismo-negativo-no-mundo/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/12/16/com-bolsonaro-brasil-troca-lideranca-por-protagonismo-negativo-no-mundo/#respond Mon, 16 Dec 2019 09:40:08 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=6167

A avaliação crítica dominou os comentários de analistas estrangeiros sobre a participação do Brasil na Cúpula do Clima, a COP-25. A conferência em Madri terminou sendo vista como um fracasso, e o Brasil, que um dia liderou este tipo de fórum internacional, assumiu um protagonismo negativo. De líder na ação contra o aquecimento global, o país virou uma obstrução.

O colunista da Folha Nelson de Sá reuniu os principais comentários da imprensa internacional sobre o Brasil na COP-25. Segundo o jornal alemão Süddeutsche Zeitung , o Brasil “bloqueou acordo na conferência do clima”, e foi “o maior obstáculo” no encontro na Espanha. A própria Folha publicou reportagem comentando como o Brasil obstruiu as negociações e impediu a tomada de decisões.

A COP-25 se consolidou, assim, como um símbolo completo da guinada ideológica do Itamaraty sob Bolsonaro. Evidente em áreas como defesa da democracia, direitos humanos, comércio, relação com os EUA, relação com Cuba, Mercosul e vários outros assuntos de política internacional, a transformação do perfil internacional do Brasil é exemplificada de forma perfeita pela questão do clima.

A mudança de postura da política externa brasileira havia sido anunciada um ano antes, logo depois da eleição, e revela uma inversão de prioridades do país que pode afetar o soft power e a busca por mais prestígio internacional. Ao abandonar o que alguns no governo veem como “globalismo”, o país perde cartas importantes para seu perfil internacional até mesmo em negociações bilaterais.

Evidente ao longo de todo o ano, a guinada do Brasil abandona um forte capital simbólico que vinha sendo acumulado pelo país desde os anos 1990, com a Rio-92, e que tinha se tornado ainda mais importante na Rio+20.

O Brasil era, até 2018, visto no resto do mundo como um dos países mais importantes na luta contra o aquecimento global, e um dos melhores articuladores internacionais em encontros multilaterais reunindo mais de uma centena de países em busca de soluções conjuntas para problemas globais.

Tudo isso mudou desde a eleição de Bolsonaro. O país foi tratado como um problema para o ambiente global ao longo de 2019, com as queimadas na Amazônia e no Pantanal. E Bolsonaro passou a ser visto como o “vilão ideal” da luta contra as mudanças climáticas –o que afeta a posição do Brasil no cenário internacional.

Mais do que isso, essa imagem de país que luta contra o aquecimento global e suas políticas ambientais eram apontadas por muitos observadores externos como o caminho mais seguro para a construção de um papel relevante para o Brasil em política global.

Sem um arsenal militar forte que garantisse protagonismo pelo chamado “hard power” e impusesse a presença do Brasil nas principais mesas de negociação global, o Brasil sempre precisou buscar caminhos alternativos para alcançar relevância. O desenvolvimento econômico, que também é fonte de poder internacional (como no caso da Alemanha atualmente) também não foi sustentado o suficiente para garantir relevância ao país no longo prazo. Por anos o país construiu sua ambição de ter prestígio internacional através do soft power, mas o “poder suave” é um conceito muito questionado, e que não criou nenhuma potência internacional por si só (funcionando mais como um complemento ao poder militar de países como os EUA). A questão ambiental, por outro lado, é um tema que vem ganhando força nos debates globais, que é importante para as novas gerações, e uma área em que o Brasil conseguiria consolidar o status que já tinha de líder internacional.

Durante conversas com a comunidade de política externa de países que fazem parte do Conselho de Segurança na ONU (parte da minha pesquisa de doutorado), não foram raras as vezes em que a atuação em torno de questões ambientais e climáticas foram citadas como o melhor caminho para o Brasil construir sua liderança no mundo. Havia um vácuo global nessa área, diziam os analistas estrangeiros, sem que nenhum país conseguisse representar os interesses crescentes em todo o mundo (especialmente entre novas gerações) em proteger o ambiente. O Brasil teria toda condição de assumir definitivamente este papel, segundo a percepção de comentaristas nas maiores potências do mundo.

