‘Washington Post’ – Brasilianismo http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br Daniel Buarque é jornalista e escritor com mestrado sobre a imagem internacional do país pelo Brazil Institute do King's College de Londres. Fri, 31 Jan 2020 12:20:22 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Macron caiu na ‘histeria’ de Bolsonaro sobre Amazônia, diz Washington Post http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/08/29/macron-caiu-no-jogo-de-histeria-de-bolsonaro-avalia-washington-post/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/08/29/macron-caiu-no-jogo-de-histeria-de-bolsonaro-avalia-washington-post/#respond Thu, 29 Aug 2019 07:41:55 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5822

Após mais de uma semana de ataques públicos e trocas de insultos, está na hora de a diplomacia voltar a funcionar e buscar o equilíbrio nas negociações entre o Brasil e o resto do mundo para tentar salvar a Amazônia. Este argumento apaziguador é defendido por um editorial publicado pelo jornal americano The Washington Post.

Segundo o texto de opinião da publicação, no meio da discussão, a disputa política criou barreiras a propostas contra o fogo na floresta –e ambos os lados erraram.

“O presidente brasileiro frequentemente acusa aqueles preocupados com o destino da Amazônia de colonialismo. Infelizmente, Macron caiu no jogo de histeria de Bolsonaro ao enfatizar o interesse de outras nações no futuro da Amazônia”, diz o Post.

Para o jornal, o truque para levar adiante uma parceria pela proteção da Amazônia será convencer o atual governo brasileiro a agir “sem cruzar a extrema sensibilidade de Bolsonaro a qualquer insulto percebido à soberania do Brasil”.

O argumento do Post se coloca como contraponto a um movimento que pode ser percebido na imprensa internacional nas últimas semanas. Ao responsabilizar Bolsonaro pelos incêndios e criticá-lo por demonstrar desprezo pelo ambiente, muitos analistas estrangeiros (e o próprio presidente francês) começam a sugerir discutir a soberania do território em chamas. Esse movimento é perigoso para a política internacional como um todo, e acaba alimentando ainda mais o argumento do governo sobre interesses internacionais pela Amazônia –criando um ciclo problemático que não ajuda a combater o fogo.

A proposta de busca de equilíbrio feita pelo jornal, portanto, faz sentido. A diplomacia bem balanceada e sem brigas pode ser a melhor forma de levar adiante as conversas sobre o incêndio na floresta. E o Brasil tem um papel a cumprir no processo.

“Bolsonaro deve parar de brigar e receber o dinheiro da ajuda, e deve acalmar as preocupações dos países doadores de que ele desviaria os recursos para os interesses agrícolas, o que levou a Alemanha e a Noruega a congelar a ajuda na floresta este ano. Enquanto isso, Macron e outros líderes mundiais devem estar dispostos a pagar mais –e a cuidar de que seu tom expresse preocupação, em vez de comando”, avalia o Post.

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Aprovação da reforma gera otimismo sobre o Brasil, diz imprensa estrangeira http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/07/11/aprovacao-da-reforma-gera-otimismo-sobre-o-brasil-diz-imprensa-estrangeira/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/07/11/aprovacao-da-reforma-gera-otimismo-sobre-o-brasil-diz-imprensa-estrangeira/#respond Thu, 11 Jul 2019 14:01:54 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5632

A aprovação em primeiro turno do texto principal da reforma da Previdência na Câmara foi recebida com entusiasmo pela imprensa internacional –especialmente pelos veículos voltados à economia e a investidores estrangeiros. Segundo as primeiras análises publicadas no exterior, a reforma aumenta o otimismo em relação ao Brasil.

“O tão esperado projeto de lei de reforma previdenciária do Brasil passou um obstáculo crucial na noite de quarta-feira”, relata o jornal Financial Times. “Anos em planejamento, a reforma é vista como essencial para restaurar a confiança na economia brasileira, que enfrenta a perspectiva de um retorno à recessão no segundo trimestre.”

Segundo a publicação, a aprovação elevou otimismo de investidores internacionais com a economia brasileira –por conta da economia que representa mas também pela perspectiva de outras reformas no futuro.

“Os investidores viram o projeto como um teste para saber se o governo do presidente Jair Bolsonaro será capaz de aprovar sua agenda econômica mais ampla de desregulamentação e privatização”, explica.

A avaliação é semelhante à feita em maio pelo economista Edmund Amann, brasilianista e professor da universidade de Leiden, na Holanda, em entrevista ao blog Brasilianismo.

