Tamanho da corrupção no Brasil é de tirar o fôlego, diz revista 'New York'
O maior escândalo de corrupção da história mundial tem passado despercebido pelos Estados Unidos em meio aos problemas internos do país e às denúncias de ligação entre o presidente Donald Trump e a Rússia, segundo a revista norte-americana "New York". É o Brasil que encara "o maior esquema de pagamento de suborno de todos os tempos", diz a publicação.
"A escala da corrupção é de tirar o fôlego: O atual presidente, quatro ex-presidentes e mais de cem políticos eleitos em todo o país estão ou na prisão ou sob investigação. Imagine se uma única investigação de corrupção envolvesse Donald Trump, Barack Obama, Mitt Romney, Paul Ryan, George W. Bush, Bill Clinton e George H.W. Bush e você começa a ter uma noção", diz reportagem publicada no site da revista.
Segundo a "New York", o Brasil vive a exaustão do sistema político construído quando o país passou da ditadura para a democracia. A reportagem faz um resumo da história de cerca de dez anos mais recentes da política brasileira, e avalia que o processo está passando por grandes mudanças.
"A transição levou a ganhos socioeconômicos significativos e o país renovou sua projeção na cena global, mas ela também criou um pesado sistema de presidencialismo de coalizão –O Executivo brasileiro tem amplos poderes, mas precisa lidar com um Legislativo com mais de 30 partidos políticos que às vezes parecem tão motivados por ganho político pessoal quanto por princípio ou ideologia. O resultado é a falta de responsabilização e uma estrutura de governabilidade que frequentemente faz com que o pagamento de suborno seja a única forma de garantir controle político no país", diz.
Um ponto curioso da abordagem da revista é que ela trata o período bem-sucedido da política e da economia brasileira sob comando do Partido dos Trabalhadores, especialmente no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, de "história de sucesso neoliberal". E complementa que em dez anos o país deixou de ser este sucesso para ser tomado pelo "caos político total".
Apesar do importante avanço das atuais investigações e da luta contra a corrupção, complementa a revista, o Brasil vive atualmente sob a sombra da operação Mãos Limpas, na Itália, e sob o medo de que um escândalo abra caminho para um populismo igualmente corrupto, como também aconteceu na Itália de Berlusconi.
"É apenas mais um lembrete de que os esforços para derrubar governos, ou mesmo líderes individuais, podem deixar vácuos maiores do que o esperado", diz.
A tratar da eleição presidencial no próximo ano, a revista diz independente de quem vença, o processo vai ser ilustrativo de como democracias respondem a alienação política e ameaças de populismo.
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