Após zika, febre amarela gera preocupação mundial sobre saúde no Brasil
Um ano após a imprensa internacional direcionar a atenção a problemas de saúde no Brasil por conta do surto de zika e da sua relação com a microcefalia, o mundo volta a se preocupar com a eclosão de uma outra doença no país: a febre amarela que já deixa o país em alerta.
O surto da doença foi tema na última semana de uma reportagem do jornal americano "The New York Times", que destacou o estado de emergência declarado por Minas Gerais após dez mortes.
Segundo a publicação, alguns registros da doença costumam ocorrer em áreas rurais, mas costumam se controlados. "Mas se a febre amarela chega a cidades infestadas com mosquitos Aedes aegypti –a mesma espécie que transmite o vírus zika– pode gerar surtos que se espelham tão rapidamente que campanhas de vacinação e equipes de controle de mosquitos não conseguem contê-los", diz.
A relação do possível surto com o problema do país com o zika foi registrada pelo portal "Huffington Post". "O país ainda está se recuperando do surto de vírus zika, outra doença transmitida por mosquitos que infectou cerca de 214 mil pessoas e resultou no nascimento de 2.366 bebês com síndrome congênita entre 2015 e 2017", diz.
No início deste ano, a Organização Mundial da Saúde divulgou um comunicado em inglês tratando de 12 supostos casos de febre amarela no Brasil.
"A atual eclosão de febre amarela está ocorrendo em uma área de relativamente pouca cobertura de vacinação, o que pode favorecer a rápida transmissão da doença. A preocupação é que a transmissão se estenda a áreas próximas a Minas Gerais, como os estados do Espírito Santo e da Bahia, que têm ecossistemas favoráveis à transmissão do vírus", diz.
"Esforços de resposta são mais complicados por que os casos estão acontecendo em contexto concomitante com os surtos de vírus zika, chikungunya e dengue", complementa.
A OMS não chega a recomendar que as pessoas evitem viajar ao Brasil por conta da doença, mas diz estar monitorando a situação e avaliando os riscos.
O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) sempre está atento a possíveis casos de febre amarela no Brasil, e lembra casos registrados no país em 2009.
"O Brasil atualmente não exige vacina contra febre amarela para entrada no país. Entretanto, viajantes são fortemente incentivados a se vacinar contra febre amarela antes de viajar para áreas do Brasil onde há risco de transmissão do vírus", diz o site do CDC.
A instituição americana recomenda a vacina para quase todo o país. A principal exceção são as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife e Fortaleza.
A notícia sobre risco de febre amarela no país tende a piorar ainda mais a imagem já negativa deixada pelo zika ao longo do ano passado. É verdade que no caso anterior havia o agravante de ser uma doença menos conhecida e que causava o nascimento de bebês com sequelas graves, além do fato de ter pesado fortemente no noticiário em um momento em que o Brasil receberia centenas de milhares turistas durante a Olimpíada. Ainda assim, e mesmo que sejam controlados, os casos de febre amarela tornam mais difícil para o país superar a onda de más notícias que se espalhou sobre o país no resto do mundo desde o fim de 2015.
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