Em vez de continuar nesse caminho já muito bem desenhado, entretanto, o novo governo resolveu abandonar essa liderança e assumir um protagonismo negativo, bloquear negociações, atacar o tal do “globalismo” e zombar do fracasso da conferência.

Do ponto de vista da construção de prestígio internacional para o país, é difícil entender a lógica por trás dessa decisão. E mais difícil ainda de prever como isso pode beneficiar o país nas relações globais ou mesmo bilaterais. Sem um papel importante nas discussões sobre o ambiente global, sem poder militar e com cada vez menos soft power, parecem não sobrar opções para que o Brasil consolide algum respeito internacional e seja visto como um ator importante no mundo. As reformas econômicas até poderiam dar algum apoio ao país entre investidores, mas pode não ser suficiente para garantir relevância internacional para o Brasil. O governo decidiu mudar a postura do Brasil, que passa a ser visto mais como um problema do que como uma solução.

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Trump e Bolsonaro deixam ‘bromance’ e se tornam ‘frenemies’, diz NY Times http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/12/04/trump-e-bolsonaro-deixam-bromance-e-se-tornam-frenemies-diz-ny-times/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/12/04/trump-e-bolsonaro-deixam-bromance-e-se-tornam-frenemies-diz-ny-times/#respond Wed, 04 Dec 2019 12:28:54 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=6153

Antes mesmo de Jair Bolsonaro tomar posse como presidente do Brasil, as trocas de elogios públicos entre ele e o seu colega americano Donald Trump indicavam que “o amor está no ar”, como dizia uma reportagem da revista Newsweek em novembro de 2018.

Um ano depois, o clima azedou. O que antes era chamado de “bromance” ficou de lado, e agora Trump e Bolsonaro são “frenemies”, segundo o “New York Times”.

O jornal americano fala sobre as recentes disputas entre Trump e outros líderes globais com quem ele já teve boas relações. Além do brasileiro, a publicação cita o francês Emmanuel Macron, o canadense Justin Trudeau e o japonês Shinzo Abe. “Trump tem um histórico de afastamento dos seus amigos”, diz.

São casos em que se encaixa o uso da palavra “frenemy”. O termo em inglês junta as palavras “friend” (amigo) e “enemy” (inimigo). Ele normalmente é usado para se referir a relações em que a amizade se mistura com rivalidade.

É o que existe entre Trump e Bolsonaro ultimamente, segundo o Times, que destaca que a relação passou de troca de afagos à imposição de tarifas.

“Quando Trump se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro do Brasil na Casa Branca pela primeira vez, em março, ele não teve nada além de elogios ao recém-eleito líder”, diz a reportagem. “Mas as relações aparentemente esfriaram. Na segunda-feira, Trump prometeu retomar as tarifas de aço e alumínio do Brasil e da Argentina, acusando os dois países de manipular suas moedas às custas dos agricultores americanos.”

Segundo o Times, essa disputa pode afetar a relação entre os dois líderes que antes pareciam tão amigos.

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Bolívia vira vitrine para a falta de liderança do Brasil na América Latina http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/11/12/bolivia-vira-vitrine-para-a-falta-de-lideranca-do-brasil-na-america-latina/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/11/12/bolivia-vira-vitrine-para-a-falta-de-lideranca-do-brasil-na-america-latina/#respond Tue, 12 Nov 2019 04:52:08 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=6075

A crise política na Bolívia, com a renúncia do presidente Evo Morales sob pressão das Forças Armadas do país, pode se consolidar como a mais nova evidência da ausência de protagonismo do Brasil na América Latina.

A falta de ação do Brasil como um líder regional era sempre mencionada por especialistas em política externa quando se falava sobre a crise venezuelana e a falta de articulação do Brasil com os vizinhos. Com a ampliação da crise em vários países da região, e especialmente os problemas enfrentados pela Bolívia, o Brasil se destaca pelo papel que não está desempenhando.