Na ocasião, Amann argumentou que a reforma era interpretada no resto do mundo como um teste para saber se o governo Bolsonaro tem viabilidade e se pode ser levado a sério.

“Fora do Brasil há um grau de incerteza em torno do governo de Bolsonaro em termos de tentar saber se ele vai ser capaz de resolver os problemas do país. Se ele conseguir algum progresso nesta reforma, vai parecer que ele foi bem-sucedido inicialmente, e vai ser levado a sério. As pessoas querem saber se o governo é capaz de atingir resultados positivos, se tem uma relação produtiva com o Congresso, se vai conseguir empurrar o país na direção certa. O governo vai ser mais respeitado e levado a sério, caso consiga aprovar a reforma”, explicou Amann em maio deste ano.

Segundo a agência de economia Bloomberg, a aprovação da reforma na Câmara vai dar um grande impulso à economia brasileira.

“Em meio à preocupação em torno da economia do Brasil –o encolhimento das previsões de crescimento, o desemprego de dois dígitos e o aumento da dívida pública– o voto de quarta-feira na Câmara para reformar o sistema previdenciário representa um avanço significativo”, diz a reportagem.

Um outro texto da agência, publicado também pelo jornal Washington Post, ressaltou que o futuro do Brasil depende dessa reforma da Previdência.

“Maior economia da América Latina, o Brasil está em uma encruzilhada. Consertar suas finanças públicas poderia abrir as portas para um ciclo virtuoso de expansão. Se isso falhar, corre o risco de cair mais fundo nas avaliações das agências de crédito e no crescimento abaixo da média. Muito depende do dispendioso sistema previdenciário do país”, explica.

Sem o mesmo foco na economia, a rede árabe Al Jazeera publicou uma reportagem em inglês tratando a aprovação da reforma na Câmara como uma grande vitória do governo de Bolsonaro.

A reportagem também indicou que nem todos no país estão felizes com a reforma. “Manifestantes em várias grandes cidades brasileiras disseram que as reformas propostas prejudicam as classes trabalhadoras”, diz.

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Antítese de Davos, Bolsonaro fracassa em Fórum, diz imprensa estrangeira http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/01/23/antitese-de-davos-bolsonaro-fracassa-em-forum-diz-imprensa-estrangeira/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/01/23/antitese-de-davos-bolsonaro-fracassa-em-forum-diz-imprensa-estrangeira/#respond Wed, 23 Jan 2019 08:39:38 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5130
O discurso de Jair Bolsonaro na abertura do Fórum Econômico Mundial em Davos não conseguiu atrair a atenção internacional de forma muito positiva para o que ele prometeu ser o “novo Brasil” sob seu governo.

Mesmo que alguns veículos de economia tenham comemorado a promessa de “abertura” do país, a reação da imprensa estrangeira à primeira viagem do presidente brasileiro ao exterior foi relativamente pequena (como próprio discurso de Bolsonaro), e marcada por críticas à falta de detalhes sobre os planos do governo e sobre o que o brasileiro representou na abertura do Fórum.

“O novo presidente do Brasil fracassa em sua estreia no exterior”, diz o título da reportagem do jornal americano The Washington Post.

“A abertura do Fórum parecia ter potencial para empolgação. Jair Bolsonaro, fazendo sua viagem de estreia ao exterior como presidente do Brasil, prometia revelar sua visão de um ‘novo Brasil’ à elite global. (…) Mas seu discurso decepcionou. Bolsonaro falou por pouco mais de 10 minutos, entregando um discurso que observadores caracterizaram como ‘sem vida’ e ‘desajeitado’”, diz.

  • Assista ao discurso do Bolsonaro em Davos

A ausência do norte-americano Donald Trump e o discurso inicial fizeram do presidente brasileiro “a cara do populismo” no encontro mundial, segundo uma reportagem publicada pelo jornal norte-americano The New York Times.

Em um texto sobre o primeiro dia do encontro, a publicação foca o discurso de Bolsonaro e adota um tom muito crítico ao alegar que Bolsonaro representa o oposto de tudo o que o Fórum busca.

“O discurso de abertura de Bolsonaro deu o tom para uma reunião de Davos sem a participação habitual de líderes americanos e europeus, lutando com forças políticas, da América Latina à Europa, que estão em desacordo com a ética da conferência de cooperação global e a ordem liberal internacional”, explica o Times.

“Com seus instintos nacionalistas, seu estilo de homem forte e sua história de fazer declarações grosseiras sobre mulheres, gays e grupos indígenas, Bolsonaro é, em muitos aspectos, a própria antítese do ‘Homem de Davos’ – o termo usado para descrever o tipo de pessoa que participa da conferência anual”, diz.

