Para editor americano, Bolsonaro é herdeiro de tradição autoritária no país
A ascensão de Jair Bolsonaro e sua liderança nas pesquisas de intenção de voto para presidente não deveriam ser uma surpresa, segundo o editor da revista "Americas Quarterly", Brian Winter. "Isso já aconteceu muitas vezes antes", explica, citando o histórico de governos autoritários no país.
Em um artigo publicado no site da revista, Winter explica que o candidato do PSL é herdeiro de uma longa tradição de "soldados no poder" no Brasil, e que a chegada dele à presidência "seria um governo militar em muitos sentidos".
O texto avalia a história do país e diz que até 1985 os militares detinham ou dividiam o poder no país. "A maioria de nós achou que esses dias haviam terminado com o fim da Guerra Fria", continua, mas a crise e o medo de um governo de esquerda "levaram muitos no país a gritar por ordem mais uma vez".
Apesar de muitos criticarem Bolsonaro como uma ameaça de volta ao autoritarismo, a avaliação de Winter indica que o candidato é um sintoma mais amplo dessa forma como o Brasil lida com política, registrando pouco apego à democracia. "Se ele vencer, há sinais de que o que virá será um regime vingativo e cruel", diz. Mas, "mesmo que Bolsonaro perca, este lado do Brasil que acordou parece ter vindo para ficar", avalia.
O contexto político e histórico do Brasil e sua tendência pouco democrática têm sido analisados por Winter há vários meses. Em entrevista ao blog Brasilianismo no fim de 2016, ele disse que "os mesmos fatores que criaram o fenômeno Donald Trump estão presentes no Brasil. Exceto que, no Brasil, as coisas estão bem piores".
Vice-presidente da Americas Society/Council of the Americas, Winter foi correspondente internacional no Brasil, no México e na Argentina por dez anos e escreveu livros como "Why Soccer Matters" (Por que o futebol importa), "The Accidental President of Brazil" (O presidente acidental do Brasil), escrito com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, "No Lost Causes" (Sem causas perdidas), com o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe e "Long After Midnight" (Muito depois da meia noite).
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