Eleições podem afetar o futuro da Amazônia, diz artigo no 'New York Times'
A crise econômica e o corte de gastos do governo em projetos de proteção ambiental levaram o Brasil a deixar de ter o reconhecimento internacional na liderança da proteção da Floresta Amazônica. Segundo um artigo de opinião publicado pelo jornal americano "The New York Times", a questão se torna ainda mais relevante às vésperas de uma eleição que pode determinar o futuro do "coração do Brasil –e do mundo", diz.
Segundo o texto assinado pelo ecólogo Philip Fearnside e pelo jornalista Richars Schiffman, apesar de o governo de Michel Temer manter o discurso de signatário do Acordo de Paris, os cortes nos gastos públicos levaram a um descontrole na proteção de áreas de reservas na Amazônia.
"Se a contenção do governo sobre a proteção ambiental continuar, em breve poderá não haver nada que impeça as serras elétricas na fronteira amazônica, onde o estado de direito pode ser fraco e a terra é frequentemente confiscada e ilegalmente. Isso tem implicações além do Brasil. As florestas exuberantes da Amazônia compõem a maior reserva de dióxido de carbono na superfície da Terra. Este potente gás de efeito estufa é liberado quando as florestas são queimadas ou demolidas e deixadas para se decompor", explica o artigo.
Fearnside e Schiffman também avaliam o possível impacto das eleições presidenciais na questão ambiental, e indicam que, apesar de a população brasileira se dizer a favor da proteção da floresta, as pesquisas de intenção de voto apontam para o favorecimento de uma tendência perigosa para o ambiente global.
"O resultado das eleições vai influenciar significativamente o futuro da Amazônia", diz o texto.
"O atual favorito, Jair Bolsonaro, rejeita reconhecer o aquecimento global e tem sido chamado de 'Trump tropical'. Ele ameaçou tirar o Brasil do Acordo de Paris. Outro dos principais candidatos, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, é considerado moderado no meio ambiente. Marina Silva, que como ministra do Meio Ambiente do Brasil pressionou para limitar o desmatamento e encorajar o desenvolvimento sustentável na Amazônia, está bem atrás nas últimas pesquisas."
A política, eles dizem, está indo contra o interesse da população. "Os brasileiros sempre disseram nas pesquisas de opinião que querem preservar a Amazônia. Mas na atual atmosfera de ganância desenfreada e corrupção nos altos escalões, as vozes para uma política sábia são freqüentemente abafadas."
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