O jornal também voltou a ressaltar a proximidade e a comparação entre o presidente brasileiro e o americano.

“Bolsonaro e Trump cultivam um ao outro assiduamente, e os paralelos entre eles às vezes são impressionantes. Bolsonaro se gabou de vencer a eleição ‘apesar de ter sido atacado injustamente o tempo todo”, ecoando a vilanização de Trump sobre a mídia”, diz. Até a forma de se vestir dos dois é semelhante, segundo o jornal. “Embora ele estivesse falando em uma sala aquecida, Bolsonaro usava um longo casaco de inverno”, diz, alegando que Trump faz o mesmo.

Apesar das críticas internas sobre a brevidade do discurso de Bolsonaro –que durou pouco mais de seis minutos dos 45 a que teria direito–, a atenção gerada pela primeira viagem de Bolsonaro ao exterior teve uma cobertura relativamente limitada.

Além das publicações que enfocaram a frustração das expectativas internacionais, o silêncio de grande parte da mídia estrangeira reflete a falta de “notícia” gerada pelo discurso sem novidades e sem detalhes sobre os planos de Bolsonaro para o país.

“Bolsonaro não conseguiu honrar seu título de “Trump dos Trópicos”, com um discurso pouco inspirado em Davos, que deixou de lançar luz sobre a direção da oitava maior economia do mundo”, diz o britânico Daily Telegraph.

Mesmo com todo o tom crítico, a imprensa de economia do resto do mundo preferiu enfocar as promessas de “abertura” e de reformas. As redes americanas CNN e CNBC, por exemplo, deram atenção a esta nova abordagem da economia brasileira.

O Wall Street Journal até diz que o discurso foi curto e sem detalhes sobre o que de fato vai ser feito. Ainda assim, a publicação destacou que Bolsonaro adotou um tom mais comedido do que o que está normalmente associado a ele, e que prometeu tornar o país mais “amigável” para empresários e investidores internacionais.

De forma parecida, o Financial Times diz que a apresentação de menos de 15 minutos mostrou que o presidente brasileiro buscou fugir das controvérsias à qual costuma ser associado.

“Em uma aparição breve e cuidadosamente controlada, Bolsonaro apresentou uma direção favorável ao mercado enquanto prometeu baixar os impostos de empresas e tornar o país mais aberto ao comércio global”, diz.

Segundo o Washington Post, por enquanto, o pêndulo ainda está na direção de Bolsonaro. “Os investidores estão bastante empolgados com sua administração e a opinião pública no Brasil ainda está firmemente a seu favor”, avalia.

O britânico The Guardian mais uma vez adotou tom crítico em relação ao presidente brasileiro. Uma reportagem inicial falou sobre a preocupação que o discurso gerou em ambientalistas, e um outro texto diz que o discurso foi ofuscados pelas denúncias de corrupção envolvendo seu filho.

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Para críticos estrangeiros, Bolsonaro faz o Brasil dar as costas ao mundo http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/01/11/para-criticos-estrangeiros-bolsonaro-faz-o-brasil-dar-as-costas-ao-mundo/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/01/11/para-criticos-estrangeiros-bolsonaro-faz-o-brasil-dar-as-costas-ao-mundo/#respond Fri, 11 Jan 2019 13:38:08 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5105

Uma série de artigos de opinião, editoriais e reportagens com tom crítico às primeiras medidas de política externa do governo de Jair Bolsonaro ganhou destaque na mídia estrangeira nos últimos dias. Textos em alguns dos veículos de imprensa mais respeitados do mundo questionam o encaminhamento de mudanças na diplomacia do Brasil, e chegam a indicar que o país está dando as costas para o resto do mundo e ameaçando o soft power construído nas últimas décadas.

“O caso de amor do Brasil com a diplomacia morreu”, diz o título de uma análise publicada pela respeitada revista Foreign Policy nesta semana.

Segundo o texto, assinado pelo professor de estudos políticos do Bard College Omar G. Encarnación, o país era uma liderança no internacionalismo liberal, mas vai agora dar as costas ao mundo.

“Entre as potências emergentes do mundo, o Brasil tem sido um inigualável defensor do que definiu o liberalismo internacional nos anos do pós-guerra, especialmente um compromisso com o multilateralismo, mercados abertos e a defesa de valores liberais, como democracia, diversidade e direitos humanos. A recém-inaugurada administração do presidente Jair Bolsonaro agora promete mudar tudo isso. Embora ganhasse ampla notoriedade por seus comentários racistas, misóginos e homofóbicos, seu legado duradouro pode acabar sendo sua política externa. O resto do mundo não deve subestimar a escala do afastamento do Brasil em relação à ordem liberal internacional”, diz o texto.

