Previdência – Brasilianismo http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br Daniel Buarque é jornalista e escritor com mestrado sobre a imagem internacional do país pelo Brazil Institute do King's College de Londres. Fri, 31 Jan 2020 12:20:22 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Aprovação da reforma gera otimismo sobre o Brasil, diz imprensa estrangeira http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/07/11/aprovacao-da-reforma-gera-otimismo-sobre-o-brasil-diz-imprensa-estrangeira/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/07/11/aprovacao-da-reforma-gera-otimismo-sobre-o-brasil-diz-imprensa-estrangeira/#respond Thu, 11 Jul 2019 14:01:54 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5632

A aprovação em primeiro turno do texto principal da reforma da Previdência na Câmara foi recebida com entusiasmo pela imprensa internacional –especialmente pelos veículos voltados à economia e a investidores estrangeiros. Segundo as primeiras análises publicadas no exterior, a reforma aumenta o otimismo em relação ao Brasil.

“O tão esperado projeto de lei de reforma previdenciária do Brasil passou um obstáculo crucial na noite de quarta-feira”, relata o jornal Financial Times. “Anos em planejamento, a reforma é vista como essencial para restaurar a confiança na economia brasileira, que enfrenta a perspectiva de um retorno à recessão no segundo trimestre.”

Segundo a publicação, a aprovação elevou otimismo de investidores internacionais com a economia brasileira –por conta da economia que representa mas também pela perspectiva de outras reformas no futuro.

“Os investidores viram o projeto como um teste para saber se o governo do presidente Jair Bolsonaro será capaz de aprovar sua agenda econômica mais ampla de desregulamentação e privatização”, explica.

A avaliação é semelhante à feita em maio pelo economista Edmund Amann, brasilianista e professor da universidade de Leiden, na Holanda, em entrevista ao blog Brasilianismo.

Na ocasião, Amann argumentou que a reforma era interpretada no resto do mundo como um teste para saber se o governo Bolsonaro tem viabilidade e se pode ser levado a sério.

“Fora do Brasil há um grau de incerteza em torno do governo de Bolsonaro em termos de tentar saber se ele vai ser capaz de resolver os problemas do país. Se ele conseguir algum progresso nesta reforma, vai parecer que ele foi bem-sucedido inicialmente, e vai ser levado a sério. As pessoas querem saber se o governo é capaz de atingir resultados positivos, se tem uma relação produtiva com o Congresso, se vai conseguir empurrar o país na direção certa. O governo vai ser mais respeitado e levado a sério, caso consiga aprovar a reforma”, explicou Amann em maio deste ano.

Segundo a agência de economia Bloomberg, a aprovação da reforma na Câmara vai dar um grande impulso à economia brasileira.

“Em meio à preocupação em torno da economia do Brasil –o encolhimento das previsões de crescimento, o desemprego de dois dígitos e o aumento da dívida pública– o voto de quarta-feira na Câmara para reformar o sistema previdenciário representa um avanço significativo”, diz a reportagem.

Um outro texto da agência, publicado também pelo jornal Washington Post, ressaltou que o futuro do Brasil depende dessa reforma da Previdência.

“Maior economia da América Latina, o Brasil está em uma encruzilhada. Consertar suas finanças públicas poderia abrir as portas para um ciclo virtuoso de expansão. Se isso falhar, corre o risco de cair mais fundo nas avaliações das agências de crédito e no crescimento abaixo da média. Muito depende do dispendioso sistema previdenciário do país”, explica.

Sem o mesmo foco na economia, a rede árabe Al Jazeera publicou uma reportagem em inglês tratando a aprovação da reforma na Câmara como uma grande vitória do governo de Bolsonaro.

A reportagem também indicou que nem todos no país estão felizes com a reforma. “Manifestantes em várias grandes cidades brasileiras disseram que as reformas propostas prejudicam as classes trabalhadoras”, diz.

