Think tank recebe filho de Bolsonaro após ver ‘histeria’ em reação a pleito
"As reações à eleição de Jair Bolsonaro para a Presidência do Brasil vão do alarmismo à histeria total", dizia um texto divulgado pelo think tank americano American Enterprise Institute (AEI) uma semana após a eleição no Brasil. Segundo a avaliação, apesar de algumas declarações radicais do presidente eleito, da sua simpatia pelos militares e da pressão sobre a democracia, "não há motivo para desespero".
O centro de estudos conservador AEI ganhou evidência nas futuras relações entre o Brasil de Bolsonaro e os EUA de Donald Trump ao ser visitado nesta semana pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que participou de uma palestra no local.
Segundo a Folha, Eduardo Bolsonaro falou para um grupo de cerca de 30 pessoas, entre membros de think tanks e do governo, sobre Venezuela, fortalecimento das relações entre Brasil e Estados Unidos e direitos humanos. Em uma conversa com jornalistas no centro de pesquisas, o filho do presidente eleito disse que "o novo governo está disposto não só a fazer comércio como também cooperar em diversas outras áreas."
Assinado pelo pesquisador Ryan C. Berg, do AEI, o texto sobre a eleição era uma reação à cobertura altamente negativa da imprensa internacional sobre a candidatura e a vitória de Bolsonaro.
Do ponto de vista estrangeiro, a eleição do Brasil foi vista como um indício de grande risco à democracia brasileira. Segundo o texto divulgado pelo think tank, entretanto, era tudo exagero. "O Brasil e o mundo não devem entrar em pânico."
Segundo a análise, as instituições democráticas do Brasil são resilientes, "capazes de aguentar a tempestade Bolsonaro e limitar seus impactos", dizia.
Berg é um pesquisador especializado em estudos sobre o crime organizado e o tráfico de drogas, e também trata de política externa da América Latina e questões sobre o desenvolvimento.
Em seu texto, publicado no site de jornalismo político Real Clear Politics, ele ressaltou que a Constituição do Brasil garante um sistema de pesos e contrapesos com independência entre os poderes, e que Bolsonaro teria que encarar um Congresso fraturado para conseguir governar.
A avaliação não pode ser lida como um total apoio a Bolsonaro, entretanto. O texto aponta várias das declarações problemáticas do presidente eleito, e diz que ele vai criar uma pressão grande na democracia do país, e que é preciso estar vigilante durante seu governo.
Segundo Berg, entretanto, as instituições funcionam e, se Bolsonaro tentar se sobrepor aos outros poderes, "ele sem dúvida vai lembrar que o Brasil tem um processo bem definido para o impeachment de presidentes", diz.
"Nem os brasileiros nem seus vizinhos do hemisfério deveriam apenas sentar e assistir ao show. Vigilância é imperativa. Mas as probabilidades são de que, sob o governo do presidente Bolsonaro, o Brasil encontre uma maneira de sobreviver graças às instituições democráticas que são seus verdadeiros pilares da democracia."
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