Racismo – Brasilianismo http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br Daniel Buarque é jornalista e escritor com mestrado sobre a imagem internacional do país pelo Brazil Institute do King's College de Londres. Fri, 31 Jan 2020 12:20:22 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Cenas de jovens presos e torturados no Brasil são comuns, diz jornal inglês http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/09/04/cenas-de-jovens-presos-e-torturados-no-brasil-sao-comuns-diz-jornal-ingles/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/09/04/cenas-de-jovens-presos-e-torturados-no-brasil-sao-comuns-diz-jornal-ingles/#respond Wed, 04 Sep 2019 09:33:03 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5849

O caso do adolescente negro que foi despido, amordaçado e chicoteado por furtar chocolate em um supermercado na zona sul de SP ganhou repercussão internacional.

De acordo com uma reportagem publicada pelo jornal britânico The Guardian, o registro é chocante até mesmo considerando “os padrões brasileiros de racismo e crueldade”.

O caso se torna relevante na perspectiva internacional por expôr duas imagens muito fortes relacionadas ao Brasil no resto do mundo: a violência e o racismo. É comum reportagens na mídia internacional destacarem o quanto negros e pobres costumam ser alvos mais frequentes dos altos índices de violência no país.

Segundo o jornal, “cenas de ladrões –geralmente jovens homens negros e adolescentes– sendo amarrados, torturados e mesmo assassinados são comuns no Brasil”.

A publicação deu espaço a vozes que comparam o caso registrado em 2019 com a violência contra escravos no Brasil. “É como uma cena de séculos atrás”, diz um dos entrevistados. O jornal explica ainda que a divulgação do vídeo registrando a tortura mostra o quando o racismo está enraizado no Brasil.

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Marielle se transforma em símbolo global de luta contra racismo e opressão http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/03/20/marielle-se-transforma-em-simbolo-global-de-luta-contra-racismo-e-opressao/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/03/20/marielle-se-transforma-em-simbolo-global-de-luta-contra-racismo-e-opressao/#respond Tue, 20 Mar 2018 15:24:08 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=4368

Marielle se transforma em símbolo global de luta contra racismo e opressão

Se o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco pretendia silenciar a luta política dela, o efeito do ataque contra ela foi o oposto, e a repercussão da sua morte já tem impacto internacional. Segundo análises publicadas nesta semana por veículos da imprensa estrangeira, Marielle se transformou em um símbolo global da luta contra o racismo e a opressão.

“O maior país da América Latina assistiu espantada enquanto uma personagem pouco conhecida fora do Rio de Janeiro se transformou em um símbolo global de opressão racial”, diz uma reportagem publicada pelo jornal americano “The Washington Post”.

O jornal lembra que Marielle foi homenageada no Parlamento Europeu e destaca protestos realizados em diferentes partes do mundo desde o assassinato.

“De Berlim a Miami a Montreal, pessoas que nunca haviam falar de Marielle até a semana passada tomaram emprestada uma frase do movimento ‘Black Lives Matter’: #sayhername (diga o seu nome)”, diz o jornal.

“Como uma negra, lésbica, de esquerda, Marielle representava uma interseção de movimentos que estão se combinando como resultado do seu assassinato. Dezenas de milhares de brasileiros de todas as cores tomaram as ruas após sua morte.”

O reconhecimento de Marielle como símbolo ganhou destaque também no jornal britânico “The Guardian”. “A ativista política brasileira –uma negra, mãe solteira gay– foi uma lutadora sem medo em um país marcado pelo racismo e pela desigualdade. Seu assassinato deve reverberar em todo o mundo”, diz a repórter Chitra Ramaswamy em uma coluna.

“O mundo está ao mesmo tempo encolhendo e se tornando mais assustador, e a repercussão de atos tão odiosos e emblemáticos viaja até longe de maneira rápida. A resposta também: dezenas de milhares apareceram no Brasil para protestar pelo assassinato de Marielle. Centenas de milhares se recusaram a esquecer dela em mais de 30 idiomas usando a hashtag #MarielleFrancoPresente”, diz.

