Em editorial, 'Guardian' diz que queda de Dilma foi marcada por injustiça
Jogar sobre a presidente cassada, Dilma Rousseff, toda a responsabilidade pelos problemas do Brasil e achar que a saída dela resolve esses problemas é uma interpretação simplista e dissimulada, diz um editorial publicado pelo jornal britânico "The Guardian" no dia da votação do impeachment no Senado brasileiro.
O jornal foi o primeiro grande veículo internacional a se posicionar institucionalmente em editorial depois da aprovação do impeachment.
Segundo o texto de opinião da publicação, mesmo que sem entrar no mérito da acusação de que o impeachment é um golpe, "é difícil ignorar o grau de injustiça dessa queda brutal: Dilma nunca foi pessoalmente acusada de se beneficiar da corrupção (ela foi julgada por maquiar o orçamento do Estado), ao contrário de dezenas de políticos brasileiros – muitos dos quais votaram pela sua saída", diz.
O "Guardian" compara a história de Dilma no governo e sua queda à história do próprio Brasil. "O maior país da América do Sul, antes aplaudido por sua crescente influência e sua luta contra a pobreza, agora lida com tensões políticas que levaram ao fim dos 13 anos de governo do PT."
"O Brasil é agora uma nação altamente polarizada, e seus cidadãos estão profundamente divididos, mas eles querem uma classe política que restaure a confiança pública necessária para lidar com os principais desafios do país. Se o novo presidente, Michel Temer – que liderou os ataques contra Dilma – pode satisfazer essas expectativas é a próxima grande questão."
A avaliação de que o impeachment foi um processo injusto com Dilma, e uma farsa política, também ganhou espaço na imprensa alemã. O site em português da rede alemã "Deutsche Welle" reuniu as principais avaliações da mídia daquele país, indicando críticas a Temer e ao processo político do Brasil.
"Não é preciso ser um apoiador de Dilma, de Lula ou do PT para constatar: essa mulher foi vítima de uma injustiça histórica", avaliou a "Spiegel".
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