‘Espere o caos em outubro’, diz artigo no ‘Washington Post’ sobre a eleição
Com a decisão do TSE de barrar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, a contínua crise política no país, a falta de confiança da população nos partidos e na própria democracia, o Brasil caminha para uma situação de caos em sua eleição presidencial no próximo mês, segundo uma análise publicada no jornal americano "The Washington Post". "Espere o caos em outubro", diz.
"Partidos fracos, uma economia instável e a crescente criminalidade e violência no Brasil significam que não é de surpreender que os políticos não-tradicionais da esquerda e da direita estejam indo bem até agora. Em disputas frente a frente com outros candidatos, por exemplo, Bolsonaro supera todos os seus potenciais rivais. Com Lula fora do pleito, espere mais turbulências no ambiente político já caótico do Brasil", explica o artigo (que não menciona a pesquisa Ibope mais recente sobre um possível segundo turno na eleição).
A análise foi escrita por Brett J. Kyle, professor assistente de ciência política na Universidade de Nebraska-Omaha e autor do livro "Reciclando Ditadores na América Latina: Legados do Regimento Militar", e Andrew G. Reiter, professor de política e relações internacionais no Mount Holyoke College.
A avaliação reforça a sensação vista na imprensa internacional logo após a decisão do TSE sobre Lula. Ao agir de forma previsível seguindo a lei da Ficha Limpa, que proíbe a candidatura de Lula, a Justiça abriu um campo de imprevisibilidades sobre o que pode acontecer na eleição. A ideia de caos na política brasileira, e de disfuncionalidade de todo o sistema político do país, tem sido frequente em observações internacionais sobre o Brasil desde a época do impeachment de Dilma Rousseff.
Segundo o texto no "Post", situações em que partidos perderam força na América Latina tradicionalmente levam à ascensão do autoritarismo, e isso pode acontecer no Brasil nesta eleição. O "vácuo" político criado pela crise pode ser um ambiente propício para candidatos extremistas.
Além da análise publicada no "Washington Post", o jornal britânico "The Guardian" também descreve o crescimento da turbulência política um mês antes das eleições no Brasil. Em uma reportagem publicada nesta quinta, o jornal diz que candidatos a presidente de direita e de esquerda estão sendo acusados de envolvimento com corrupção, o que pode afetar a eleição.
A publicação trata de revelações recentes sobre Geraldo Alckmin e Fernando Haddad, ambos acusados de corrupção nesta semana. "É improvável que os casos prossigam a tempo de resultar em uma condenação antes do primeiro turno da eleição, em 7 de outubro, mas (…) isso causará danos à reputação de ambos os candidatos em uma disputa apertada, sem votos sobrando."
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