Mercado comemora plano para Previdência, mas vê crise e carnaval no caminho
A reação imediata da imprensa internacional voltada a investidores estrangeiros a respeito da proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo de Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (20) foi positiva. Reportagens publicadas em veículos como o Wall Street Journal e a agência Bloomberg indicam que o país está acertando seu caminho na economia. Ainda assim, há preocupação por conta da crise interna do governo e perspectiva de esperar até depois do carnaval para ter uma noção mais clara sobre uma possível aprovação do plano.
"Bolsonaro entregou ao Congresso a tão esperada proposta do seu governo de reformar o sistema de previdência insolvente do país, iniciando um processo que os economistas dizem que vai ajudar a reduzir o peso de dívidas e abrir caminho para um crescimento econômico mais rápido", diz a avaliação publicada pelo Wall Street Journal.
A publicação vê com otimismo a mobilização em torno do projeto. "Os esforços de presidentes anteriores para reduzir os gastos com aposentadorias encontraram resistência de trabalhadores, legisladores e juízes. Desta vez, porém, parece haver um consenso entre os brasileiros sobre a necessidade de mudanças", explica.
O tom de comemoração aparece também em uma reportagem da Bloomberg que cita o otimismo da gestora de investimentos globais BlackRock com o país. "A agenda de reformas é a cereja no topo" do bolo de medidas para restaurar a credibilidade fiscal do país e atrair mais investimentos, explica.
Apesar da empolgação com a proposta para reformar a Previdência, a mídia que dá voz ao Mercado internacional registra que ainda há motivos de preocupação.
"Enquanto o país está na 'direção certa', qualquer tipo de hesitação ou dificuldades em torno da aprovação da reforma previdenciária pode fazer com que os investidores mudem de ideia", explica a Bloomberg.
O comentário está alinhado ao clima de tensão surgido após a crise interna no governo de Bolsonaro, com a demissão do ministro Gustavo Bebianno, o que criou dúvidas sobre a capacidade do presidente de conseguir apoio para aprovar a reforma.
Segundo uma outra reportagem na mesma Bloomberg, investidores devem se preparar para uma maratona de drama no Congresso em torno da discussão sobre a reforma.
Além da tensão política, a agência de economia também aponta um outro entrave para uma definição rápida sobre o tema. Antes de pensar em previdência, vem o carnaval, explica.
A proposta de reforma já foi apresentada, "mas sua chegada é em grande parte simbólica", diz, e ela "só começará a avançar após o feriado de carnaval, marcado para terminar em 6 de março."
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