Stratfor – Brasilianismo http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br Daniel Buarque é jornalista e escritor com mestrado sobre a imagem internacional do país pelo Brazil Institute do King's College de Londres. Fri, 31 Jan 2020 12:20:22 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Agência dos EUA diz que Brasil não repetirá história de intervenção militar http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/06/01/agencia-dos-eua-diz-que-brasil-nao-repetira-historia-de-intervencao-militar/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/06/01/agencia-dos-eua-diz-que-brasil-nao-repetira-historia-de-intervencao-militar/#respond Fri, 01 Jun 2018 11:37:55 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=4552

“A história não está se repetindo”, e o Brasil não parece seguir o rumo de uma nova intervenção militar na política, apesar de haver um crescimento de vozes a favor de uma ditadura no país.

Esta é a conclusão de um estudo publicado pelo site americano “Geopolitical Futures” a respeito da probabilidade de uma virada autoritária no Brasil.

O trabalho avaliou casos da história do Brasil em que os militares tomaram o poder (em 1889, 1930 e 1964) e comparou à situação atual do país. Segundo a análise, mesmo aceitando que haja elementos que poderiam favorecer uma intervenção, algumas características do contexto atual reduzem a probabilidade de uma ditadura. A falta de apoio internacional seria um dos pontos centrais para essa avaliação.

“Todas essas três intervenções militares ocorreram em diferentes períodos da história do Brasil e sob diferentes circunstâncias, mas ainda assim têm algumas coisas em comum”, diz o estudo. Segundo ele, os três exemplos revelam que as intervenções no Brasil têm quatro características:

“Primeiro, uma crise política resulta em um governo extremamente fraco que tem pouco ou nenhum apoio de bases históricas. Em segundo lugar, uma crise econômica ameaça os principais componentes da economia. Terceiro, uma grande parte dos militares, particularmente os oficiais, fica frustrada com o governo, muitas vezes porque os militares foram excluídos dos assuntos do Estado. Em quarto lugar, as forças estrangeiras desempenham algum papel.”

No Brasil de hoje, avalia, os dois primeiros casos (crise econômica e baixa legitimidade política) são verdadeiros. As outras duas características (exclusão dos militares e apoio internacional), entretanto, não são verdadeiras, o que torna a possibilidade de ditadura menos provável.

“As forças armadas não estão sendo negligenciadas ou minadas pelo governo hoje. De fato, nos últimos 25 anos, o governo incluiu oficiais militares no planejamento, debates e políticas nacionais de defesa. Os comentários do general Eduardo Villas Boas sobre a corrupção entre os políticos brasileiros despertaram preocupações de que o Brasil estivesse retrocedendo, mas que ele era capaz de falar sobre uma questão política em si indica que os oficiais militares não são meros observadores da política brasileira, mas também podem ter influência”, diz o estudo.

Quanto à influência externa, o “Geopolitical Futures” alega que o maior interesse de potências internacionais é em estabilidade, e que uma intervenção militar criaria muita incerteza sobre o país, criando tensões desnecessárias tanto em política quanto em economia.

“No plano internacional, não há sinais de que governos estrangeiros possam apoiar uma solução militar para a crise no Brasil. Todos os governos da América do Sul hesitam em se envolver militarmente em outros países da região. Mesmo no caso da Venezuela, que está passando por uma crise política e econômica própria, os países da região demoraram a tomar medidas concretas (como cortar os laços comerciais) contra o governo de Nicolas Maduro e estão aplicando apenas sanções moderadas. Países fora da América do Sul, particularmente os Estados Unidos, querem estabilidade no Brasil. Por conta da negociações comerciais com a China e o NAFTA, além das operações militares em curso no Oriente Médio, os EUA já estão sobrecarregados e dificilmente apoiariam uma intervenção militar no Brasil. Fora do Hemisfério Ocidental, um dos relacionamentos mais fortes do Brasil é com a China, que importa recursos naturais do Brasil. Se o governo brasileiro fosse derrubado, isso poderia desestabilizar o país e prejudicar os laços comerciais, fazendo com que Pequim não apoiasse qualquer movimento nessa direção.”