Para diplomatas e acadêmicos, o Brasil tem uma relação historicamente complicada com a América Latina. O historiador britânico Leslie Bethell é famoso em círculos acadêmicos por seu questionamento a respeito de o Brasil ser realmente uma parte da região, de tão marginal que é seu papel na área.

Mesmo assim, observadores externos tradicionalmente esperavam que um papel forte dentro da região, ou até mesmo uma ação hegemônica, poderia ser interpretada como um degrau importante na consolidação do projeto brasileiro de se projetar mais fortemente no mundo. Considerando a ambição brasileira de ser uma grande potência, há uma forte defesa de que a América Latina deveria ser o ambiente para desenvolver um papel mais relevante para o país.

Leia também: Vontade de ser potência marca história das relações do Brasil com o mundo

É verdade que a avaliação não é unânime, e há acadêmicos que não veem a região como um passo necessário no caminho da construção de um papel global para o Brasil, e apontam estratégias alternativas para isso. O pesquisador Andrés Malamud, por exemplo, diz que mesmo quando o país conseguia se projetar, o Brasil seria “um líder sem seguidores” na região, dado o fato de que não havia um reconhecimento regional dessa hegemonia brasileira. Mas é muito frequente ver a América Latina como sendo vista da perspectiva de países mais poderosos fora da região como uma área de atuação natural do Brasil.

Em entrevistas com a comunidade de relações internacionais dos cinco países que são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Reino Unido, França, Rússia e China), era frequente ouvir que a inação do Brasil na instabilidade venezuelana era inexplicável. Para esses países, caberia ao Brasil, como maior e mais forte país da região, atuar para amenizar a crise –o que não aconteceu nem sob governos do PT, nem com Jair Bolsonaro no poder.

Um cenário muito semelhante parece se construir agora com a Bolívia. O Brasil praticamente não é mencionado nas análises internacionais que são feitas sobre a crise aberta desde a reeleição de Evo Morales.Pelo contrário, o Brasil parece ter sido alvo de um posicionamento da Rússia, que reconheceu a situação boliviana como golpe de Estado.

Se a situação da Bolívia evoluir para um confronto mais violento –como se percebeu possível na ação de manifestantes que chegaram a falar em “guerra civil”— seria importante o Brasil assumir uma postura de mediador para tentar resolver a situação. Para isso, entretanto, seria preciso ter uma política externa de negociação, e não de confronto com movimentos de esquerda, como tem feito o governo.

Sem um protagonismo regional, pode ser mais difícil o Brasil convencer o mundo de que está pronto para ter um papel importante na política global.

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Em visita de Bolsonaro, China mira recursos naturais e multilateralismo http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/10/25/em-visita-de-bolsonaro-china-mira-recursos-naturais-e-multilateralismo/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/10/25/em-visita-de-bolsonaro-china-mira-recursos-naturais-e-multilateralismo/#respond Fri, 25 Oct 2019 07:44:52 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5987

A imprensa da China tem acompanhado a viagem do presidente Jair Bolsonaro ao país. Os sites da mídia chinesa em inglês publicaram nos últimos dias reportagens e análises sobre a visita oficial e reforçaram a importância do estreitamento de relações entre os dois países.

Em um artigo de opinião publicado pelo site China.org fica evidente que os interesses centrais do governo chinês nessa relação são os recursos naturais do Brasil e a busca pelo fortalecimento de relações exteriores baseadas no multilateralismo –objetivos não exatamente alinhados com o que o presidente tem defendido para a política externa do país.

“É importante ressaltar que o desenvolvimento das relações econômicas e comerciais China-Brasil deve continuar a se basear em suas próprias vantagens comparativas. No caso da China, é mão de obra abundante, forte capacidade industrial e grande potencial de mercado, enquanto o Brasil é rico em recursos naturais”, diz o texto assinado pelo colunista Jiang Shixue.

“Essas vantagens comparativas constituem complementaridade distinta. Na era da globalização, essa complementaridade fortalece as bases das relações econômicas e comerciais bilaterais”, complementa.

