Mídia estrangeira vê queda de arquiteto do impeachment na cassação de Cunha
"O político que liderou o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff foi retirado do poder", diz o começo da reportagem da rede de TV norte-americana CNN sobre a cassação do mandato do deputado Eduardo Cunha.
Este é o tom dominante na cobertura internacional sobre a decisão da Câmara para que Cunha deixe a política brasileira por quase uma década. Ele é descrito em vários veículos internacionais como o "arquiteto" do impeachment, e volta a ser comparado ao personagem Frank Underwood, da série "House of Cards".
"Por 450 votos a favor, 10 contra e 9 abstenções, os deputados votaram pela cassação daquele que foi o grande maestro da destituição da presidente Dilma Rousseff. Inelegível até janeiro de 2027, Eduardo Cunha deve se tornar um cidadão obrigado a responder à Justiça comum", diz reportagem do francês "Le Monde".
Na cobertura estrangeira é possível ver que a derrocada de Cunha é colocada em uma perspectiva geral de luta da política brasileira contra a corrupção.
"A sangria política do Brasil fez mais uma vítima de grande porte na segunda, quando a Câmara de Deputados votou para expulsar seu ex-presidente Eduardo Cunha por corrupção e obstrução da Justiça", diz o britânico "The Guardian".
Segundo o "New York Times", a decisão da Câmara reflete o quanto a classe política brasileira está à beira do abismo por conta dos enormes escândalos de corrupção.
"A expulsão de Cunha da Câmara que ele antes comandava, considerado um dos mais poderosos políticos até alguns meses atrás, mostra que o turbilhão político está longe de se resolver", diz.
A cobertura estrangeira da queda de Cunha difere da feita a respeito do impeachment de Dilma. Enquanto as reportagens internacionais sobre a ex-presidente questionavam o processo e apontavam que ela não era acusada de corrupção, no caso de Cunha a imprensa estrangeira é bem explícita ao associá-lo a grandes escândalos.
Em entrevista à RFI, o geógrafo Hervé Théry, diretor de pesquisas Centro Nacional de Pesquisa Científica da França, avaliou que a cassação de Cunha faz a balança pesar a favor da ex-presidente: "Na verdade, o próprio Cunha declarou que se o cassarem, isso dá razão para o PT, pois o afastando reforçam a tese do PT de que houve golpe", disse. Segundo ele, a cassação de Cunha pode ser fim de um ciclo político.
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