Em editorial, Financial Times diz que divisões no governo arriscam reformas
Administrar uma coalizão com força suficiente para aprovar a reforma da Previdência em meio a grandes divisões políticas é o maior desafio dos primeiros meses do governo de Jair Bolsonaro, segundo um editorial do jornal de economia "Financial Times". De acordo com o texto de opinião da publicação, a proposta de reforma apresentada neste mês é fundamental para recuperar a economia do país, mas vai enfrentar dificuldades no processo político para sua aprovação.
O Financial Times diz que o início do governo surpreendeu por já ter se envolvido em um escândalo de corrupção, mas que os militares "se mostraram moderados sensíveis em vez de autoritários sem rosto", e que pouco no governo Bolsonaro provou o que gerava medo em sua eleição.
Mesmo assim, diz que os desafios são grandes. "Bolsonaro tem uma queda por insultos hiperbólicos, não tem experiência executiva, e seu partido não tem maioria no Congresso", explica.
O jornal de economia cita o vice presidente Hamilton Mourão (chamado de "Mourãu" no texto) como parte do desafio de criar unidade no governo "dividido em três tribos. Há os tecnocratas, os ideólogos e os generais", diz. "E também há o Congresso", complementa.
"Apesar de todo esse potencial para divisão e impasse, o governo ainda está desfrutando de um período de lua de mel. Os tecnocratas e os militares têm a capacidade técnica de que Bolsonaro claramente carece. O presidente, por sua vez, tem os votos, o mandato e um alto índice de aprovação. Ambos os lados precisam um do outro, por enquanto."
O FT compara este início de governo com os primeiros meses de mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, e diz que Bolsonaro é mais próximo dos ideólogos do seu governo do que Lula era no início dos anos 2000.
"Se a economia do Brasil melhorar rapidamente –um grande 'se'– isso pode ajudar a diminuir as diferenças entre campos rivais. Se não, algo terá que mudar. Não está claro qual lado prevaleceria."
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