Greve geral para o Brasil contra Temer e austeridade, diz mídia estrangeira
A greve geral contra as reformas propostas pelo governo de Michel Temer ganhou destaque nos principais veículos da imprensa internacional nesta sexta-feira. Na maior parte da mídia estrangeira, o destaque foi que o Brasil parou em um grande protesto contra as medidas de austeridade e o próprio presidente.
"Brasileiros cansados de políticos corruptos vão às ruas protestar contra medidas de austeridade", diz o título de uma reportagem do jornal britânico "The Guardian", destacando uma foto da ação repressiva da polícia contra manifestantes, no Rio.
"Muitos eleitores estão furiosos que os políticos estão insistindo na necessidade de cortes em benefícios e serviços públicos mesmo que haja evidência crescente de que eles se beneficiaram pessoalmente de pagamentos ilegais e contratos superfaturados", explica o jornal, que tem uma tendência política mais alinhada à esquerda.
Também com uma tendência mais crítica ao impeachment e ao governo Temer, a rede árabe Al Jazeera indica que os protestos contra o presidente paralisaram as maiores cidades do Brasil.
A reportagem também destacou a repressão da polícia.
Apesar de ter uma tendência mais liberal em termos econômicos, a rede de economia Bloomberg publicou uma reportagem sobre os protestos contra as propostas de Temer.
"A greve geral vem em um momento delicado para o governo Temer. Seu compromisso com p controle do aumento do déficit do Brasil ganhou apoio de investidores e ajudou a dar força ao câmbio e ao mercado acionário no último ano. Mas a paciência com a austeridade está deixando ele enfraquecido enquanto há poucos sinais de crescimento e o desemprego subiu a um nível recorde de 13,7%", diz.
Ainda assim, explica a Bloomberg, é provável que o presidente consiga manter sua base de apoio para aprovar reformas trabalhista e da previdência.
O site da rede britânica BBC usou uma foto do Rio de Janeiro vazio para indicar que a primeira greve geral em duas décadas parou ass grandes cidades do país.
"Manifestantes estão protestando contra as propostas do presidente para reformar a Previdência", explica.
A mídia internacional costuma ser um pouco mais lenta do que a local na cobertura de grandes eventos assim, então é provável que mais reportagens sobre o tema surjam ao longo dos próximos dias –como foi possível ver em protestos anteriores, contra e a favor de Dilma Rousseff. Ainda assim, não deixa de ser perceptível o silêncio sobre a greve geral em veículos que têm defendido as reformas propostas por Temer, como as revistas "The Economist" e "Forbes", e, de forma menos direta, o jornal "Financial Times". É possível, até provável, que eles entrem no assunto ainda, mas ao longo da sexta eles não trataram da greve contra as reformas.
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