Vista do exterior, prisão de Temer é tempestade política e ameaça reformas
A prisão do ex-presidente Michel Temer criou uma "tempestade política" no Brasil, segundo a revista The Economist.
Segundo a avaliação da revista, o caso pode ter ramificações políticas sérias, atrapalhando reformas necessárias para a economia e para o governo de Jair Bolsonaro.
"Muitos investidores temem que a turbulência política e a oposição do MDB possam dificultar que o governo obtenha sua política mais importante, uma ampla reforma do sistema de previdência anunciada em fevereiro", explica.
A revista cita oscilações da Bolsa após a prisão como evidência da preocupação gerada no Mercado.
Por mais que a prisão de Temer fosse algo esperado desde que ele deixou o governo e perdeu proteções legais que vinham com o cargo, como relatou o jornal The Guardian horas após o ex-presidente ser detido, o caso está sendo visto como importante para o futuro político do Brasil.
A agência de análise de riscos americana Stratfor detalha melhor as pressões que podem ser geradas pela prisão.
"A prisão de Temer provavelmente ampliará a divisão política entre o presidente Jair Bolsonaro e o Legislativo do Brasil. No fragmentado Congresso do Brasil, Bolsonaro recorreu a extensas barganhas, muitas vezes pesadas, para aprovar leis. O partido de Temer, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), é uma parte relativamente pequena do Congresso, com apenas 13 das 81 cadeiras do Senado e 34 das 513 cadeiras da Câmara. Mas o significado de sua prisão se estende muito além do MDB. Quanto mais os legisladores brasileiros se arriscam a ficar enredados na investigação anticorrupção e, eventualmente, detidos -de fato, Moreira Franco é casado com a sogra do presidente da Câmara, Rodrigo Maia– membros do Congresso podem resistir à campanha anti-corrupção de Bolsonaro reduzindo o ritmo do processo legislativo", explica.
Ainda segundo a Stratfor, a prisão representa um risco para empresas estrangeiras que operam no Brasil, indicando que mais figuras do setor privado possam ser implicadas no caso
"O aumento do impasse do congresso e as lutas políticas internas sobre a investigação também poderiam estimular as flutuações cambiais e prejudicar o clima de investimento do país."
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