Brasil é país livre, mesmo com impeachment e turbulência, diz Freedom House
Apesar de 2016 ter sido o turbulento ano da derrubada da presidente Dilma Rousseff por um processo de impeachment controverso, criticado como "golpe" por grandes grupos no país e no exterior, o Brasil é considerado um país "livre" pela Freedom House, organização internacional que monitora e mede a democracia e a liberdade em todo o mundo.
O país recebeu nota total 79, de um total possível de 100 pontos no ranking de liberdade divulgado neste início de ano pela instituição. O país é mencionado apenas quatro vezes no relatório anual da Freedom House, o "Freedom in the World 2017", que inclui esta avaliação.
Mesmo considerando o país livre, a Freedom House não ignora os impactos do impeachment e da crise política no país, critica os políticos brasileiros e diz que a resiliência das instituições democráticas do Brasil é um dos alvos de preocupação para a democracia global.
"No Brasil, a derrubada da presidente Dilma Rousseff dominou a cena política em 2016. Apesar de a história poder julgar o impeachment em si, o processo impediu o funcionamento do governo ao absorver as atenções do Executivo e do Legislativo por meses, e fez pouco para resolver uma crise de corrupção mais ampla em que virtualmente toda a classe política enfrentou acusações de propina, tráfico de influência e fraudes", diz a Freedom House.
"Os eventos deste ano apenas aumentaram a frustração do público, enquanto políticos eleitos pareciam mais preocupados com seus próprios destinos do que com a grave recessão econômica e aumento do desemprego no país", complementa o relatório.
Apesar da classificação positiva, o país aparece apenas como "parcialmente livre" nas avaliações que a Freedom House faz da liberdade de imprensa e da liberdade na internet.
O índice determina as liberdades políticas e civis em cada país e indica se cada um deles é livre, parcialmente livre ou não é livre.
O relatório da Freedom House avalia o estado da liberdade em 195 países e 14 territórios durante o ano de 2016. A instituição dá uma nota de 0 a 4 para cada país em 25 quesitos, podendo levar a nota do país a 100. Segundo o texto publicado, a metodologia se apoia na Declaração Universal de Direitos Humanos.
O foco central do trabalho deste ano, em relação à situação política do mundo em 2016, e a ameaça que líderes populistas e autocratas representam para a democracia global.
"Em 2016, populistas e forças políticas nacionalistas tiveram ganhos impressionantes em Estados democráticos, enquanto poderes autoritários se envolveram em atos de agressão, e atrocidades continuaram sem resposta em zonas de guerra em dois continentes", resume o trabalho.
Do total de países avaliados, a Freedom House considera que 87 são livres, enquanto 59 são parcialmente livres e 49 não são livres. A Finlândia, a Noruega e a Suécia aparecem no topo do ranking de liberdade, enquanto a Síria, o Tibete e o Uzbequistão aparecem no fim da lista, como países menos livres.
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