O artigo lista os avanços alcançados pelo Brasil em política externa nas últimas décadas, alegando que o país havia se tornado uma liderança em questões importantes e progressistas como a defesa da democracia, a luta contra a Aids, o combate à desigualdade e à pobreza, a defesa dos direitos de minorias e mesmo em questões ambientais.

Encarnación argumenta, entretanto, que mesmo com poucos dias de governo o retrocesso trazido por Bolsonaro já está acontecendo.

“O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, um cético sobre mudanças climáticas (ele se referiu ao aquecimento global como uma trama marxista), anunciou que o Brasil sairá do acordo de mudança climática de Paris, algo inconcebível há apenas alguns meses. O Brasil também retirou sua candidatura para sediar a conferência de mudanças climáticas da ONU em 2019. Tudo isso está de acordo com as visões anti-globalistas de Bolsonaro e a postura anti-ambientalista”, explica.

“Lamentavelmente, a proteção que muitos esperam reduzir a agenda interna de Bolsonaro fará pouco para reduzir sua capacidade de transformar a política externa brasileira.”

Com tom igualmente pessimista, a revista The Economist também enfocou as mudanças da diplomacia brasileira sob Bolsonaro em sua edição mais recente. Segundo a publicação, as contradições trazidas à política externa do país e o posicionamento do novo chanceler colocam em risco o soft power to Brasil.

A revista revisita a história da diplomacia brasileira e o legado construído pelo Barão de Rio Branco e alega que a indicação de Araújo muda a tradição e choca a elite intelectual voltada à diplomacia.

“Os valores defendidos por Rio Branco –paz, moderação, confiança no direito internacional, não-intervenção e o que agora seria chamado de busca pelo soft power– tornaram-se parte integrante da ideia do Brasil sobre si mesmo”, explica a revista. “A política externa de Araújo enfrentará o que ele denuncia como ‘globalismo’, um termo sarcástico em referência à abertura ao mundo”, complementa.

Apesar de apontar problemas na política externa do PT, a Economist diz que o encaminhamento do novo governo parece cometer erros. Ao sinalizar uma guinada à extrema-direita, o país se distancia da tradição histórida do país e compromete seu poder global.

“Seu ataque ao ‘globalismo’ também expõe uma contradição no coração do projeto de Bolsonaro. O poderoso ministro da economia do novo presidente, Paulo Guedes, promete reformas liberais, incluindo a privatização e a abertura do Brasil ao comércio e à competição. A melhor maneira de fazer isso não é se aliar servilmente ao protecionista-chefe na Casa Branca. A posição de Bolsonaro em relação às mudanças climáticas já abalou as chances de a União Europeia concluir um acordo comercial há muito adiado com o Mercosul (ao qual o Brasil pertence)”, explica.

A avaliação é semelhante à publicada pelo pesquisador americano Harold Trinkunas em um artigo publicado no site do think tank Brookings logo após a vitória de Bolsonaro. Segundo ele, o novo governo vai destruir o soft power do Brasil.

“Nas últimas décadas, o Brasil procurou influenciar a ordem internacional confiando fortemente no ‘soft power’ –a capacidade de persuadir outros a se alinharem com suas propostas diplomáticas devido ao apelo do modelo doméstico do Brasil e sua abordagem pacífica para resolver disputas internacionais”, explica Trinkunas. Foi através do ‘soft power’ que o Brasil se tornou mais importante internacionalmente durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, mas desde que Dilma Rousseff chegou ao poder o país vinha perdendo parte deste “poder brando”. “No entanto, a eleição de Jair Bolsonaro provavelmente destruirá o que resta do soft power do Brasil no exterior”, avaliou então.

Em uma outra crítica internacional à nova política externa do Brasil, a revista digital Slate ironizou o alinhamento imediato do país às políticas de Donald Trump.

Segundo a publicação, um artigo publicado por Araújo nesta semana indica uma contradição entre o que o chanceler diz que o Brasil pretende fazer e os posicionamentos não apenas do próprio Bolsonaro, mas também de Trump –especialmente em relação à democracia.

