Para mídia estrangeira, protestos no Brasil vão à direita e são sem paixão
As manifestações realizadas em diversas cidades do país para a defesa da operação Lava Jato, no domingo (26) foram vistas no exterior como protestos "sem paixão" e com uma pauta política mais à direita.
Algumas das principais publicações internacionais publicaram reportagens sobre as manifestações, e o tom mais comum é de comparação com grandes protestos anteriores, indicando uma perda de força das ruas no país.
Segundo a "Folha", os protestos convocados pelos grupos que encabeçaram as manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff em 2016 realmente tiveram um público muito inferior ao dos protestos do início do ano passado, quando a pauta principal era a saída da então presidente.
Agora, "a mobilização foi bem mais fraca do que as manifestações deste tipo anteriores", diz texto publicado pelo jornal francês "Le Monde".
A publicação fala em "ressaca" de manifestações, que se explica "pelo sentimento misto de decepção e desgosto entre os que trabalharam pela saída de Dilma Rousseff", uma vez que a investigação contra corrupção é vista como ameaçada mesmo após o impeachment.
Segundo o "New York Times", os protestos mais fracos são uma notícia boa para o presidente Michel Temer. O jornal destaca, entretanto, que as demandas dos que foram às ruas no domingo se tornaram mais radicais e mais à direita.
"Além de dar apoio à investigação da Lava Jato, muitos dos que protestaram no Rio e em São Paulo também pediram mais liberdade para portar armas e até defenderam intervenção militar sobre o governo, como a que aconteceu em 1964, quando um golpe levou a 21 anos de ditadura", diz.
As ondas de protestos registradas no Brasil em 2013 e, depois, em 2015 e 2016 foram amplamente registradas pela imprensa internacional, que sempre se esforçou para explicar a dimensão das manifestações.
Em março do ano passado já era possível perceber, entretanto, uma certa fadiga na cobertura da mídia estrangeira, já que a notícia parecia ser repetida e não trazer muita novidade. As reportagens atuais dão a dimensão do encolhimento desses protestos, ao lembrar como foram os anteriores.
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