Brasil tem a 24ª melhor reputação do mundo, mas tem autoimagem negativa
O Brasil é listado em 24º lugar no ranking de países com a melhor imagem internacional do mundo pelo índice Country RepTrak de 2016. O ranking foi desenvolvido pelo Reputation Institute, uma consultoria multinacional especializada em medir e administrar marcas e imagem de empresas. O índice avalia a imagem de 70 países no mundo.
O Brasil atingiu 57,75 pontos no ranking, o que é considerado um índice de reputação fraca/vulnerável.
A avaliação é próxima do que aparece em outros rankings semelhantes que avaliam a "marca" internacional de países – essas pesquisas de nation branding costumam avaliar a forma como um país é avaliado no resto do mundo. O Brasil costuma ser listado sempre em torno da 20ª colocação nesses índices.
O Brasil é o 20º "mais admirado do mundo" segundo o Nation Brands Index, mais tradicional levantamento deste tipo, e aparece em 20º também no Best Countries, um dos estudos mais recentes de avaliação de imagem internacional dos países.
Além de medir a reputação internacional dos países, o Reputation também avalia a autoimagem dos lugares avaliados. O Brasil é um dos poucos casos de países que têm uma reputação interna pior do que a internacional. Enquanto o país tem 57,8 pontos na avaliação externa, tem apenas 47,5 na autoavaliação.
"Entrevistados no exterior dão a esses países o benefício da dúvida quando se trata de eficiência de governo e transparência, mas sul-africanos, italianos e brasileiros avaliam a reputação dos seus países como muito mais baixa do que ela é percebida por estrangeiros", diz o relatório sobre o levantamento.
Este dado é curioso, pois se alinha à avaliação do consultor britânico Simon Anholt, criador do Nation Brands Index e um dos pioneiros em pesquisas de nation branding deste tipo.
Segundo ele a reputação do Brasil talvez seja melhor do que o país merece de fato. Quando a contribuição real do país para o planeta é medida, o país cai dezenas de posições, e fica apenas em 49º lugar em um novo ranking de países desenvolvido por Anholt, o Good Country Index.
Assim como outros estudos sobre imagem e reputação de nações, o Reputation destaca que a forma como o país é visto no exterior influencia na atração de turismo e investimentos diretos, melhora nas exportações e na atração de talentos de outros países e cria até mais oportunidades para a diplomacia nacional.
Em resumo, diz o relatório publicado neste ano, a percepção criada pela experiência de estrangeiros, pela divulgação do país, pela influência de terceiros e por estereótipos influencia o comportamento internacional e ajuda a criar valor para o país.
O levantamento realizou mais de 58 mil entrevistas online de avaliação de países com maior visibilidade internacional.
Segundo o ranking, a Suécia é o país com a melhor reputação do mundo, com pontuação 78,3. Ela é seguida pelo Canadá (77,8), pela Suíça (77), pela Austrália (76,8) e pela Noruega (76,2).
"O que esses países têm em comum? Eles estão no topo da listas de países com maior índice de felicidade, mais pacíficos e progressistas socialmente (casamento entre pessoas do mesmo sexo, melhor educação e saúde públicas)", diz o relatório.
O estudo faz uma comparação para mostrar que entre os dez países com maior PIB, maior área e maior população, apenas o Canadá é listados entre os de melhor reputação. Por outro lado, quase todos os países no topo dos rankings internacionais de felicidade, paz e sem corrupção estão entre os de melhor reputação.
Segundo o Reputation, a marca de um país é algo que demora a ser consolidado, mas pode se desfazer rapidamente na era da comunicação veloz de hoje. A construção da imagem passa por dezenas de fatores, mas receber bem estrangeiros, ser seguro e ser bonita estão entre os três principais pontos para a avaliação positiva no resto do mundo.
O ranking dos dez primeiros países da lista pouco mudou nas últimas três edições do índice, mas em 2015 o Canadá aparecia em primeiro e em 2014 a Suíça liderava.
No fim da lista, com pior reputação entre as nações avaliadas, aparecem o Iraque (24,56 pontos), o Irã (29,74), o Paquistão (31,03), a Arábia Saudita (36,32) e a Nigéria (36,37).
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