O China.org é um portal ligado ao Departamento de informações do governo chinês, e publica textos sobre a posição oficial do partido que governa o país.

O artigo argumenta que este é um de três pontos fundamentais das relações entre os dois países. Além da oferta de recursos naturais, o texto diz que o Brasil e a China precisam se juntar contra o unilateralismo –uma referência indireta aos Estados Unidos.

A posição vai contra a guinada promovida pelo Itamaraty desde o início do governo de Bolsonaro visando um maior alinhamento do Brasil aos EUA e que chegou a dizer que a China queria comprar o Brasil. Ela também apoia um maior multilateralismo, que é diferente do que a política externa brasileira de Bolsonaro tem defendido.

“China e Brasil precisam dar as mãos para resistir ao hegemonismo, ao bullying, ao unilateralismo e ao protecionismo. Tudo isso causou grandes danos às leis e regras internacionais, ao sistema internacional e à ordem internacional, atrapalharam o ritmo da globalização e prejudicaram as relações Norte-Sul e as relações Sul-Sul. Tanto a China quanto o Brasil são vítimas. Portanto, eles precisam falar a uma só voz em várias ocasiões multilaterais para promover o multilateralismo e o livre comércio”, defende.

Por último, diz que é necessário promover o entendimento mútuo entre os dois países por meio de turismo, incentivo ao ensino de idiomas e trocas culturais.

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Chirac rejeitou a autoria francesa da frase ‘o Brasil não é um país sério’ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/09/26/chirac-rejeitou-a-autoria-francesa-da-frase-o-brasil-nao-e-um-pais-serio/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/09/26/chirac-rejeitou-a-autoria-francesa-da-frase-o-brasil-nao-e-um-pais-serio/#respond Thu, 26 Sep 2019 13:47:59 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5914
Um presidente francês, o General Charles de Gaulle, é tradicionalmente –e equivocadamente– apontado como o autor, nos anos 1960, de uma das frases mais usadas para descrever o Brasil: “Le Brésil n’est pas un pays sérieux” (o Brasil não é um país sério).

Coube a um outro presidente francês, Jacques Chirac, morto nesta quinta-feira (26), a função de negar a autoria francesa da frase e defender o país do que poderia ser visto como uma ofensa diplomática.

“O Brasil é um país extraordinariamente sério”, disse Chirac em 1997, durante visita ao Brasil. Então presidente, ele tentou desfazer a popular ideia associada à imagem do Brasil na França, negando que seu antecessor fosse o autor dela.

Além disso, completou, “o Brasil não perdeu seu entusiasmo e seu charme, o que é provavelmente uma de suas grandes forças”.

“Claramente o general De Gaulle nunca disse [a frase]. É uma frase que tem como origem a Embaixada do Brasil em Paris”, disse, segundo relato da Folha da época. A afirmação do presidente francês é confirmada pelo embaixador do Brasil na França nos anos 1960, que assumiu que foi ele que proferiu a declaração sobre a falta de seriedade do Brasil.

Conheça a confusa história por trás da frase ‘o Brasil não é um país sério’

Chirac é comumente descrito como um presidente francês que tinha boas relações com o Brasil –tanto com Fernando Henrique Cardoso quanto com Lula. Sua atuação ao lado do Brasil em instituições internacionais como a Organização das Nações Unidas parece indicar  que ele realmente via o país como sério e importante no mundo.

Segundo texto publicado pela Radio França Internacional, Chirac via em Lula um aliado para o multilateralismo e também apoiava a ideia de uma reforma na ONU e de uma cadeira permanente para o Brasil no Conselho de Segurança.

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Fogo na Amazônia criou imagem do Brasil como risco de segurança para os EUA http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/09/14/fogo-na-amazonia-criou-imagem-do-brasil-como-risco-de-seguranca-para-os-eua/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/09/14/fogo-na-amazonia-criou-imagem-do-brasil-como-risco-de-seguranca-para-os-eua/#respond Sat, 14 Sep 2019 07:00:09 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5868

Enquanto o governo de Jair Bolsonaro comemora o apoio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na discussão internacional relacionada à Amazônia e às queimadas na floresta, uma imagem muito negativa do país vai ganhando força no debate público. Indo além da discussão sobre a soberania do território brasileiro, nos últimos meses foi possível ver um aumento de vozes que tratam o Brasil como uma “ameaça”, um risco à segurança nacional dos EUA.