O “Geopolitical Futures” é uma publicação voltada a análises de geopolítica global e perspectivas para o futuro do mundo. A revista digital é ligada ao think tank Stratfor, uma agência de inteligência americana dedicada a estudos de política internacional. O posicionamento publicado para o público americano indica que não interessa à elite de política externa dos Estados Unidos que haja uma intervenção deste tipo no Brasil, o que diminuiria as chances de crescer o apoio externo a uma nova ditadura.

Enquanto o debate sobre intervenção cresce no Brasil, é interessante ver um posicionamento assim de fora do país, especialmente considerando que os Estados Unidos foram a principal força por trás do movimento que tomou o poder em 1964. É claro que sempre há a possibilidade do uso de publicações e estudos em atuação de contra-informação, mas a análise aparenta ser feita para consumo interno, indicando ser reflexo dos interesses políticos dos EUA.

A avaliação ganha eco em reportagens analíticas como uma publicada na revista “Americas Quarterly”. Segundo o editor-chefe da publicação, Brian Winter, o que se viu no Brasil com o aumento de vozes por uma intervenção soa quase inacreditável. “O que antes era impensável agora está se tornando normal”, diz.

Mesmo admitindo que as vozes a favor de uma intervenção pela força podem ser minoria, ele diz que o tema já chegou à elite da política, que alega que os militares não têm interesse em assumir o poder. O problema maior, segundo Winter, é que o Brasil pode acabar abraçando uma alternativa autoritária por meio do voto, sem precisar de uma intervenção violenta dos militares.

“Na verdade, um golpe tradicional com tanques nas ruas é quase impensável –uma “relíquia do século 20”, como disse um líder militar nesta semana. No século XXI, quando a democracia se deteriora, quase sempre acontece por meio das urnas. Bolsonaro prometeu, se eleito, nomear oficiais militares para cargos importantes no governo, reverter as disposições sobre direitos humanos e dar ‘carta branca’ às forças de segurança para matar suspeitos de crimes, entre outras medidas. O General Joaquim Silva e Luna, que Temer nomeou como o primeiro ministro da Defesa não-civil do Brasil em fevereiro, disse à ‘Bloomberg News’ na semana passada que ele recebeu bem a candidatura de Bolsonaro. ‘O Brasil está procurando alguém com valores … e eles consideram que as Forças Armadas têm esses atributos’, disse ele. Por que se preocupar com um golpe, quando há maneiras mais fáceis de ganhar poder?”

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Fragmentação política vai atrapalhar governo de quem for eleito em 2018 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/01/11/fragmentacao-politica-vai-atrapalhar-governo-de-quem-for-eleito-em-2018/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/01/11/fragmentacao-politica-vai-atrapalhar-governo-de-quem-for-eleito-em-2018/#respond Thu, 11 Jan 2018 09:42:26 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=4159

Fragmentação política vai atrapalhar presidente eleito em 2018, diz agência

A disputa pela Presidência do Brasil ainda nem começou oficialmente, mas, segundo um estudo da agência norte-americana de inteligência e geopolítica Stratfor, o sistema político vai dificultar o trabalho de quem quer que seja eleito em outubro.

“Fragmentação –em vez de polarização– vai ser a palavra mais importante no dia da eleição”, diz um artigo publicado pela agência, que trata da situação política do Brasil e da Colômbia.

O excesso de candidatos e de propostas tem grandes chances de levar à eleição de um candidato de fora do sistema político, diz, e ao mesmo tempo vai criar um contexto divisivo, em que vai ser difícil formar coalizões para governar o país.

“A falta de apoio no Congresso não é uma questão simples na América Latina”, diz. “Algumas das mais marcantes divisões políticas estão no Brasil, onde regras eleitorais flexíveis permitiram a proliferação de pequenos partidos políticos”, explica.

“As consequências do fracasso em garantir apoio no Congresso são claras para quem quiser ver. A presidente brasileira Dilma Rousseff foi retirada do poder como resultado de uma votação de impeachment, enquanto seu sucessor, Michel Temer, evitou ter o mesmo destino.”