“Falar de liberdade e democracia sempre pareceu estranho aos funcionários do governo Trump, dada a predileção do presidente por governantes autoritários. Pode ser ainda mais estranho de um funcionário do governo de Bolsonaro, não apenas por causa dos ataques do novo presidente à mídia e grupos minoritários, mas também por causa de seu elogio pelo passado autoritário do seu próprio país”, crítica a Slate.

Poucos dias após a posse de Bolsonaro, o jornal americano The Washington Post avaliou que o novo governo iria incluir o Brasil no “eixo de direita de Trump”, o que é marcante especialmente na nova diplomacia do país.

“Tudo isso marca uma mudança significativa da política externa anterior do país”, diz, citando reportagens do próprio jornal que indicam as transformações da diplomacia brasileira. “É claro que, nos próximos meses, as complexidades da governança podem ultrapassar os imperativos da campanha. Por um lado, os especialistas alertam que Bolsonaro não pode seguir Trump em uma guerra comercial com a China. ‘Se a China decidir retaliar e torná-lo um exemplo, os custos de Bolsonaro serão gigantescos’, disse ao Post Matias Spektor, que dirige o Centro de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas, uma universidade em São Paulo. ‘É uma diplomacia de alto risco – uma aposta cega’.”

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Para a mídia estrangeira, Bolsonaro mudou o Brasil antes mesmo da sua posse http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/01/01/para-a-midia-estrangeira-bolsonaro-mudou-o-brasil-antes-mesmo-da-sua-posse/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/01/01/para-a-midia-estrangeira-bolsonaro-mudou-o-brasil-antes-mesmo-da-sua-posse/#respond Tue, 01 Jan 2019 12:26:09 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5077 Jair Bolsonaro toma posse nesta terça-feira (1º) como presidente do Brasil, mas a sua campanha e vitória nas eleições já começaram a criar mudanças no Brasil antes mesmo de ele assumir o poder, segundo avaliações publicadas na imprensa internacional.

“Não existem dúvidas de que transformações profundas estão acontecendo”, diz uma reportagem publicada pelo jornal americano The New York Times neste 1º de janeiro.

A publicação cita o anúncio de que o novo presidente deve aumentar a facilidade para a compra de armas, a maior aproximação diplomática do país com os Estados Unidos, o aumento do desmatamento na Amazônia, a formação de um governo com nomes de fora da política tradicional e as disputas sobre discussões de gênero em escolas como algumas das mudanças que se consolidaram ainda em 2018 no Brasil.

Para o Times, apesar de haver muita controvérsia em torno das mudanças trazidas pelo novo presidente, Bolsonaro reflete em parte o desejo da população por uma guinada radical na situação do país que se afundou em uma grave crise política e econômica nos últimos anos.

O jornal britânico The Guardian também fala em mudanças no país e destaca que a posse do novo presidente brasileiro atraiu especialmente os líderes populistas e de direita de outros países, indicando o alinhamento ideológico que o Brasil deve seguir a partir de agora.

“Bolsonaro fez campanha com um manifesto nacionalista e contra a corrupção, prometendo drenar o pântano político de Brasília, desenvolver reservas protegidas na Amazônia, resgatar a economia moribunda, proteger valores das famílias e tornar seu país grande. Propostas de punho de ferro para lidar com as altas taxas de crimes violentos, como liberar o porte de armas, foram centrais em sua campanha; no sábado ele tuitou sobre planos para garantir que cidadãos sem histórico de crimes tenham direito de comprar armas”, diz.

Além das mudanças, o New York Times ressalta que Bolsonaro espelha o estilo do presidente americano Donald Trump na forma de lidar com a imprensa, que é tratada de forma hostil pelo novo governante brasileiro.

A comparação de Bolsonaro com Trump, frequente desde a campanha presidencial, também voltou a ter destaque internacional na cobertura da posse. Uma reportagem publicada pelo Washington Post destaca o quanto o novo presidente brasileiro tenta se aproximar do americano.

O jornal usa até mesmo o slogan de Trump no título sobre o brasileiro: “Tornando o Brasil grande novamente: Como Jair Bolsonado espelha e corteja Trump”.

A referência é central também no site Politico, que destaca que o “Trump da América do Sul” toma posse no Brasil.

A eleição de Bolsonaro foi tratada de forma crítica pela maioria dos veículos de imprensa internacional ao longo de toda a campanha de 2018 –assim como o próprio Trump é tratado de forma crítica nos EUA e na Europa. O novo presidente brasileiro foi tratado como um populista de extrema-direita que ameaça a democracia do país. É de se esperar que o tom crítico se mantenha neste início de governo enquanto o mundo observa as primeiras medidas de Bolsonaro no poder.