O site de jornalismo Quartz também se refere a Marielle como um “ícone global”.

“Apesar de Franco ainda não ter entrado na polarizada política nacional do Brasil, seu assassinato reverberou em nível nacional e internacional. O Brasil perdeu uma política que ajudou aqueles que há tempos são ignorados –mulheres, pobres e negros. Mas com a morte dela, parece que o mundo ganhou uma mártir”, diz.

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Foto de menino no réveillon faz Brasil debater racismo, diz jornal dos EUA http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/01/04/foto-de-menino-no-reveillon-faz-brasil-debater-racismo-diz-jornal-dos-eua/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/01/04/foto-de-menino-no-reveillon-faz-brasil-debater-racismo-diz-jornal-dos-eua/#respond Thu, 04 Jan 2018 09:22:36 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=4136

‘Washington Post’: Foto de menino no réveillon faz Brasil discutir racismo

A discussão a respeito da fotografia que mostra um menino negro, sozinho, durante a queima de fogos da virada do ano em Copacabana chegou à imprensa internacional. Segundo uma reportagem publicada pelo jornal americano “Washington Post”, a imagem que viralizou levou o Brasil a debater seriamente questões relacionadas a racismo, classe e desigualdade.

“Para alguns, é apenas uma foto de um menino negro em transe pelos espectaculares fogos de artifício da virada de ano; para outros, é um símbolo de esperança para dias melhores depois de vários anos turbulentos de crise política e recessão econômica. Muitos pensam que a imagem é emblemática da aguda desigualdade do Brasil, uma interpretação que levou outros a reagir com perguntas sobre como as pessoas negras e mestiças são vistas e estereotipadas no Brasil, onde tradicionalmente foram marginalizadas”, diz o jornal.

A publicação americana destaca que desde a divulgação da foto, mesmo sem informações sobre o menino retratado, o Brasil foi tomado por discussões em redes sociais, reportagens na imprensa, posts em blogs e textos editoriais sobre a imagem e o que ela reflete sobre a sociedade brasileira.

É interessante perceber que, a partir do olhar estrangeiro, os debates nas redes sociais no Brasil têm levado o país a pensar mais sobre questões importantes da sua realidade, como racismo e desigualdade. Este também foi o ponto central, segundo uma reportagem do jornal britânico “The Guardian”, sobre o clipe divulgado por Anitta no fim do ano passado.

Segundo a publicação o vídeo da música expôs “as falhas sociais do país à medida que lida com questões de desigualdade, racismo, abuso sexista e apropriação cultural”.

Um sociólogo ouvido pelo “Washington Post” a respeito da foto do réveillon ressaltou que, além da própria imagem, toda a reação e polêmica em torno dela é uma demonstração interessante da situação atual do Brasil. Segundo Luiz Augusto Campos, os debates sobre racismo e o aumento da visibilidade da questão marcam um momento de transição positivo para o Brasil.

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Brasil vive ‘confortável contradição racial’, diz antropóloga dos EUA http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/04/11/brasil-vive-confortavel-contradicao-racial-diz-antropologa-dos-eua/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/04/11/brasil-vive-confortavel-contradicao-racial-diz-antropologa-dos-eua/#respond Tue, 11 Apr 2017 23:36:07 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=3293

Brasil vive ‘confortável contradição racial’, diz livro de antropóloga dos EUA

Apesar de o país ter orgulho de sua história de miscigenação racial e da ausência de conflitos raciais declarados, o Brasil mantêm uma sociedade em que estão presentes cotidianamente as ideias de superioridade dos brancos e inferioridade dos negros. Esta tese é apresentada pela antropóloga Jennifer Roth-Gordon, da Universidade do Arizona, nos EUA, em um livro recém-lançado.

Em “Race and the Brazilian Body: Blackness, Whiteness and Everyday Language in Rio de Janeiro” (Raça e o Corpo Brasileiro: Negritude e Branquitude na Linguagem Cotidiana no Rio de Janeiro), Roth-Gordon alega que o país vive uma “confortável contradição racial” no contraste entre a teoria e a prática do racismo no país que por muito tempo se propôs como uma democracia racial.