A ideia surgiu primeiro em artigos publicados na imprensa dos Estados Unidos. Em princípio, ela se misturou a um debate sobre a importância da Amazônia para todo o mundo, sobre formas de pressionar o Brasil a proteger a floresta e sobre questionamentos sobre a soberania brasileira na Amazônia. Mas o tema ganhou força, e chegou à política americana.

Um artigo escrito por dois senadores dos Estados Unidos e publicado no site de opinião da rede NBC diz que os incêndios podem se tornar uma “catástrofe climática” e defende que o Congresso norte-americano tome atitudes para combater a destruição da Floresta Amazônica. Entre as ações propostas, os senadores incluem a ideia de considerar a destruição da floresta como uma questão de segurança para os EUA.

De acordo com Brian Schatz (senador pelo Havaí) e Chris Murphy (senador por Connecticut) –ambos oposicionistas de Trump–, o presidente dos EUA priorizou sua amizade com Bolsonaro a lutar contra os incêndios, E o Senado precisa pressionar o governo dos EUA a mudar de atitude. “Essa é uma crise existencial e precisamos começar a tratá-la como tal”, defendem.

“Primeiro, devemos deixar claro que os incêndios no Brasil são uma crise de segurança nacional e que estamos dispostos a pausar aspectos de nosso relacionamento bilateral com o Brasil até que o governo deles tome medidas para controlá-los, juntamente com os fazendeiros e madeireiros que supostamente estão começando os incêndios. Nada sobre o nosso relacionamento com o Brasil deve ser tratado com normalidade até Bolsonaro tomar medidas significativas para acabar com os incêndios e proteger a Amazônia”, defendem os senadores.

O posicionamento dos senadores é apenas a mais visível das sugestões que tratam o Brasil como potencial ameaça –assim como a declaração do presidente francês Emmanuel Macron em relação a questionamentos sobre a soberania brasileira da Amazônia.

Antes do artigo dos senadores, a percepção de que a relação entre os incêndios na Amazônia e o aquecimento global permitem ver o fogo na floresta brasileira como uma ameaça à segurança dos Estados Unidos tem ganhado força nos debates públicos.

Uma das evidências mais fortes disso é um artigo publicado pela revista The Atlantic. No texto, o jornalista e escritor Franklin Foer (que já escreveu sobre o Brasil em outras situações) dizia que o incêndio da floresta deve ser tratado pelo resto do mundo como uma ameaça maior do que as armas de destruição de massa –como as usadas como justificativa para a invasão do Iraque pelos EUA.

“Se um país obtém armas químicas ou biológicas, o resto do mundo tende a reagir com fúria –ou pelo menos foi o que aconteceu no passado não muito distante. Sanções choveram sobre os proliferadores, que foram então banidos da comunidade global. E em casos raros (às vezes desastrosamente mal orientados), o mundo decidiu que a ameaça justificava uma resposta militar. A destruição da Amazônia é possivelmente muito mais perigosa do que as armas de destruição em massa que desencadearam uma resposta robusta”, argumenta.

Segundo ele, o mundo deve tratar Bolsonaro da mesma forma que trata o ditador venezuelano Nicolás Maduro, pressionando-o a lutar contra as queimadas. “Evidentemente, isso pode não ser prático ou exacerbar o problema. Mas o caso da incursão territorial na Amazônia é muito mais forte do que as justificativas para a maioria das guerras. Enquanto isso, o planeta engasga com antigas noções de soberania”, defende Foer.

Antes de Foer, a ideia do fogo no Brasil como ameaça internacional ganhou destaque em julho na revista The New Republic. O analista Tyler Bellstrom dizia que os EUA deveriam passar a ver o Brasil como uma ameaça existencial maior do que o Irã e a China, tradicionalmente vistos como maior risco da atualidade pelos EUA, por conta do desmatamento crescente.

