Brasil não passaria nem da primeira fase em Copa do Mundo da Democracia
Um dos países favoritos na disputa no futebol, segundo as principais simulações esportivas, o Brasil não passaria nem da primeira fase se a disputa da Copa do Mundo fosse em torno do funcionamento da sua democracia.
Segundo o Democracy World Cup, uma simulação com base em informações retiradas de índices que avaliam a consolidação da democracia e da economia de mercado em mais de cem países, o Brasil seria desclassificado após sofrer duas derrotas e empatar o terceiro jogo da fase de grupos.
A avaliação foi feita pela fundação alemã Bertelsmann, que adaptou o seus estudos sobre democracias de todo o mundo e simulou cada partida da Copa em torno da situação política de cada país.
Segundo a simulação, o Brasil começaria a Copa tomando uma goleada de 5 a 0 da Suíça, perderia em seguida de 3 a 0 da Costa Rica e ganharia seu único ponto do torneio no empate em 1 a 1 com a Sérvia. A Suíça seria o primeiro lugar do grupo, com três vitórias, 14 gols marcados e nenhum tomado.
"Submetemos os 32 países participantes da Copa a um rigoroso teste de democracia", diz a página especial do Bertelsmann Stiftung sobre a simulação. Cada nação foi comparada a partir de dados do Índice de Transformação (BTI) e dos Indicadores de Governança Sustentável (SGI). Os países da Copa foram avaliados em cinco áreas centrais: Eleições, liberdade de expressão, proteção dos direitos civis, inclusão social e prevenção da corrupção. O placar de todos os jogos da primeira fase foram simulados com base nesses estudos. Quanto mais democrático o país, maior a chance de ele ganhar a disputa.
Além das simulações das disputas da Copa, o Bertelsmann também divulgou relatórios específicos sobre a situação política e econômica de cada um dos países participantes. No caso do Brasil, o país recebeu uma nota 7,29 e aparece em número 22 no ranking de 129 nações. Os índices do país relacionados a política e governo foram os que receberam pior avaliação.
"O período em análise foi caracterizado pela mais séria crise política e econômica desde o retorno do Brasil à democracia, com um dos maiores escândalos de corrupção da história do Brasil", diz o relatório.
Segundo o estudo, um dos problemas mais graves do país atualmente é a polarização na sociedade brasileira. "Essa polarização é basicamente o resultado de reformas iniciadas pelos antigos governos liderados pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Muitos dos ricos se tornaram ainda mais ricos, enquanto muitos dos pobres ascenderam ao que no Brasil é chamado de "nova classe média". Quanto mais a crise política e econômica se intensificou nos últimos anos, mais divisões regionais e sociais apareceram."
Os resultados do estudo geral da fundação alemã, publicados em março deste ano, indicam que a crise política, a polarização, o esgotamento do atual modelo partidário, o impeachment de Dilma Rousseff e a crescente desconfiança da população brasileira com o sistema democrático contribuíram para a queda do Brasil no Índice de Transformação (BTI).
A lista completa avaliou 129 países. Quando analisada apenas a saúde democrática, a nota concedida ao Brasil decresceu de 8,1 em 2016 para 7,7. Dessa forma, acabou ultrapassado por países como Bulgária e Argentina e empatou com a Sérvia. Nesse quesito, o Brasil caiu da 19ª para 23ª posição. Já no ranking que mede o funcionamento da economia de mercado, a queda foi um pouco menor, de 7,1 em 2016 para 6,9 em 2018.
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