Siga o blog Brasilianismo no Facebook para acompanhar as notícias sobre a imagem internacional do Brasil

]]>
0
Mídia estrangeira de economia retoma otimismo com reforma da Previdência http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/06/22/midia-estrangeira-de-economia-retoma-otimismo-com-reforma-da-previdencia/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/06/22/midia-estrangeira-de-economia-retoma-otimismo-com-reforma-da-previdencia/#respond Sat, 22 Jun 2019 10:58:49 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5596

Por mais que a imagem dos primeiros meses do governo de Jair Bolsonaro tenha se associado no resto do mundo à ideia de caos e desorganização, e que o Mercado tenha deixado de lado o otimismo que criou logo após a eleição presidencial do ano passado, a imprensa especializada em economia no resto do mundo retomou neste mês uma perspectiva positiva sobre uma possível aprovação da reforma da Previdência no país. Apontada como a reforma mais urgente e necessária na economia brasileira, a reforma é vista agora como mais provável pelos principais veículos que acompanham a situação do Brasil.

“Apesar da turbulência, o Brasil está começando a consertar seu sistema previdenciário”, diz o título da reportagem desta semana sobre o país na revista The Economist.

“Wall Street acha que a reforma previdenciária do Brasil está garantida. E isso está se tornando surpreendentemente melhor do que se pensava”, disse uma reportagem recente na revista Forbes.

Isso é uma mudança no humor do mercado, que vinha criticando a situação brasileira e o governo de Bolsonaro. Segundo uma análise recente do think tank conservador American Enterprise Institute, Bolsonaro teve um “desempenho decepcionante” em seus primeiros seis meses no governo brasileiro, e fracassou na tentativa de equilibrar as finanças do país.

Um dos motivos para a retomada do otimismo da imprensa de economia e do mercado é a postura da Câmara de Deputados. “O Congresso do Brasil está confiante que a reforma da Previdência vai ser aprovada”, diz o título de uma reportagem do início do mês no Financial Times.

O tom é semelhante ao usado pela Economist, que ressalta que o Congresso assumiu a responsabilidade pela “reforma econômica mais importante”.

“Apesar do caos em torno do governo de Bolsonaro, das chances de o Congresso reformar o sistema previdenciário aumentaram. Isso é uma pré-condição para recuperar a confiança dos investidores e, portanto, o crescimento”, diz a Economist.

Segundo um artigo publicado pelo site da revista de análises econômicas Barron’s, o Brasil parece estar acertando seu rumo financeiro, e a reforma da Previdência pode atrair investidores estrangeiros por décadas.

“Um avanço na Previdência poderia abrir as portas para reformas do sistema tributário disfuncional do Brasil e regulamentações trabalhistas esclerosadas, para não mencionar a ativação do investimento privado e permitir que o Banco Central reduza as taxas de juros”, explica.

Apesar de o otimismo com a aprovação da reforma ser visível e crescente, analistas estrangeiros continuam preocupados com possíveis desvios da atenção do governo brasileiro, especialmente por conta dos vazamentos de conversas do ministro Sergio Moro e por conta do comportamento de Bolsonaro nas redes sociais.

Uma outra reportagem recente da Forbes falou sobre o foco de investidores na questão previdenciária, e explicou que as disputas em torno de Moro e da Lava Jato podem criar distrações no Congresso.
Segundo a Economist, a estrutura disfuncional da política brasileira pode acabar impedindo o avanço da reforma, criando novos atritos entre o governo e os deputados. A revista cita um economista que diz que o país está a “uma tempestade no Twitter” de jogar fora o avanço da reforma.

Siga o blog Brasilianismo no Facebook para acompanhar as notícias sobre a imagem internacional do Brasil

]]>
0
Previdência testa se governo Bolsonaro será levado a sério, diz economista http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/05/23/previdencia-testa-se-governo-bolsonaro-sera-levado-a-serio-diz-economista/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/05/23/previdencia-testa-se-governo-bolsonaro-sera-levado-a-serio-diz-economista/#respond Thu, 23 May 2019 07:00:46 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=5529 Para Edmund Amann, professor da universidade de Leiden, aprovação da reforma da Previdência é importante não apenas pela economia que gera, mas por conta do seu papel simbólico. Em entrevista ao Brasilianismo, Amann disse que a reforma está sendo vista como um primeiro desafio do governo. Para ele, a aprovação ou não da reforma vai apontar a viabilidade de Jair Bolsonaro alcançar melhoras para a economia do país e indicar ao mundo se o governo pode ser levado a sério.

