Alex Cuadros: Impeachment foi voto de censura e pode equivaler a 'trapaça'
Por mais que pesquisas indiquem que a maioria dos brasileiros era a favor da saída de Dilma Rousseff da Presidência, "poucos no país parecem entender totalmente o embasamento técnico do seu impeachment", diz a análise do jornalista e escritor americano Alex Cuadros sobre a crise política brasileira, publicada na revista "The New Yorker".
"Na prática, o julgamento do impeachment serviu como um voto de censura em uma presidente que levou o país à maior recessão em décadas", explica, fazendo referência ao mecanismo usado no parlamentarismo para afastar um primeiro-ministro sem apoio político.
Ex-correspondente da rede de economia "Bloomberg" no Brasil e autor do livro "Brazillionaires", sobre os megarricos do país, Cuadros explica ainda que a mudança de governo após o impeachment leva a uma reviravolta na política brasileira, com um encaminhamento que não foi escolhido pela população.
"Enquanto Temer consolida seu poder, talvez a pergunta mais urgente para a democracia brasileira seja se as investigações contra a corrupção vão poder continuar", diz. "Em português, a palavra 'golpe' se referre a 'golpe de Estado' – mas também pode significar 'trapaça"' [ele usa o termo "con" em inglês, equivalente a algo como vigarice, trapaça, ardil].
Para ele, Dilma se defendeu no Senado buscando definir seu lugar na história. "Ao se colocar como heroína trágica lutando pelos pobres, Dilma se afastou das negociações pragmáticas do seu próprio partido com o sistema corrupto", diz.
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