“O foco atual na China como uma ameaça existencial é principalmente notável por como ela desloca a verdadeira ameaça existencial para os Estados Unidos e o mundo, a mudança climática, na orientação de nossa estrutura de segurança nacional. E um nível adequado de atenção às mudanças climáticas como uma preocupação urgente de segurança exigiria que os EUA reordenassem suas prioridades. Enquanto a China é um dos maiores emissores de gases de efeito estufa, devemos prestar mais atenção ao que está acontecendo em nosso hemisfério. Em particular, isso significa abordar o perigo mais imediato que estamos enfrentando de um estado que oficialmente é parceiro e do presidente aliado de Trump: o Brasil de Jair Bolsonaro e seu desmatamento acelerado na Amazônia”, dizia.

Além desses artigos, o tema chamou a atenção também de quem estuda questões militares nos EUA. O almirante aposentado da Marinha dos EUA James Stavridis, colunista da agência de economia Bloomberg, argumentou que o aquecimento global torna o clima menos previsível e gera tempestades destruidoras. Além disso, completa, a elevação do nível do mar é uma ameaça à Marinha americana.

“Os americanos precisam entender como essas crescentes nuvens de fumaça sobre a Amazônia são uma ameaça direta à nossa segurança nacional”, escreveu.

É verdade que a percepção do Brasil como ameaça por conta dos incêndios na Amazônia não é predominante, e que o governo americano oficialmente tem apoiado o Brasil. A exemplo do crescimento de discussões sobre a questão da soberania nacional da Amazônia, entretanto, a mera existência deste debate público é ruim para o Brasil.

Esta percepção não chega a ser marginal, e tem apoio de vozes importantes e veículos de imprensa de peso, o que indica o crescimento dessa imagem do país como um risco não só para o ambiente, como outros países também têm discutido, mas aos interesses de segurança da maior potência do mundo.

A exemplo da defesa da soberania nacional, o posicionamento do Brasil tem que ir além do discurso público do governo e das declarações nacionalistas. O país precisa mostrar que está pronto para assumir a responsabilidade de cuidar da Amazônia, apresentar resultados práticos no sentido de evitar a destruição da floresta e assim convencer o mundo de que é uma força positiva para o ambiente global –e não uma ameaça.

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Bolsonaro tenta validar o ódio como prática legítima, diz editorial chileno http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/09/09/bolsonaro-tenta-validar-o-odio-como-pratica-legitima-diz-editorial-chileno/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/09/09/bolsonaro-tenta-validar-o-odio-como-pratica-legitima-diz-editorial-chileno/#respond Mon, 09 Sep 2019 07:00:40 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5874

As agressões do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, à ex-presidente do Chile Michelle Bachelet são uma demonstração de uma tentativa de legitimar o uso do ódio na política, diz um editorial publicado pelo jornal chileno La Tercera após a polêmica da semana passada.

Segundo a publicação, Bolsonaro usou ataques pessoais contra a alta comissária da ONU para direitos humanos, o que gerou repúdio generalizado no Chile.

Os ataques, continua o jornal, procuram “validar o ódio como uma prática legítima, o que obviamente constitui um precedente muito negativo”.

“O governo brasileiro tem todo o direito de discordar –mesmo vigorosamente– em relação às conclusões de um relatório da ONU, mas para isso deve usar os canais institucionais e diplomáticos do caso, que é a maneira pela qual se espera que atuem as autoridades, evitando desqualificações dessa natureza”, diz o editorial.

O La Tercera explica ainda que as declarações do presidente brasileiro geraram repercussões políticas no Chile, com uma reação do presidente do país e de vários políticos do governo e da oposição.