Bolsonaro entrega a nova proposta de reforma da Previdência ao Congresso

As disputas entre o presidente Jair Bolsonaro e políticos no Congresso brasileiro têm gerado turbulências na economia no país. A cada nova polêmica, o Mercado internacional sinaliza preocupação com o encaminhamento de reformas que são vistas como necessárias para as finanças do país. A discussão em torno da Previdência, por exemplo, tem sido tratada desde o começo do ano como o primeiro grande desafio do novo governo.

Segundo o economista Edmund Amann, brasilianista e professor da universidade de Leiden, na Holanda, a discussão sobre a Previdência é fundamental para o país, e está sendo interpretada no resto do mundo como um teste para saber se o governo Bolsonaro tem viabilidade e se pode ser levado a sério.

“Fora do Brasil há um grau de incerteza em torno do governo de Bolsonaro em termos de tentar saber se ele vai ser capaz de resolver os problemas do país. Se ele conseguir algum progresso nesta reforma, vai parecer que ele foi bem-sucedido inicialmente, e vai ser levado a sério. As pessoas querem saber se o governo é capaz de atingir resultados positivos, se tem uma relação produtiva com o Congresso, se vai conseguir empurrar o país na direção certa”, explicou Amann em entrevista ao blog Brasilianismo. “O governo vai ser mais respeitado e levado a sério, caso consiga aprovar a reforma.”

Especialista em economia brasileira, Amann vem desde o ano passado apontando a possibilidade de uma recuperação do país depois da recessão. Segundo ele, entretanto, o país precisa de muitas reformas em sua economia. E a da Previdência é importante especialmente por conta do seu papel simbólico.

“Sozinha, a reforma da Previdência não vai resolver os problemas da economia. Sozinha, ela não vai resolver nem mesmo a questão da Previdência de forma completa. Ela precisa ser vista como um símbolo. (…) Se esta reforma for aprovada da forma como está sendo discutida atualmente, o impacto econômico apenas dela vai ser marginal, mas isso tem importância sobre o que ela indica sobre o futuro”, explicou.

Leia abaixo a entrevista completa

Brasilianismo – O que acha da proposta de Reforma da Previdência que está sendo discutida atualmente?
Edmund Amann – A reforma parece dar sinais de avanço ao ser discutida pela Câmara, o que é bom. Mas claro que a reforma proposta é menos ambiciosa do que havia sido sugerido, então seu impacto econômico vai acabar sendo reduzido. Dito isso, ainda é significativo e a economia de cerca de 1 trilhão de reais é importante. Mas mais importante do que é isso é a ideia de que, se esta reforma for aprovada, isso mostra que o novo governo tem a capacidade de avançar com reformas que geram polêmica política, mas que são necessárias. Isso pode indicar que outras reformas podem acontecer mais à frente. É por isso que as pessoas estão tão interessadas nessa reforma da Previdência. Em uma análise final, se esta reforma for aprovada da forma como está sendo discutida atualmente, o impacto econômico apenas dela vai ser marginal, mas isso tem importância sobre o que ela indica sobre o futuro.

Brasilianismo – A importância está ligada então à percepção ligada ao avanço da reforma?
Edmund Amann – Sim. Ela vai trazer mais otimismo em relação ao Brasil. O fato de algum progresso ter sido registrado recentemente, com a aprovação da reforma na Comissão gerou boas reações. Um ponto importante é que o investimento estrangeiro direto no Brasil tem sido muito saudável. Isso indica algum otimismo de que esta reforma vai ser aprovada de alguma forma. Claro que há muita cautela também, já que já vimos propostas anteriores serem frustradas. Então há cautela e a sensação de que esta reforma vai ser aprovada até o fim do ano.

Brasilianismo – Isso não pode gerar o risco de expectativas altas demais? Pode-se dizer que a reforma vai permitir que a economia se recupere?
Edmund Amann – Sozinha, a reforma da Previdência não vai resolver os problemas da economia. Sozinha, ela não vai resolver nem mesmo a questão da Previdência de forma completa. Ela precisa ser vista como um símbolo. É algo que, se for aprovado vai contribuir para uma solução dos problemas de Previdência do Brasil, mas não é uma solução total.

