Empolgação do Mercado com Brasil ignorou falta de consenso, diz economista
Os desencontros entre o governo e o Congresso sobre as reformas para as finanças brasileiras criaram preocupação no Mercado, que viu o país correr o risco perder a oportunidade de dar um novo rumo a sua economia. Segundo a avaliação do economista argentino Ricardo Arriazu, que publicou um artigo sobre o país no jornal Clarín, a empolgação inicial do Mercado com a eleição de Jair Bolsonaro ignorou as dificuldades que seriam encontradas para levar adiante reformas no país.
Arriazu traça o histórico recente das economias do Brasil e da Argentina, comparando os dois países e sua evolução desde os anos 1980. "Em um mundo globalizado, a evolução econômica e política dos principais sócios comerciais é sempre um fator importante; no nosso caso, o que acontece no Brasil sempre nos afeta", diz.
Ele se debruça sobre as movimentações políticas e econômicas no Brasil desde o ano passado, com a eleição de Jair Bolsonaro, e diz que a indicação de Paulo Guedes para gerir a economia gerou expectativas positivas no Mercado.
"As reformas a que aspiram (encolhimento do Estado, reforma da Previdência, simplificação tributária, redução drástica do déficit fiscal, privatizações, programas sociais, abertura comercial externa, renegociação do Mercosul e alcance de acordos de livre comércio com outras regiões, melhoras de produtividade, etc.) entusiasmaram os Mercados e se refletiram em reduções no chamado 'risco país' e em forte alta do valor das ações", explica.
Após três meses, entretanto, o governo encontrou dificuldades, as reformas perderam força, e os investidores internacionais reagiram com desânimo.
"Os mercados reagiram com decepção, sem perceber que seu entusiasmo inicial não contemplava os árduos, necessários e inevitáveis debates que ocorreriam. O Brasil tem uma grande oportunidade, mas, se não conseguir um amplo consenso sobre as reformas, será difícil aproveitá-lo."
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