Taxa de juros de país em conflito impede recuperação brasileira, diz estudo
Mesmo sem enfrentar fatores de risco como guerras ou conflitos civis, e sem ameaça evidente de calote, o Brasil tem a quarta maior taxa de juros do mundo, o que atrapalha a retomada da economia do país. Esta é a conclusão de um estudo publicado nesta semana pelo Center for Economic and Policy Research (CEPR), em Washington, DC (EUA).
"O Brasil atualmente paga um preço muito alto, em termos de crescimento econômico, desemprego, desenvolvimento e progresso social por conta das suas taxas de jutos exorbitantemente altas", diz o paper, mencionando que 7,6% do PIB do país são destinados a dívidas públicas.
"Outros países com peso de juros semelhantes, como o Iêmen e o Egito, sofrem com conflitos civis e outros fatores de risco que poderiam aumentar a probabilidade de um calote. O Brasil, ao contrário, tem pouco risco de default, e com US$ 360 bilhões em reservas internacionais, não há muita chance de crises de balança de pagamentos que possam levar a inflação sem controle", avalia.
O texto é assinado por Jake Johnston, Julia Villarruel Carrillo e pelo codiretor do mesmo Centro de Pesquisa Econômica e Política, Mark Weisbrot, comentarista frequente em análises sobre o Brasil.
Segundo ele, os juros do Brasil são uma decisão do Banco Central e de um setor bancário poderoso e concentrado, que lucra com os juros altos.
O trabalho defende que em vez das altas taxas, juros mais baixos poderiam criarm espaço para um estímulo importante para a recuperação econômica do país.
Apesar de a avaliação ser a conclusão de um trabalho acadêmico sério, o posicionamento político do codiretor do centro de pesquisas pode se refletir no paper, já que, para Weisbrot, Temer lidera um governo que não tem legitimidade no Brasil nem no resto do mundo, e tem enfrentado uma série de escândalos de corrupção.
Weisbrot é também presidente da Just Foreign Policy, organização norte-americana especializada em política externa. Ele é um dos principais críticos no exterior do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff – que disse considerar um golpe de Estado – e do governo de Michel Temer. Segundo ele, a política de austeridade proposta por Temer pode empurrar o Brasil para um longo período de declínio econômico
"A campanha do impeachment, que o governo descreveu corretamente como golpe, é um esforço da elite brasileira tradicional para obter por outros meios aquilo que não conseguiu conquistar nas urnas nos últimos anos", escreveu em um artigo publicado na "Folha de S.Paulo", em abril.
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