Rebaixado, Brasil se afunda em crises, mas continua visto como destino sexy
Duas reportagens publicadas em veículos diferentes da imprensa dos Estados Unidos no fim de semana parecem, juntas, resumir a imagem do Brasil no resto do mundo. Enquanto a rede de TV CNN destaca o rebaixamento da nota de crédito do país, a revista "Maxim" lista motivos por que o Brasil ainda é um dos destinos "mais quentes", mais atraentes do mundo. O país "decorativo" está em crise, mas continua sendo "sexy" e encantador.
A agência de classificação de risco Fitch cortou a nota de crédito do Brasil de "BB" para "BB-", o que mantém o Brasil no grupo de países considerados maus pagadores de suas dívidas.
"Incertezas políticas, o fracasso da reforma da Previdência e grandes déficits fiscais levaram ao declínio", explica a CNN. "É um retrocesso para o Brasil, que no ano passado saiu da mais longa recessão da sua história. Sua recuperação tem sido anêmica", diz.
Ainda assim, com tantos problemas políticos e econômicos, "entre festas enlouquecedoras, modelos sexy e maravilhas naturais, simplesmente não há lugar melhor", como diz a "Maxim".
A revista fala sobre o Rio de Janeiro, as modelos brasileiras, o legado de Ayrton Senna, futebol, cachaça, passeios de helicóptero e a Amazônia como sendo os ícones deste destino atraente.
As duas ideias, de crise e de atratividade, juntas, refletem o que os estudos sobre reputação do Brasil indicam há mais de uma década. O país costuma ser mal avaliado em questões sérias de política e economia, mas é sempre bem visto em termos culturais e de turismo –especialmente quando se reforçam estereótipos como sensualidade e simpatia.
O mais recente estudo global sobre reputação de países, o Best Countries, divulgado neste ano, também confirma isso. O Brasil perdeu uma posição no ranking de 80 países, e agora é o 29º "melhor país". Ele é a nação mais bem avaliada enquanto destino para aventura, mas vai mal em termos de cidadania e qualidade de vida.
Isso é o que alguns pesquisadores chamam de "imagem decorativa, mas não útil". Além o Brasil, a Itália seria vista de forma parecida no resto do mundo. Não é exatamente um problema, mas indica que o país precisa trabalhar para melhorar sua imagem nesses aspectos para poder ser levado mais a sério internacionalmente.
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