Com o processo jurídico contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o “deputado populista de direita” Jair Bolsonaro e a “candidata ambiental” Marina Silva aparecem com chances de disputar o segundo turno, avalia. O problema, segundo a Stratfor, é que nenhum dos dois tem força no Congresso, o que tornaria difícil a formação de uma coalizão para governar.

O Brasil vai enfrentar uma “eleição aberta com muitos candidatos com chances de chegar ao poder”, diz a análise. Enquanto é difícil indicar quem vai ser eleito, o vencedor vai sofrer para montar uma coalizão capaz de apoiar seu governo.

Esta não é a primeira crítica da Stratfor à dificuldade de se formar um governo no Brasil. Em uma análise publicada em agosto de 2016, após o impeachment de Dilma, dizia que o sistema político fragmentado em dezenas de partidos e a necessidade de formação de coalizões para governar o país são as raízes dos problemas e instabilidades vividos pelo Brasil.

“O problema com um sistema que incorpora tantos partidos políticos é que ele enfraquece o Executivo, caso ele seja incapaz de unir uma coalizão”.

A crítica aparece também na análise de outras publicações. Segundo a revista “The Economist”, a crise política no Brasil pode em parte ser explicada pela cacofonia de vozes sem ideologia que formam o sistema brasileiro. “O sistema atual incentiva a diversidade política em detrimento da qualidade”, dizia, em março do ano passado.

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Julgamento de Lula vai determinar o futuro do Brasil, diz agência americana http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/07/07/julgamento-de-lula-vai-determinar-o-futuro-do-brasil-diz-agencia-americana/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/07/07/julgamento-de-lula-vai-determinar-o-futuro-do-brasil-diz-agencia-americana/#respond Fri, 07 Jul 2017 21:46:19 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=3583

Julgamento de Lula vai determinar o futuro do Brasil, diz agência americana

O nome e a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estiveram fortemente ligados à expansão da reputação do Brasil pelo mundo ao longo da primeira década do século 21. Enquanto o governo de Michel Temer se afunda em crises e escândalos e a eleição de 2018 começa a se aproximar, analistas estrangeiros começam a avaliar as chances de Lula voltar a ser presidente e a especular sobre o tipo de governo que ele faria.

Esta tendência fica evidente em um artigo publicado pela agência norte-americana de inteligência e geopolítica Stratfor. “O Brasil pode trocar um escândalo presidencial por outro”, diz o título da análise, sobre essa possível volta do ex-presidente petista ao poder.

Para a Stratfor, o resultado do julgamento de Lula, e sua presença ou ausência na política brasileira, vai ser um fator determinante para o futuro do Brasil.

A análise indica que Lula é atualmente o candidato com mais chances de chegar à Presidência, mas o caminho é difícil, e seu novo governo seria marcado pelos mesmos problemas legais e morais que afetam o de Temer atualmente.

“Uma Presidência de Lula significaria que mais um presidente brasileiro estaria sob investigação de corrupção. E a luta que Temer enfrenta oferece um claro exemplo do que Lula enfrentaria como presidente”, diz. “O Brasil continuaria em um estado de incerteza política.”

A Stratfor usa tom bastante crítico em relação ao ex-presidente, mas reconhece que, apesar das investigações contra ele, Lula conquistou “reputação entre brasileiros de garantir estabilidade financeira. Na cabeça de muitos, Lula é o presidente que diminuiu a desigualdade e o desemprego”.

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Lava Jato pode destruir sistema político do Brasil, diz estudo americano http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/04/19/lava-jato-pode-destruir-sistema-politico-do-brasil-diz-estudo-americano/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/04/19/lava-jato-pode-destruir-sistema-politico-do-brasil-diz-estudo-americano/#respond Wed, 19 Apr 2017 23:47:56 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=3306

Lava Jato pode destruir sistema político do Brasil, diz agência de geopolítica dos EUA

Após anos de revelações e escândalos de corrupção a Operação Lava Jato pode “destruir o sistema político brasileiro”, segundo uma análise publicada pela agência norte-americana de inteligência e geopolítica Stratfor.

