Com crise e corrupção, agência vê fim de tabu sobre privatização no Brasil
Em um ano de grande polarização eleitoral, um tema que no passado era um dos mais polêmicos nas disputas políticas brasileiras perdeu seu estigma no país. Segundo um artigo publicado pela agência de economia Bloomberg, as privatizações deixaram de ser um tabu no Brasil.
"'Privatização' não é mais um palavrão no Brasil, mesmo em um ano eleitoral", diz o título do texto assinado pelo chefe do escritório da agência em Brasília, Raymond Colitt. "Corrupções e falência dos cofres do Estado estão forçando uma nova forma de pensar no Brasil", resume.
O artigo lista uma série de políticos e candidatos na próxima eleição que têm falado abertamente sobre a venda de estatais, incluindo Geraldo Alckmin, do PSDB, que no passado precisou fazer campanha negando intenção de privatizar.
Segundo a agência, as privatizações são uma opção por conta dos altos impostos pagos pelos brasileiros em troca de serviços de pouca qualidade e excesso de burocracia. O sistema atual torna o país pouco competitivo.
A Bloomberg admite, entretanto, que a aposta ainda é um tanto incerta. "Esses políticos estão confiando que a raiva pela corrupção, a pior recessão já registrada e o vazio dos os cofres públicos podem ajudar a provocar uma mudança nas atitudes dos eleitores em relação à privatização. É uma aposta arriscada, dada uma pesquisa recente que mostra que 7 entre 10 brasileiros se opõem à ideia, especialmente os mais pobres e menos instruídos", diz.
E, se muitos candidatos já falam abertamente sobre a ideia de privatizar, a Bloomberg diz que Ciro Gomes é o principal nome a tentar aproveitar o que ainda há de rejeição a esse processo.
Ainda assim, o artigo alega que o clima mudou, e o mercado tem acreditado que o fim do tabu vai permitir um maior diálogo sobre privatizações no Brasil no futuro. O artigo faz sentido, considerando que a Bloomberg é uma agência de notícias de economia que tem como público alvo justamente investidores internacionais que poderiam ter interesses diretos em privatizações do Brasil.
No mesmo dia em que a agência publicou o artigo do chefe do escritório de Brasília sobre as privatizações, o colunista Mac Margolis, da mesma Bloomberg, trata de assunto que se aproxima.
Em seu texto publicado no site de artigos de opinião da agência, o Bloomberg View, Margolis fala sobre o aumento dos investimentos privados em educação no país, o que tem o potencial de ajudar a melhorar a formação dos brasileiros. Segundo o colunista, "as salas de aula do Brasil precisam de mais capitalismo".
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