Plano de Bolsonaro contra violência é 'incompleto', diz think tank dos EUA
Levado à Presidência em grande parte por conta do seu discurso contra a violência no Brasil, Jair Bolsonaro tem ideias "incompletas" sobre como combater a criminalidade do país, diz um artigo publicado pelo think tank americano Brookings Institution.
"O que o futuro presidente Jair Bolsonaro fará para promover sua agenda de combate ao crime no Brasil? Sua retórica dura sobre o crime fez muito para catapultá-lo para a Presidência brasileira. No entanto, suas ideias reais para combater o crime, incluindo dar à polícia e às unidades do Exército maiores prerrogativas para usar a força e empregar o Exército em patrulhas de rua, parecem incompletas, na melhor das hipóteses. Algumas de suas propostas também implicam o uso de medidas extralegais que poderiam ter muita semelhança com as práticas abusivas das políticas policiais do presidente Rodrigo Duterte nas Filipinas, para dar um exemplo indesejável", explica o pesquisador Michael E. O'Hanlon.
Segundo O'Hanlon, é impossível negar que a criminalidade no Brasil é terrível, e que uma grande mudança nas abordagens da segurança pública é necessária. Para ele, entretanto, é preciso aprender com o que já foi feito em outros países para desenvolver uma estratégia para reduzir a violência no Brasil sem se apegar apenas a práticas abusivas que desrespeitam os direitos humanos.
"Bolsonaro deveria ter em mente os princípios que foram aprendidos na criação de estratégias de sucesso para combater o crime em todo o mundo. Vários são destacados em um estudo de 2017, 'Protegendo cidades globais: melhores práticas, inovação e o caminho a seguir'", diz O'Hanlon, que é coautor do texto citado.
A pesquisa examinou uma série de grandes desafios para as cidades do mundo, incluindo "crime normal", organizações criminosas transnacionais e cartéis de drogas, terrorismo e desastres em massa. "Nem todos os princípios são igualmente relevantes para os problemas centrais do Brasil atualmente, mas ainda é útil resumir todos eles no caso de a situação evoluir", diz.
O artigo lista sete caminhos que o Brasil pode trilhar para começar a intensificar a luta contra a violência, incluindo a retomada de um projeto mais refinado de policiamento comunitário, como já tentado no Rio de Janeiro com as UPPs. Segundo O'Hanlon, apesar de os projetos de pacificação no Brasil terem perdido o rumo, o programa teve recursos limitados em termos de policiamento e de programas de apoio social e econômico, e precisa ser melhorado.
O'Hanlon fala ainda de parcerias internacionais, de estratégias contra o crime organizado, de uso de tecnologia, de promoção da coesão social, de parcerias público-privadas e de preparação para eventos com potencial catastrófico.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.