Preço e ilegalidade desafiam decreto sobre armas, diz mídia estrangeira
A assinatura de um decreto que flexibiliza a posse de armas no país, uma das promessas de campanha de Jair Bolsonaro, vai diminuir os obstáculos para quem quiser comprar armas no país. A medida ganhou destaque quase imediato na imprensa internacional, com reportagens que ressaltam que o Brasil "se tornou o país com mais assassinatos do mundo", como diz o texto do "Wall Street Journal" sobre o tema.
Apesar da decisão do governo, a medida terá efeito limitado por conta da alta circulação de armas ilegais e do alto preço de armas novas no país, destacou uma reportagem da agência de economia Bloomberg.
"Por si só, é improvável que o decreto de Bolsonaro ajude muitos brasileiros a comprar armas, não apenas devido a outras regras rigorosas que permanecerão em vigor, mas também devido ao alto custo. A fabricante brasileira Forjas Taurus SA domina o mercado local e, sem maior concorrência, alguns especialistas dizem que as armas de fogo legais continuarão a ser proibitivamente caras para a maioria", diz a reportagem.
Além disso, ressalta a agência, a posse de armas já era legal em alguns casos no país, e quase 95% das armas apreendidas pela polícia não têm registro, pois circulam ilegalmente.
"Embora seja legal possuir uma arma no Brasil, os obstáculos burocráticos limitam seu registro e a maioria das armas é obtida ilegalmente. Em 2018, 48.330 licenças para armas e munições foram emitidas e 210.097 foram renovadas, de acordo com dados da Polícia Federal. Por outro lado, 94,9% das 119.484 armas de fogo apreendidas pelas autoridades em 2017 não foram registradas", diz.
O jornal britânico "The Independent" também ressaltou o alto número de homicídios registrados no Brasil, e disse que a medida do governo faz parte do plano de Bolsonaro, que durante a campanha criou imagem de candidato com postura dura contra o crime. Ainda assim, o jornal destaca que pesquisas indicam que apenas 41% dos brasileiros apoiam a liberalização das armas.
A flexibilização da posse de armas no país foi uma das principais promessas de campanha de Bolsonaro. Ela não tem relação com o porte de armas, que é o direito de o indivíduo andar armado pelas ruas. A posse, por sua vez, é a autorização para manter uma arma em casa ou no trabalho, desde que o proprietário seja o responsável legal pelo local.
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