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Senadores dos EUA defendem tratar fogo na Amazônia como crise de segurança http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/09/05/senadores-dos-eua-defendem-tratar-fogo-na-amazonia-como-crise-de-seguranca/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/09/05/senadores-dos-eua-defendem-tratar-fogo-na-amazonia-como-crise-de-seguranca/#respond Thu, 05 Sep 2019 12:25:02 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5856

Um artigo escrito por dois senadores dos Estados Unidos e publicado no site de opinião da rede NBC defende que o Congresso norte-americano tome atitudes para combater a destruição da Floresta Amazônica.

De acordo com Brian Schatz (senador pelo Havaí) e Chris Murphy (senador por Connecticut), o presidente Donald Trump preferiu manter sua amizade com Jair Bolsonaro a lutar contra os incêndios, e é preciso agir para evitar uma “catástrofe climática”. Se o presidente não quiser tomar uma atitude, dizem, o Senado o fará.

Entre as ações propostas, os senadores incluem a ideia de considerar a destruição da floresta como uma questão de segurança para os EUA.

“Primeiro, devemos deixar claro que os incêndios no Brasil são uma crise de segurança nacional e que estamos dispostos a pausar aspectos de nosso relacionamento bilateral com o Brasil até que o governo deles tome medidas para controlá-los, juntamente com os fazendeiros e madeireiros que supostamente estão começando os incêndios. Nada sobre o nosso relacionamento com o Brasil deve ser tratado com normalidade até Bolsonaro tomar medidas significativas para acabar com os incêndios e proteger a Amazônia”, defendem os senadores.

A sugestão segue a linha já defendida por alguns analistas americanos que indicam que a ameaça climática pode ser vista como um risco ao país. A percepção de que a relação entre os incêndios na Amazônia e o aquecimento global permitem ver o fogo na floresta brasileira como uma ameaça à segurança dos Estados Unidos tem ganhado força nos debates públicos, o que abre uma situação pouco confortável para o Brasil.

Desde início da crise das queimadas na floresta, também vem ganhando força o discurso que abre questionamentos sobre a soberania brasileira da floresta e discutem formas de pressionar o Brasil a assumir uma postura mais séria para proteger o ambiente.

“A soberania do Brasil sobre a floresta tropical é única entre as nações, e não se deve esperar que ele assuma a responsabilidade de preservar esse ecossistema crucial por conta própria. No futuro, se o governo de Bolsonaro se comprometer a levar a sério a conservação, devemos estar prontos para ajudar o Brasil a desenvolver sua economia e oferecer oportunidades aos brasileiros comuns que não dependem da destruição da Amazônia”, argumentam os senadores no artigo.

Schatz e Murphy falam ainda sobre interromper discussões a respeito de acordo comercial entre EUA e Brasil e sobre possíveis sanções contra produtos de áreas desmatadas.

“Essa é uma crise existencial e precisamos começar a tratá-la como tal”, defendem.

Antes do artigo dos senadores, a ideia de relacionar o fogo na floresta com a segurança americana já vinha ganhando espaço na imprensa dos EUA.

O primeiro texto assim ganhou destaque em julho na revista The New Republic. O analista Tyler Bellstrom dizia que os EUA deveriam passar a ver o Brasil como uma ameaça existencial maior do que o Irã e a China, tradicionalmente vistos como maior risco da atualidade pelos EUA, por conta do desmatamento crescente.

Um mês depois, um artigo publicado pela revista The Atlantic escalou o tom. O jornalista e escritor Franklin Foer alegava que o incêndio da floresta deve ser tratado pelo resto do mundo como uma ameaça maior do que as armas de destruição de massa.

Em seguida, o almirante aposentado da Marinha dos EUA James Stavridis, colunista da agência de economia Bloomberg, argumentou que o aquecimento global torna o clima menos previsível e gera tempestades destruidoras. Além disso, completa, a elevação do nível do mar é uma ameaça à Marinha americana.

“Os americanos precisam entender como essas crescentes nuvens de fumaça sobre a Amazônia são uma ameaça direta à nossa segurança nacional”, escreveu.

Estes textos se juntam a uma série de análises internacionais que se alinham à postura do presidente francês Emmanuel Macron e abrem espaço para questionamentos sobre a soberania brasileira da Amazônia. O tema vem ganhando força na mídia estrangeira enquanto são debatidas formas de pressionar o governo brasileiro a assumir responsabilidade pela proteção da floresta.