“Existe uma profunda desigualdade racial no Brasil, e mesmo assim as pessoas acham que não são racistas”, explicou a pesquisadora, em texto publicado no site da universidade do Arizona.

Segundo a reportagem, a antropóloga esteve no Brasil pouco antes dos Jogos Olímpicos e viveu de perto o preconceito ao ver seus dois filhos, que são negros, serem tratados como inferiores nas ruas do Rio.

O livro se baseia em pesquisa de campo e entrevista com brasileiros para tentar revelar como o racismo existe no país, ainda que pareça estar escondido.

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Cotas geram debate sobre raça e preconceito no Brasil, diz jornal canadense http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2016/12/13/cotas-geram-debate-sobre-raca-e-preconceito-no-brasil-diz-jornal-canadense/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2016/12/13/cotas-geram-debate-sobre-raca-e-preconceito-no-brasil-diz-jornal-canadense/#respond Tue, 13 Dec 2016 11:27:40 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=2922 Política de cotas gera debate sobre raça no Brasil, diz jornal canadense

Política de cotas gera debate sobre raça no Brasil, diz jornal canadense

Um sistema criado para evitar fraudes em concursos que oferecem cotas de vagas para negros e pardos no Brasil gerou polêmica e acabou abrindo um debate sobre o significado de questões de raça e sobre discriminação racial no país, segundo uma reportagem do jornal canadense “Globe and Mail”.

“A política nasceu de boas intenções, mas gerou questões atordoantes, às vezes dolorosas: O que torna uma pessoa negra ou branca? São feições faciais? Cabelo? Família? Ou uma experiência de racismo? E quem decide?”, pergunta.

A reportagem se debruça sobre uma série de casos em que brasileiros que se declaram negros foram rejeitados por comissões que avaliam se os candidatos têm direito a vagas separadas para políticas de ação afirmativa. E aponta problemas no sistema.

“A política de cotas é um esforço controverso de reparação à escravidão e centenas de anos de discriminação racial. Depois que a escravidão foi proibida em 1888, o Brasil não teve políticas explícitas de discriminação, como as leis Jim Crow no sul dos EUA. Ao contrário, o país cultivou uma imagem de ‘democracia racial’ onde todos eram participantes iguais”, diz o texto, se referindo ao mito que se criou sobre racismo no Brasil.

Por décadas o país vendeu no exterior esta imagem de que não tinha racismo, por não ter leis que forçassem a segregação. Mais recentemente, entretanto, observadores e pesquisadores estrangeiros passaram a perceber e divulgar o quanto o racismo continuava presente na sociedade brasileira, buscando derrubar o mito.

“O efeito de 140 anos de exclusão sistêmica de pessoas negras, baseado em uma hierarquia de tons de cor de pele, é óbvio atualmente”, diz o jornal canadense.

A reportagem explica que o sistema de cotas nasceu para tentar diminuir essas diferenças baseadas em raça, e que em seus primeiros anos ela se baseava na autodeclaração de raça dos candidatos, mas que houve abusos e foram registrados casos de pessoas brancas se aproveitando do sistema.

Isso levou à formação de uma “comissão de verificação de raça”, que virou o centro da polêmica. “Isso significa que um painel de assessores olharia para cada candidato e decidiria se sua aparência se encaixava na raça declarada por ela”, diz. “O resultado, frequentemente, é confuso”, completa.

Sem uma escala objetiva para determinar algo tão subjetivo e individual quanto raça, diz o jornal, já há quem questione todo o sistema de ação afirmativa.

“Enquanto muitos ativistas são ferozmente envolvidos em proteger a limitação de vagas de ação afirmativa para alguém que tenha sido vítima de discriminação, outross argumentam que deixar o Estado definir a raça é uma regressão”, explica.