De acordo com esta análise internacional, quanto mais os políticos convencionais do país aparecem ligados a esquemas de corrupção “maiores as chances de um nome de fora da política chegar ao poder nas próximas eleições, em 2018”, diz, em tom preocupado com a falência do sistema atual, ainda que ele tenha problemas.

O trabalho divulgado pela Stratfor indica que políticos e partidos tradicionais do Brasil estão trabalhando para criar pactos que possam salvá-los deste fim, ou ao menos diminuir os impactos das revelações da investigação. Uma das tentativas, explica, é tentar argumentar que fazer caixa 2 não seria uma forma de corrupção.

“Independentemente de os políticos serem considerados culpados, a investigação fez estragos em suas reputações com o público e diminuiu suas chances na eleição de 2018. Para agentes externos da política, a perda dos partidos tradicionais é uma conquista”, avalia.

“É claro que os políticos tradicionais do Brasil ainda têm mais de um ano para se preparar para as próximas eleições, mas considerando o progresso da Operação Lava Jato, e o sucesso limitado das tentativas de barrar a investigação, talvez já seja tarde demais para a classe política do país”, diz.

A Stratfor tem publicado de forma regular análises e estudos sobre a crise política no Brasil. Em um relatório recente, a agência dizia que a fragmentação política do país em dezenas de partidos era uma das raízes das instabilidades vividas pelo país.

Antes disso, em junho do ano passado, um estudo indicava algo semelhante ao mais recente a respeito dos impactos das investigações, apontando para o fim da tolerância dos brasileiros com a corrupção, o que seria sentido nas urnas.

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Crise pode ter efeitos devastadores para segurança do Brasil, diz Stratfor http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/02/16/crise-pode-ter-efeitos-devastadores-sobre-seguranca-do-brasil-diz-stratfor/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/02/16/crise-pode-ter-efeitos-devastadores-sobre-seguranca-do-brasil-diz-stratfor/#respond Thu, 16 Feb 2017 22:11:23 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=3148

Crise pode ter efeitos devastadores sobre segurança do Brasil, diz think tank

A greve de policiais no espírito Santo é um reflexo da crise econômica que atinge o Brasil há mais de dois anos e pode ser um exemplo de como a recessão pode ter efeitos devastadores sobre a segurança do país. A análise é de um estudo da agência norte-americana de inteligência e geopolítica Stratfor.

“As greves das polícias no Espírito Santo e no Rio de Janeiro podem ser o começo de uma tendência perigosa no Brasil”, diz a análise do think tank.

O texto se debruça sobre os efeitos da crise econômica sobre as finanças dos estados brasileiros, que beiram a calamidade, e cujos cortes de gastos têm efeito sobre a população.

“A expectativa é que o Brasil saia da recessão neste ano. Mas analistas de mercado antecipam que a economia do país vai crescer lentamente, se crescer, dependendo de como a investigação do escândalo da Petrobras e da Odebrecht se desenrolam”, avalia.

“Mesmo se a economia voltar a crescer ao nível projetado de 0,5% a 1%, nao vai ser o suficiente para aliviar os problemas financeiros que afligem o país.”

A Stratfor vem acompanhando as crises política e econômica no país nos últimos anos. Em um texto publicado em julho, o think tank dizia que o sistema político fragmentado em dezenas de partidos e a necessidade de formação de coalizões para governar o país são as raízes dos problemas e instabilidades vividos pelo Brasil.

“O problema com um sistema que incorpora tantos partidos políticos é que ele enfraquece o Executivo, caso ele seja incapaz de unir uma coalizão”, dizia.

Um mês antes, a mesma agência de inteligência avaliava o processo de impeachment e indicava que os graves entraves políticos enfrentados pelo país representam uma ruptura com um traço nacional que fazia mal ao país. O Brasil perdeu a paciência e deixou de ser tolerante com a corrupção, explicava.

“Nos últimos dois anos, a tolerância dos cidadãos brasileiros e do sistema judiciário com a corrupção diminuiu drasticamente.”

