Imagem do Brasil não tem como sair bem de 'pesadelo' de voto contra Temer
"Pesadelo" é o termo usado pelo jornal britânico "The Guardian" para descrever a situação política do Brasil nesta semana, quando o país pode "remover o segundo presidente do poder em um ano", diz.
O cenário desolador se vê não pelo risco de saída de Michel Temer da Presidência, mas pela ausência de um cenário bom para o país a partir da votação da denúncia contra ele.
Se Temer sair vitorioso, a imagem de impunidade para a corrupção no Brasil sairá reforçada. "E a persistente nuvem de corrupção que persiste sobre os líderes políticos do Brasil se prolongará", avalia a publicação de Londres.
Se, ao contrário, o presidente for afastado, a imagem de instabilidade política do Brasil se consolidará nos olhos do resto do mundo.
"O tumulto político se tornou o novo normal no Brasil", diz uma análise publicada no site "Open Democracy". "Os brasileiros estão ficando acostumados a ver seus presidentes envolvidos em problemas legais", complementa.
Como esperança de mínimo resultado menos catastrófico para a imagem do Brasil, há também duas opções.
Existe a possibilidade de o mercado internacional reagir positivamente à manutenção de Temer no governo (e a maior probabilidade de aprovação de mais reformas, como a da Previdência), mesmo que isso signifique ignorar escândalos de corrupção.
Por outro lado, mais positivo no longo prazo, analistas do resto do mundo têm elogiado a luta do Brasil contra a corrupção, e pode haver uma reação mais positiva para o país aos olhos dos estrangeiros, mesmo que isso signifique um novo mergulho na incerteza política.
Ter chegado a esta situação já tem um grave impacto sobre a forma como o Brasil é visto no resto do mundo. O país, e sua reputação internacional, não têm como sair ganhando.
Nem mesmo a reação popular, que demonstraria a mobilização dos cidadãos contra a corrupção e o caos político, é esperada por observadores externos.
"Há pouco apetite para uma nova rodada de protestos nas ruas como os que ajudaram a tirar Dilma Rousseff do poder", diz o "Guardian".
O cenário imediato é de perda certa, sem perspectiva de recuperação no curto prazo.
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