A questão é que a aprovação dela vai indicar que o governo consegue reunir apoio para aprovar reformas. Este é o sinal mais importante que o Mercado está esperando. É menos a aprovação dessa reforma em si, e mais o que ela significa em termos do futuro. Pois, se o governo conseguir aprovar a reforma da Previdência, pode ser possível aprovar outras reformas, como a tributária, ou a reforma das relações entre negócios e o Estado, reduzindo burocracias, questões que ajudariam muito a atrair investimentos e a recuperar a confiança na economia, permitindo que o Brasil cresça mais rapidamente. É por isso que todos os olhos estão voltados a esta reforma. É um teste crucial para o que este governo é capaz de fazer.

Fora do Brasil há muita incerteza sobre a capacidade do governo de Bolsonaro de tomar medidas difíceis e alcançar reformas complicadas. Ele tem uma abordagem pouco convencional de administração da relação com o Congresso, e as pessoas estão esperando para ver o que ele vai conseguir. É por isso que fora do Brasil vê-se esta reforma da previdência como tão representativa. Parece ser um teste sobre o quanto o governo pode ser eficiente.

Brasilianismo – E se a reforma não passar, o que vai acontecer com o país?
Edmund Amann – É um exagero dizer que o Brasil vai quebrar se a reforma não for aprovada. Se a reforma não passar, o governo vai ter que rever a medida e fazer mudanças necessárias. Isso porque esta questão da Previdência vai precisar ser discutida e mudar de alguma forma. As aposentadorias estão se tornando um peso cada vez maior no PIB do Brasil e pressionando os gastos públicos, então uma reforma é necessária. Não importa qual seja o governo do país, este problema vai ter que ser resolvido. A questão é saber apenas qual formato ela vai ter. Se o plano atual do governo fracassar, o governo vai ter que repensar a reforma que vai ser levada adiante de forma que isso tenha apoio. A reforma precisa ser feita. Caso o projeto atual não seja aprovado vai haver uma reação imediata do Mercado, mas novas propostas vão ser discutidas.

Outro ponto importante é que a reforma da Previdência não é a única questão importante para a economia brasileira. Há outros pontos relevantes sendo tratados pelo governo, como a discussão sobre privatizações, questões da política macroeconômica. São medidas que de forma geral os investidores apoiam. Isso pode se ver no investimento internacional sendo direcionado ao país. Há um apoio frequente do Mercado a medidas de responsabilidade macroeconômica.

Não acho que o fracasso desta reforma atual vá quebrar a economia, mas vai deixar a vida mais difícil.

Brasilianismo – O que o senhor acha que atrai tanto interesse internacional nesta questão da Previdência?
Edmund Amann – Quem está prestando mais atenção a esta questão são os investidores, pois há um público estrangeiro com interesses diretos no comportamento da economia brasileira. Além disso, muita gente vê a reforma como sendo uma avaliação da viabilidade política desse novo governo. Ela vai demonstrar se o governo é capaz de reunir um consenso nacional em torno de reformas contenciosas. Ou seja, o governo vai ser mais respeitado e levado a sério, caso consiga aprovar a reforma.

Fora do Brasil há um grau de incerteza em torno do governo de Bolsonaro em termos de tentar saber se ele vai ser capaz de resolver os problemas do país. E acho que se ele conseguir algum progresso nesta reforma, vai parecer que ele foi bem-sucedido inicialmente, e vai ser levado a sério. Isso valeria para qualquer novo governo. As pessoas querem saber se o governo é capaz de atingir resultados positivos, se tem uma relação produtiva com o Congresso, se vai conseguir empurrar o país na direção certa. Atualmente o júri ainda está aberto, e este vai ser o primeiro teste.