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Fragmentação política é raiz de problemas do Brasil, diz agência dos EUA http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2016/08/01/fragmentacao-politica-e-raiz-de-problemas-do-brasil-diz-agencia-dos-eua/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2016/08/01/fragmentacao-politica-e-raiz-de-problemas-do-brasil-diz-agencia-dos-eua/#respond Mon, 01 Aug 2016 19:48:00 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=2392 Sistema de coalizões é raiz de problemas do Brasil, diz agência dos EUA

Sistema de coalizões é raiz de problemas do Brasil, diz agência dos EUA

O sistema político fragmentado em dezenas de partidos e a necessidade de formação de coalizões para governar o país são as raízes dos problemas e instabilidades vividos pelo Brasil, segundo um estudo da agência norte-americana de inteligência e geopolítica Stratfor.

“O problema com um sistema que incorpora tantos partidos políticos é que ele enfraquece o Executivo, caso ele seja incapaz de unir uma coalizão”, diz a análise.

“Manter o equilíbrio em um ambiente tão heterogêneo se torna mais difícil em tempos de crise política e social”, continua, justificando a instabilidade vivida pelo país com o crescimento da insatisfação popular com o governo de Dilma Rousseff, entre o final de 2015 e o começo de 2016.

“O sistema político brasileiro requer muita manobra política pelo presidente para formar e manter uma coalizão ampla. Quando seis de nove partidos da coalizão do governo abandonaram a presidente Dilma Rousseff, ela foi incapaz de atingir o total de um terço dos votos necessários para impedir o impeachment”, diz.

A Stratfor vinha acompanhando o processo de afastamento da presidente. A análise afasta a ideia de golpe de Estado e explica que o sistema tem problemas que permitem este tipo de manipulação.

“Apesar de um impeachmente precisar se basear em uma alegada violação legal específica, ele é em último caso uma decisão política, e não jurídica. Se Dilma tivesse sido capaz de manter uma coalizão coesa, ela teria recebido os votos necessários para evidar o processo de impeachment contra ela”, diz.

Segundo a agência, Dilma foi perdendo apoio aos poucos, e acabou sendo incapaz de manter a coalizão que a mantinha no poder.

Além da instabilidade, a Stratfor alega ainda que o sistema político fragmentado favorece a corrupção. A análise cita esquemas de desvios formados em empresas a partir de indicações políticas. “Ao indicar partidos aliados para posições importantes em estatais, políticos podem garantir propinas e subornos para eles mesmos”, explica.

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Brasil perdeu a tolerância com a corrupção, diz estudo de geopolítica http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2016/06/20/brasil-perdeu-a-tolerancia-com-a-corrupcao-diz-estudo-de-geopolitica/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2016/06/20/brasil-perdeu-a-tolerancia-com-a-corrupcao-diz-estudo-de-geopolitica/#respond Mon, 20 Jun 2016 21:20:04 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=2211 Brasil perdeu a tolerância com a corrupção, diz estudo de geopolítica

Brasil perdeu a tolerância com a corrupção, diz estudo de geopolítica

No meio do noticiário negativo sobre os problemas nas crises brasileiras, há análises e estudos que indicam coisas boas para o país. Um desses trabalhos mais recentes, publicado pela agência de inteligência geopolítica norte-americana Stratfor, indica que os graves entraves políticos enfrentados pelo país representam uma ruptura com um traço nacional que fazia mal ao país. O Brasil perdeu a paciência e deixou de ser tolerante com a corrupção, explica.

“Nos últimos dois anos, a tolerância dos cidadãos brasileiros e do sistema judiciário com a corrupção diminuiu drasticamente”, diz o texto.

A avaliação vai além de comentários partidários sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff ou o governo interino de Michel Temer. Segundo a Stratfor, a rejeição à corrupção afeta todo o sistema e deixa o Brasil sem uma perspectiva imediata para solucionar seus problemas – o que pode ser positivo, já que afasta da política elementos envolvidos em escândalos.

“Algumas décadas atrás, os brasileiros poderiam perdoar seus políticos por seus delitos, mas os dias ‘rouba mas faz’, de tolerância com a corrupção, parecem coisa do passado”, explica.