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Ataque de Bolsonaro a Bachelet cria confusão e polêmica na política chilena http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/09/04/ataque-de-bolsonaro-a-bachelet-cria-confusao-e-polemica-na-politica-chilena/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/09/04/ataque-de-bolsonaro-a-bachelet-cria-confusao-e-polemica-na-politica-chilena/#respond Wed, 04 Sep 2019 18:08:20 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5852

Políticos chilenos reagiram nesta quarta-feira ao ataque do presidente Jair Bolsonaro a Michelle Bachelet, alta comissária da ONU para direitos humanos e ex-presidente do Chile, e sua declaração de que “seu país só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973”. A fala do brasileiro tem destaque nos principais jornais do Chile, que virou palco de disputas políticas por causa dele.

Segundo uma reportagem do jornal La Tercera, as falas de Bolsonaro geraram confusão na agenda política do Chile e complicaram o governo do país bem no momento em que o ministro de Relações Exteriores chileno viajou ao Brasil.

“No antigo Hotel Carrera, lamentaram o incidente ‘muito inoportuno’. No palácio La Moneda, dizia-se que o brasileiro ‘se excedeu’. Em uma única manhã, a oposição encontrou um motivo para descarregar contra todos os sinais de apoio que o governo deu a Bolsonaro desde que assumiu o cargo e pressioná-lo a protestar vigorosamente agora. Parlamentares e ex-ministros das Relações Exteriores, como José Miguel Insulza e Ignacio Walker, exigiram uma resposta à ‘ofensa muito grave contra o ex-presidente e contra a República do Chile'”, relata o jornal.

A crítica de Bolsonaro foi feita após Bachelet dizer em uma entrevista que o Brasil sofre uma “redução do espaço democrático”, especialmente com ataques contra defensores da natureza e dos direitos humanos.

Segundo o jornal El Mercúrio, vários partidos, senadores e deputados do Chile se posicionaram publicamente contra as falas de Bolsonaro.

O presidente do Senado chileno, Jaime Quintana, pediu que o governo do país se pronuncie sobre as declarações.

“Esperamos uma forte resposta do presidente Piñera e do Ministério das Relações Exteriores. É bastante violento ver o presidente Piñera endossar permanentemente Bolsonaro, simpatizar com ele; então gostaríamos de uma reação muito forte ao que é um insulto para todos os chilenos e chilenas.”

Ele disse que as declarações “deveriam causar uma rejeição transversal e vigorosa de todos os setores políticos do Chile. Há referências a questões de direitos humanos e nessa questão devemos ter uma única linha e o mesmo padrão, onde quer que sejam levados”, disse, segundo reportagem do La Tercera.

Quintana acrescentou ainda que Bolsonaro “agride a memória dos chilenos e das vítimas de violações dos direitos humanos”.

O presidente do partido Renovación Nacional, Mario Desbordes, também rechaçou as falas do presidente brasileiro. Segundo ele, a menção ao pai da chilena foi um equívoco. “Não é a forma de responder a um informe das Nações Unidas. Os informes das Nações Unidas devem ser rebatidos com argumentos”, disse, também de acordo com o La Tercera.

Enquanto a oposição chilena se colocou contra Bolsonaro, houve também políticos que defenderam o brasileiro na mídia do país. O líder do Partido Republicano José Antonio Kast se juntou às críticas de Bolsonaro e disse que Bachelet criticou o Brasil “com base não em fatos, mas em sua postura ideológica”.

No fim do dia, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, disse em pronunciamento não compactuar com as falas do presidente Jair Bolsonaro sobre o pai de Michelle Bachelet, alta comissária da ONU para direitos humanos e ex-mandatária do Chile.

Piñera, um dos principais aliados regionais de Bolsonaro, afirmou que “toda pessoa tem o direito de ter seu juízo histórico sobre os governos dos anos de 1970 e 1980, mas que essas visões devem ser expressas com respeito às pessoas”.

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