Reportagem do jornal de economia “Financial Times” sobre a posse foca nas divisões políticas e ideológicas geradas pelo novo presidente, falando sobre medo e esperança no país.

“Entre apoiadores, a expectativa é alta de que o congressista de direita, eleito por uma onda de desgosto popular em relação ao governo anterior de esquerda, vai limpar o país da corrupção, da crescente criminalidade e vai impulsionar a economia que começa a sair da pior recessão da sua história”, diz. “Outros temem seu autoritarismo latente”, complementa.

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‘Espere o caos em outubro’, diz artigo no ‘Washington Post’ sobre a eleição http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/09/06/espere-o-caos-em-outubro-diz-artigo-no-washington-post-sobre-a-eleicao/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/09/06/espere-o-caos-em-outubro-diz-artigo-no-washington-post-sobre-a-eleicao/#respond Thu, 06 Sep 2018 08:50:33 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=4769
Com a decisão do TSE de barrar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, a contínua crise política no país, a falta de confiança da população nos partidos e na própria democracia, o Brasil caminha para uma situação de caos em sua eleição presidencial no próximo mês, segundo uma análise publicada no jornal americano “The Washington Post”. “Espere o caos em outubro”, diz.

“Partidos fracos, uma economia instável e a crescente criminalidade e violência no Brasil significam que não é de surpreender que os políticos não-tradicionais da esquerda e da direita estejam indo bem até agora. Em disputas frente a frente com outros candidatos, por exemplo, Bolsonaro supera todos os seus potenciais rivais. Com Lula fora do pleito, espere mais turbulências no ambiente político já caótico do Brasil”, explica o artigo (que não menciona a pesquisa Ibope mais recente sobre um possível segundo turno na eleição).

A análise foi escrita por Brett J. Kyle, professor assistente de ciência política na Universidade de Nebraska-Omaha e autor do livro “Reciclando Ditadores na América Latina: Legados do Regimento Militar”, e Andrew G. Reiter, professor de política e relações internacionais no Mount Holyoke College.

A avaliação reforça a sensação vista na imprensa internacional logo após a decisão do TSE sobre Lula. Ao agir de forma previsível seguindo a lei da Ficha Limpa, que proíbe a candidatura de Lula, a Justiça abriu um campo de imprevisibilidades sobre o que pode acontecer na eleição. A ideia de caos na política brasileira, e de disfuncionalidade de todo o sistema político do país, tem sido frequente em observações internacionais sobre o Brasil desde a época do impeachment de Dilma Rousseff.

Segundo o texto no “Post”, situações em que partidos perderam força na América Latina tradicionalmente levam à ascensão do autoritarismo, e isso pode acontecer no Brasil nesta eleição. O “vácuo” político criado pela crise pode ser um ambiente propício para candidatos extremistas.

Além da análise publicada no “Washington Post”, o jornal britânico “The Guardian” também descreve o crescimento da turbulência política um mês antes das eleições no Brasil. Em uma reportagem publicada nesta quinta, o jornal diz que candidatos a presidente de direita e de esquerda estão sendo acusados de envolvimento com corrupção, o que pode afetar a eleição.

A publicação trata de revelações recentes sobre Geraldo Alckmin e Fernando Haddad, ambos acusados de corrupção nesta semana. “É improvável que os casos prossigam a tempo de resultar em uma condenação antes do primeiro turno da eleição, em 7 de outubro, mas (…) isso causará danos à reputação de ambos os candidatos em uma disputa apertada, sem votos sobrando.”

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Na mídia estrangeira, política domina debate sobre fogo no Museu Nacional http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/09/05/na-midia-estrangeira-politica-domina-debate-sobre-fogo-no-museu-nacional/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/09/05/na-midia-estrangeira-politica-domina-debate-sobre-fogo-no-museu-nacional/#respond Wed, 05 Sep 2018 10:22:27 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=4765 O incêndio que destruiu o Museu Nacional, no Rio, ganhou ampla atenção no resto do mundo desde o domingo. Nas principais análises publicadas pela imprensa internacional, o fogo se tornou metáfora para o “declínio de uma nação”, conforme relata Nelson de Sá, em sua coluna na Folha.

Grandes fotos do prédio do museu em chamas foram estampadas nas capas de importantes publicações em outros países, como o “New York Times” e o “Financial Times”. Em comum na abordagem de quem olha de fora para o país, o tom é de que a negligência do Brasil levou à destruição do importante patrimônio — e o descaso da política do país domina o debate.