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Violência, racismo, corrupção e crise resumem o Brasil, segundo think tank http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2015/09/30/violencia-racismo-corrupcao-e-crise-resumem-o-brasil-diz-think-tank/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2015/09/30/violencia-racismo-corrupcao-e-crise-resumem-o-brasil-diz-think-tank/#respond Wed, 30 Sep 2015 17:07:52 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=934 Violência, racismo, corrupção e crise resumem imagem do Brasil, diz revista de diplomacia

Violência, racismo, corrupção e crise resumem imagem do Brasil, diz revista de diplomacia

Um dos retratos mais críticos da imagem internacional do Brasil nos últimos anos foi publicado neste mês pela revista digital de relações internacionais “Foreign Policy in Focus”.

Em um texto que questiona “o que aconteceu” com o país, a publicação diz que “o maior país da América Latina parecia em ascensão. Agora está marcado pela violência generalizada, por racismo estrutural, corrupção endêmica e choques econômicos externos”, diz.

Depois de tratar do avanço político e econômico do país nos 15 anos entre o Plano Real e a virada da segunda década do século XXI, a publicação reúne algumas das notícias mais recentes sobre o país na imprensa internacional para abordar as questões de segurança, corrupção e racismo, assim como a crise econômica. O resultado é um perfil nada elogioso.

O texto fala sobre o mapa global da violência, que indica que o Brasil tem algumas das cidades mais violentas do mundo. Fala ainda sobre notícias sobre brutalidade policial e a negação do racismo, que é apontado como um grave problema no país. A revista também aborda os escândalos de corrupção na Petrobras.

Após uma série de críticas, algumas ressalvas: “Não é tarde demais, é claro, para o Brasil fazer uma grande correção em sua direção”, diz. “Felizmente, na vida e no esporte, países conseguem ter uma segunda chance. O Brasil tem os ingredientes certos para ter uma performance de classe mundial”, complementa.

A “Foreign Policy in Focus” é um projeto do Institute for Policy Studies (IPS), um “think tank” multidisciplinar e de orientação progressista de Washington, DC. Com participação de mais de 600 pesquisadores, a publicação diz buscar a promoção da democracia e da responsabilidade dos EUA nas relações globais. O texto é assinado pelo pesquisador John Feffer, do IPS, diretor da publicação.

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Polícia evidencia ‘apartheid simbólico’ no Brasil, diz mídia estrangeira http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2015/08/31/policia-evidencia-apartheid-simbolico-no-brasil-diz-midia-estrangeira/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2015/08/31/policia-evidencia-apartheid-simbolico-no-brasil-diz-midia-estrangeira/#respond Mon, 31 Aug 2015 11:27:56 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=817 Reportagem do 'Independent' critica 'apartheid simbólico' no Brasil

Reportagem do ‘Independent’ critica ‘apartheid simbólico’ no Brasil

O racismo escondido da sociedade brasileira foi destacado em uma dezena de reportagens na mídia internacional ao longo dos últimos dias. A notícia de que mais de uma centena de adolescentes cariocas foram recolhidos pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, sem nenhum motivo aparente, a caminho das praias da zona sul da cidade gerou reação da mídia em diferentes países atacando a discriminação.

Segundo o jornal britânico “The Independent”, o caso demonstra que o Brasil vive um “apartheid simbólico”.

“Enquanto a cidade [do Rio de Janeiro] se prepara para receber a Olimpíada no próximo ano, trazendo muitos visitantes, a polícia tem realizado buscas em ônibus com jovens a caminho da praia, e alguns são levados a abrigos até serem buscados pela família, mesmo que não tenham cometido nenhuma ofensa”, diz o jornal.

A notícia foi publicada com tom crítico em pelo menos uma dezena de veículos de diferentes partes do mundo.

O Italiano “La Presse” destacou que a ação “preventiva” prendeu apenas jovens pobres e negros, o que não teria nenhuma base legal.

O site “RPP”, citando a agência internacional Efe, alegou que a ação demonstra uma tentativa de segregação de grandes cidades do Brasil, com exclusão dos mais pobres a fim de proteger os setores mais ricos da sociedade.

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