Brasilianismo – Como o senhor vê isso no contexto de disputas internas dentro do governo entre grupos que querem levar adiante essas reformas econômicas e a atenção dada a questões ligadas a armamentos, educação e cultura de forma geral?
Edmund Amann – Isso é uma distração, que absorve tempo e atenção do governo, o que poderia ser direcionado a tentar resolver essa questão das reformas mais complicadas para a economia brasileira. Por outro lado, assim como acontece com o governo de Donald Trump nos Estados Unidos, isso é uma forma de o governo tentar angariar apoio popular entre seus eleitores. É preciso fazer um cálculo político para saber se este apoio dos eleitores da base de Bolsonaro pode ajudar a levar adiante reformas, se gera apoio no Congresso. Isso nem sempre é garantido, e parece mais criar antagonismos do que levar ao consenso. Isso pode fazer com que políticos não alinhados contra ou a favor do governo acabem tendo uma postura contra as reformas por conta do discurso. São pessoas que poderiam apoiar o governo, caso a retórica do presidente fosse mais construtiva. Declarações provocativas podem até atrair apoio dos eleitores e políticos que apoiariam o governo de qualquer jeito, mas pode alienar pessoas que não estão neste grupo. É um cálculo político que deveria ser feito pelo governo para tentar atrair apoio a suas propostas.

Siga o blog Brasilianismo no Facebook para acompanhar as notícias sobre a imagem internacional do Brasil

]]>
0
‘Zumbi econômico’, Brasil se torna ‘estudo de como não desenvolver um país’ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/03/06/zumbi-economico-brasil-se-torna-estudo-de-como-nao-desenvolver-um-pais/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2018/03/06/zumbi-economico-brasil-se-torna-estudo-de-como-nao-desenvolver-um-pais/#respond Tue, 06 Mar 2018 08:42:57 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=4320

Por mais que o Brasil comemore a retomada da economia, que registrou crescimento de 1% no ano passado, como símbolo do fim da longa recessão, uma análise mais detalhada do “Financial Times” mostra que as coisas não vão tão bem assim no país.

“Antes de celebrar a retomada de um zumbi econômico a uma economia de grande crescimento, vale a pena olhar para algumas distorções (…) que indicam um profundo mal estar que ainda existe no coração da economia brasileira”, diz a reportagem.

O texto analisa um relatório da OCDE sobre o país e indica que muitos dos problemas econômicos do Brasil estão longe de serem resolvidos.

Entre os símbolos deste “mal estar” econômico, o “FT” cita os altíssimos preços pagos por brasileiros por bens de consumo que são mais baratos em outros lugares. No Brasil, um carro da Toyota, por exemplo, custa mais do que o dobro do preço do mesmo veículo nos EUA. Serviços de celular são oito vezes mais caros no Brasil do que nos EUA, explica.

“O Brasil é o país menos aberto na lista da OCDE”, diz, atacando a burocracia e os impostos sobre importação do país.

Um dos pontos mais críticos da avaliação do jornal de economia é a questão fiscal. “O orçamento do Brasil é um estudo de como não desenvolver um país”, diz.

O texto reforça a necessidade de o Brasil reformar a Previdência, e indica que o próximo presidente precisará trabalhar para acabar com as distorções da economia do país.

Siga o blog Brasilianismo no Facebook para acompanhar as notícias sobre a imagem internacional do Brasil

]]>
0
‘Forbes’ defende reforma da Previdência e trabalho até os 65 anos no Brasil http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/04/03/forbes-defende-reforma-da-previdencia-e-trabalho-ate-os-65-anos-no-brasil/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/04/03/forbes-defende-reforma-da-previdencia-e-trabalho-ate-os-65-anos-no-brasil/#respond Tue, 04 Apr 2017 00:05:56 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=3279

‘Forbes’ defende reforma da Previdência e trabalho até os 65 anos no Brasil

O tom da reportagem da revista “Forbes” sobre a reforma da Previdência no Brasil parece misturar um tom de incredulidade com um toque de ironia: “Os brasileiros não trabalham após os 65 anos de idade, e ponto final”, diz.

Em um texto que trata a reforma proposta pelo governo de Michel Temer como necessária para o país, a publicação diz que a pressão pública está atrasando a mudança no sistema de aposentadorias, e indica que se ela for adiada até o fim do ano, os mercados vão perder a confiança que ainda têm no governo.

“Nos últimos 15 anos, as aposentadorias públicas cresceram de 3% para 7% do PIB, segundo a OCDE. Homens brasileiros tradicionalmente se aposentam aos 54 e mulheres aos 52, mais cedo do que mesmo os mais socialistas países europeus, que têm muito mais dinheiro do que o Brasil consegue sonhar”, diz.