“Os brasileiros têm boas razões para ficar com raiva. Não contente em comprometer o futuro da metrópole brasileira com projetos desastrosos, com a pilhagem dos cofres públicos e com a permissão de crimes mortais, parece que a classe política do país se superou e deixou um pedaço de seu passado virar fumaça”, criticou o colunista Mac Margolis em texto publicado no site de opinião da agência de economia Bloomberg.

Segundo Margolis, entretanto, as disputas partidárias em torno do incêndio tiram o foco do debate sobre o futuro do país, e apenas amplia as divisões políticas que já estão inflamadas por conta do período eleitoral.

“Sem dúvida, há muita culpa por aí. E, no entanto, nem as misérias do museu nem as advertências sobre os perigos da negligência eram novidade. A condição precária do palácio de 200 anos tem sido um tema de tendência desde pelo menos 1958. O que parece claro é que, a menos que os brasileiros abandonem as divisões partidárias, muito mais do patrimônio nacional certamente estará em risco”, escreveu.

Apesar do foco político, as perdas para a pesquisa científica também ganharam atenção no resto do mundo. Uma análise publicada no site do instituto Smithsonian, de administra mais de uma dezena de museus nos EUA, diz que o incêndio é um golpe devastador para a herança cultural da América do Sul.

Segundo o texto, após o incêndio, várias instituições e grupos no Brasil e fora se mobilizaram para tentar ajudar o museu, mas pode ser tarde demais. Muito do caos gerado pelo incêndio é “irreversível”, diz.

O jornal americano “The Washington Post” chamou o incêndio no museu brasileiro de “tragédia global”, e atacou a falta de capacidade de cuidado com o acervo. “Numa época em que grandes museus europeus podem montar satélites luxuosamente financiados em outros continentes, as desgraças do Museu Nacional lembram que muitos outros países abrigam tesouros igualmente maravilhosos, mas carecem de recursos para salvaguardá-los –e para ajudar suas populações a apreciar sua importância.”

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Marielle se transforma em símbolo global de luta contra racismo e opressão http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/03/20/marielle-se-transforma-em-simbolo-global-de-luta-contra-racismo-e-opressao/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/03/20/marielle-se-transforma-em-simbolo-global-de-luta-contra-racismo-e-opressao/#respond Tue, 20 Mar 2018 15:24:08 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=4368

Marielle se transforma em símbolo global de luta contra racismo e opressão

Se o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco pretendia silenciar a luta política dela, o efeito do ataque contra ela foi o oposto, e a repercussão da sua morte já tem impacto internacional. Segundo análises publicadas nesta semana por veículos da imprensa estrangeira, Marielle se transformou em um símbolo global da luta contra o racismo e a opressão.

“O maior país da América Latina assistiu espantada enquanto uma personagem pouco conhecida fora do Rio de Janeiro se transformou em um símbolo global de opressão racial”, diz uma reportagem publicada pelo jornal americano “The Washington Post”.

O jornal lembra que Marielle foi homenageada no Parlamento Europeu e destaca protestos realizados em diferentes partes do mundo desde o assassinato.

“De Berlim a Miami a Montreal, pessoas que nunca haviam falar de Marielle até a semana passada tomaram emprestada uma frase do movimento ‘Black Lives Matter’: #sayhername (diga o seu nome)”, diz o jornal.

“Como uma negra, lésbica, de esquerda, Marielle representava uma interseção de movimentos que estão se combinando como resultado do seu assassinato. Dezenas de milhares de brasileiros de todas as cores tomaram as ruas após sua morte.”

O reconhecimento de Marielle como símbolo ganhou destaque também no jornal britânico “The Guardian”. “A ativista política brasileira –uma negra, mãe solteira gay– foi uma lutadora sem medo em um país marcado pelo racismo e pela desigualdade. Seu assassinato deve reverberar em todo o mundo”, diz a repórter Chitra Ramaswamy em uma coluna.

“O mundo está ao mesmo tempo encolhendo e se tornando mais assustador, e a repercussão de atos tão odiosos e emblemáticos viaja até longe de maneira rápida. A resposta também: dezenas de milhares apareceram no Brasil para protestar pelo assassinato de Marielle. Centenas de milhares se recusaram a esquecer dela em mais de 30 idiomas usando a hashtag #MarielleFrancoPresente”, diz.

O site de jornalismo Quartz também se refere a Marielle como um “ícone global”.