A Stratfor é um think tank que produz regularmente trabalhos de análise sobre a situação brasileira, e vem acompanhando a crise desde a eleição de 2014.

Segundo o estudo mais recente, a delação premiada de pessoas envolvidas em corrupção tem exposto os desvios éticos da política brasileira, e tem o potencial de influenciar de forma de forma significativa a política brasileira nos próximos meses.

A análise mostra que havia corrupção nos governo recentes do país, mas explica que as denúncias mais recentes colocam em xeque o governo interino, e dão chances de mais ampla defesa à presidente afastada.

“O tamanho da crise de corrupção no Brasil pode tornar a ideia de eleições antecipadas uma opção atraente para ajudar o país a ir além do escândalo que está travando o governo”.

Para a Stratfor, as acusações contra Temer jogam um elemento extra de incerteza na crise política brasileira.

“No mínimo, Temer vai ter que se defender das acusações de corrupção – o que pode se tornar um risco real para sua Presidência. Quando ele chegou no poder, pouco mais de um mês atrás, Temer era visto como alguém que poderia guiar o Brasil dos destroços do escândalo da Petrobras. Em vez disso, a investigação envolveu ele”, diz.

“A investigação de corrupção na Petrobras mostrou uma resiliência impressionante. De Temer e Lula aos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, todo líder em potencial está sendo engolido pelas suspeitas de corrupção, e o Brasil está ficando sem substitutos viáveis para Dilma.”

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Agência de inteligência dos EUA vê aumentar risco de impeachment no Brasil http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2015/09/16/agencia-de-inteligencia-dos-eua-ve-aumentar-risco-de-impeachment-no-brasil/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2015/09/16/agencia-de-inteligencia-dos-eua-ve-aumentar-risco-de-impeachment-no-brasil/#respond Wed, 16 Sep 2015 14:05:41 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=888 Análise da agência de inteligênncia geopolítica Stratfor aponta aumento no risco de impeachment no Brasil

Análise da agência de inteligênncia geopolítica Stratfor aponta aumento no risco de impeachment no Brasil

Os escândalos de corrupção e a crise econômica enfraquecem a posição do governo brasileiro, que se torna cada vez mais frágil. Segundo uma análise da agência de inteligência geopolítica norte-americana Stratfor, entretanto, a maior ameaça a Dilma Rousseff vem da oposição, que deve continuar levando adiante a ameaça de impeachment em um processo longo para desgastar ainda mais o PT. “A ameaça existe”, diz a Stratfor.

O estudo divulgado nesta semana atualiza a posição da Stratfor, que vem acompanhando de perto o desenrolar da situação política do Brasil. Em julho, a agência havia publicado um texto falando que o risco de impeachment era baixo e que a oposição parecia não querer de fato tirar a presidente, mas apenas enfraquecer o PT de olho nas próximas eleições. Em menos de dois meses, muito já mudou.

“A oposição tentou por meses conquistar apoio público para o processo de impeachment, mas faltava conseguir os votos para isso no Congresso. Entretanto, nos últimos meses as investigações contra o governo avançaram a um ponto em que as decisões podem acontecer rapidamente, oferecendo à oposição um catalisador para voltar a buscar os votos para abrir o processo de impeachment”, diz a agência.

Analistas internacionais e a mídia estrangeira até agora têm se colocado fortemente contra a ideia de um impedimento de Dilma. Além de críticos da ruptura com o sistema atual, os observadores do resto do mundo vinham até agora vendo dificuldades no avanço do impeachment, e a análise da Stratfor parece ser o primeiro importante posicionamento que vê possibilidade real de o governo atual ser abreviado. Isso é importante especialmente porque a Stratfor é uma agência de análises sobre relações internacionais com forte influência nos Estados Unidos, servindo de referência para políticos e empresas – o que reforça a imagem de fragilidade do Brasil no momento atual.

“Por mais que um impeachment presidencial esteja longe de ser certo, a oposição tende a abrir os procedimentos para garantir seu futuro político”, diz.

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