Mídia americana volta a questionar versão brasileira de caso de nadadores
Dias após o encerramento da Olimpíada do Rio de Janeiro, a imprensa norte-americana voltou a tratar da principal polêmica registrada durante o evento: o caso do suposto assalto/mentira a nadadores dos Estados Unidos, incluindo o medalhista Ryan Lochte.
Mesmo depois de a polícia do Rio dar o caso por encerrado e indicar que os nadadores mentiram fizeram uma falsa denúncia de crime depois de quebrarem o banheiro de um posto de gasolina, e depois de o próprio Lochte admitir que "exagerou" ao relatar o assalto, veículos da mídia do país dizem que nem tudo está esclarecido.
Uma reportagem veiculada pela rede de TV CBS nesta quarta-feira (24) diz que ainda há dúvidas sobre a versão do caso contada pela polícia.
"Uma nova investigação do incidente, bem como novos relatos dos nadadores que foram detidos pelas autoridades brasileiras e supostamente forçadas a pagar uma 'multa' para deixar o país, corroboraram algumas das afirmações 'exageradas' de Lochte", diz a reportagem.
"Era importante para o Brasil repudiar as alegações, já que muitos questionavam a capacidade do país de manter os atletas em segurança durante a Olimpíada", explica a reportagem publicada no site do grupo.
A reportagem da CBS ecoa a cobertura do jornal "USA Today", que foi crítico à forma como o Brasil tratou do caso desde o princípio. A colunista Nancy Armour publicou duras críticas à polícia brasileira e à organização dos Jogos Olímpicos e disse que o caso é um problema de relações públicas, e que o Brasil não tolera o fato de que o caso envolvendo o medalhista Ryan Lochte tenha envergonhado o país.
Agora em reportagens mais bem apuradas, os dois veículos reconstruíram nessa semana uma linha do tempo do que se sabe sobre o ocorrido a partir de documentos da polícia e relatos de testemunhas. Segundo o jornal e a rede de TV, a versão contada pelos nadadores pode não ser totalmente falsa, visto que havia uma pessoa armada exigindo dinheiro deles.
Segundo um juiz brasileiro ouvido pelo jornal americano, a ação do segurança do posto de combustível poderia ter sido interpretada como um assalto – o que também reduziria a força da acusação de falsa denúncia de crime."Está claro em todos os relatos que a barreira de idioma português-inglês teve um papel importante no incidente, e que uma testemunha bilíngue que se apresentou na cena foi importante para evitar que a situação tensa ficasse ainda pior", diz o "USA Today".
O jornal ainda critica que a polícia do Rio de ter aceitado como natural a ação do segurança, que teria mostrado uma arma para exigir pagamento pelos danos ao banheiro do posto.
Além das reportagens em que veículos importantes da imprensa dos EUA continuam a questionar a ação da polícia brasileira, um dos nadadores brevemente detidos no Brasil deu novas declarações ao voltar aos Estados Unidos. O nadador Jimmy Feigen criticou a forma como uma multa foi cobrada para que ele recebesse de volta seu passaporte para voltar aos EUA. Ele negou que o grupo tivesse destruído o banheiro do posto, e disse que eles apenas urinaram na grama por trás do lugar.
Em uma reportagem sobre essas declarações, o site de notícias de celebridades "TMZ" acusa o Brasil de extorsão contra Feigen.
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