Uso de militares no DF pode enfraquecer Temer, diz imprensa internacional
A decisão do governo de Michel Temer de empregar as Forças Armadas para a "garantia da lei e da ordem no Distrito Federal" em meio a protestos pedindo sua saída do poder pode aumentar ainda mais a insatisfação popular contra o já abalado presidente, segundo a avaliação inicial publicada na imprensa internacional nesta quarta-feira (24).
"Temer está lutando para se segurar no poder", diz reportagem da agência de notícias Associated Press publicada pelo site do jornal "Washington Post". "A medida para usar os militares contra protestos pode aumentar a raiva contra o governo, e políticos ligados à administração já estão se distanciando da decisão", complementa.
Os relatos iniciais na mídia estrangeira ainda são pouco aprofundados ou analíticos, já que a imprensa de outros países costuma demorar um pouco mais do que a brasileira para "traduzir" os acontecimentos do Brasil ao resto do mundo –sem uma cobertura em tempo real tão grande. Em princípio, é normal que os primeiros relatos usem mais informações de agências de notícias, para que em seguida sejam publicadas reportagens mais contextualizadas sobre o país.
"Dezenas de milhares de manifestantes pediam a saída do presidente Michel Temer, aumentando a pressão no líder que luta para ficar no poder em meio a um escândalo de corrupção", diz o site da rede de TV americana ABC, também com informações de agências de notícias.
A rede de economia Bloomberg publicou uma reportagem sobre a escalada de violência durante os protestos em Brasília, destacando que manifestantes "atearam fogo ao prédio de um ministério".
"Em meio a confrontos frequentes com a polícia, manifestantes mobilizados pelo principal sindicato do Brasil invadiram vários ministérios, causando destruição e colocando fogo no Ministério da Agricultura", diz o texto.
A Bloomberg explica que "a tensão no Brasil cresceu muito na última semana, depois da notícia de que o STF autorizou uma investigação do presidente sob acusações de corrupção passiva e obstrução da justiça".
Antes de tratar da decisão de empregar os militares em Brasília, a agência Reuters também indicava o enfraquecimento crescente do governo.
"Os principais partidos aliados de Temer estão divididos sobre sair da coalizão imediatamente ou antes fazer um acordo de nomes de consenso para substituí-lo e salvar sua agenda de reforma", diz.
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