“Apesar de Franco ainda não ter entrado na polarizada política nacional do Brasil, seu assassinato reverberou em nível nacional e internacional. O Brasil perdeu uma política que ajudou aqueles que há tempos são ignorados –mulheres, pobres e negros. Mas com a morte dela, parece que o mundo ganhou uma mártir”, diz.

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Foto de menino no réveillon faz Brasil debater racismo, diz jornal dos EUA http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/01/04/foto-de-menino-no-reveillon-faz-brasil-debater-racismo-diz-jornal-dos-eua/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/01/04/foto-de-menino-no-reveillon-faz-brasil-debater-racismo-diz-jornal-dos-eua/#respond Thu, 04 Jan 2018 09:22:36 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=4136

‘Washington Post’: Foto de menino no réveillon faz Brasil discutir racismo

A discussão a respeito da fotografia que mostra um menino negro, sozinho, durante a queima de fogos da virada do ano em Copacabana chegou à imprensa internacional. Segundo uma reportagem publicada pelo jornal americano “Washington Post”, a imagem que viralizou levou o Brasil a debater seriamente questões relacionadas a racismo, classe e desigualdade.

“Para alguns, é apenas uma foto de um menino negro em transe pelos espectaculares fogos de artifício da virada de ano; para outros, é um símbolo de esperança para dias melhores depois de vários anos turbulentos de crise política e recessão econômica. Muitos pensam que a imagem é emblemática da aguda desigualdade do Brasil, uma interpretação que levou outros a reagir com perguntas sobre como as pessoas negras e mestiças são vistas e estereotipadas no Brasil, onde tradicionalmente foram marginalizadas”, diz o jornal.

A publicação americana destaca que desde a divulgação da foto, mesmo sem informações sobre o menino retratado, o Brasil foi tomado por discussões em redes sociais, reportagens na imprensa, posts em blogs e textos editoriais sobre a imagem e o que ela reflete sobre a sociedade brasileira.

É interessante perceber que, a partir do olhar estrangeiro, os debates nas redes sociais no Brasil têm levado o país a pensar mais sobre questões importantes da sua realidade, como racismo e desigualdade. Este também foi o ponto central, segundo uma reportagem do jornal britânico “The Guardian”, sobre o clipe divulgado por Anitta no fim do ano passado.

Segundo a publicação o vídeo da música expôs “as falhas sociais do país à medida que lida com questões de desigualdade, racismo, abuso sexista e apropriação cultural”.

Um sociólogo ouvido pelo “Washington Post” a respeito da foto do réveillon ressaltou que, além da própria imagem, toda a reação e polêmica em torno dela é uma demonstração interessante da situação atual do Brasil. Segundo Luiz Augusto Campos, os debates sobre racismo e o aumento da visibilidade da questão marcam um momento de transição positivo para o Brasil.

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‘Washington Post’: Trabalhadores brasileiros pagam o preço pela corrupção http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/06/19/washington-post-trabalhadores-brasileiros-pagam-o-preco-pela-corrupcao/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/06/19/washington-post-trabalhadores-brasileiros-pagam-o-preco-pela-corrupcao/#respond Mon, 19 Jun 2017 20:54:46 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=3456

‘Washington Post’: Trabalhadores brasileiros pagam preço por corrupção

Enquanto escândalos de corrupção afetam algumas das maiores empresas do Brasil, são os trabalhadores do país que mais sofrem com os impactos da crise em toda a economia, segundo uma reportagem publicada pelo jornal americano “The Washington Post”.

“A investigação da Lava Jato resultou em prisões para muitos políticos, bem como executivos nas indústrias de construção, petroquímica e de carne do Brasil, sob a acusação de suborno envolvendo contratos governamentais lucrativos. Três anos depois, o expurgo na indústria provocou demissões em massa, afastando empresas que um dia foram mundialmente conhecidas”, diz a reportagem.

De acordo com o jornal, apesar dos efeitos positivos da luta contra a corrupção, o processo tem sido doloroso e criado desemprego, inclusive entre trabalhadores altamente qualificados.

“Muitos trabalhadores brasileiros que não participaram diretamente do escândalo pagaram um preço alto. E, como alguns dos principais executivos negociaram delações premiadas, seus funcionários se viram presos em impérios em ruínas, com setores inteiros da economia destruídos de um dia para o outro”, explica.

Na avaliação do “Washington Post”, a crise está gerando uma “fuga de cérebros” de alguns dos setores mais lucrativos do Brasil, e isso pode ter um impacto duradouro na competitividade global do país.

“No momento em que a economia do país se recuperar, a próxima geração de engenheiros brasileiros pode não ter mentores experientes para orientá-los”, diz.

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