A revista elenca problemas no sistema previdenciário brasileiro, especialmente o do setor público, que oferece maiores benefícios do que o privado. “Servidores públicos são conhecidos por receberem salários altos, especialmente os do sistema Judiciário”, diz.

Ainda em tom crítico, a reportagem compara o atual sistema brasileiro com o dos EUA. “A idade para a aposentadoria integral nos EUA é 65 anos, mas vai aumentar para 66 em 2020, 67 até 2028, e 68 até 2046, já que as pessoas estão vivendo mais tempo”, diz.

Segundo a “Forbes”, há três formas de resolver o “problema” da Previdência: aumentar a idade para a aposentadoria, cortar os benefícios ou aumentar os impostos.

A defesa da reforma pela “Forbes” lembra a abordagem de outra revista internacional de finanças, a “The Economist”, que em fevereiro publicou uma reportagem igualmente defendendo as mudanças na Previdência em um tom forte. “O país está perigosamente despreparado para o choque [do envelhecimento da população]”, dizia.

Siga o blog Brasilianismo no Facebook para acompanhar as notícias sobre a imagem internacional do Brasil

]]>
0
Em tom apocalíptico, a ‘Economist’ defende reforma da Previdência de Temer http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/02/24/em-tom-apocaliptico-a-economist-defende-reforma-da-previdencia-de-temer/ http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2017/02/24/em-tom-apocaliptico-a-economist-defende-reforma-da-previdencia-de-temer/#respond Fri, 24 Feb 2017 15:23:31 +0000 http://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/?p=3174

Em tom catastrófico, a ‘Economist’ defende reforma da Previdência de Temer

O tom da reportagem publicada pela revista “The Economist” a respeito da situação da Previdência no Brasil beira a perspectiva de apocalipse, de catástrofe econômica que precisa ser revertida.

“O país está perigosamente despreparado para o choque [do envelhecimento da população]”, diz um trecho do texto.

“O Estado [do Rio de Janeiro] está quase falido. Sem uma ação para corrigir a situação, o Brasil enfrentará um futuro igualmente sombrio”, avalia mais adiante.

Apesar de o atual sistema ter uma origem que  merece elogios, diz, “o Brasil se tornou um país de aposentados jovens e prósperos”, e “o acúmulo de direitos se transformou numa bomba de fragmentação econômica”, complementa.

Com a mudança na demografia e o envelhecimento da população aliados a um sistema previdenciário deficitário, que a revista chama de “generosidade geriátrica”, o país está correndo sérios riscos, explica.

A partir do diagnóstico, a revista passa a tratar de uma das soluções para o problema, e defende a proposta de reforma da Previdência proposta pelo governo de Michel Temer.

“Este mês o Congresso começou a debater um plano para reformar a Previdência. A recuperação econômica e a estabilidade financeira do Brasil dependem do seu sucesso”, diz, alegando que a reforma reduziria o problema da Previdência a “proporções normais”.

“Temer tem baixa popularidade, mas se ele conseguir limpar o sistema previdenciário, os brasileiros vão ter motivos para agradecer a ele.”

O tom da revista condiz com a linha editorial dela. Ao longo das décadas, a “Economist” tem a tendência de alternar momentos de expectativa com críticas sempre que o modelo da política econômica do governo brasileiro se aproxima ou se afasta dos ideais “pró-mercado”, segundo a pesquisa de doutorado da socióloga Camila Maria Risso Sales.

“A visão da ‘Economist’ é mais positiva sobre o Brasil se a política econômica do país se aproxima mais do viés liberal”, disse Sales em entrevista ao blog Brasilianismo.

É com esta perspectiva que se pode entender a defesa que a revista publicou das propostas econômicas do governo Temer logo após o impeachment. Apesar de ter criticado o processo e o sistema político brasileiro como um todo, a revista mudou a avaliação sobre o Brasil quando a política econômica do governo mudou.

Siga o blog Brasilianismo no Facebook para acompanhar as notícias sobre a imagem internacional do Brasil

]]>
0