'Tirem a Olimpíada do Rio', defende artigo do canal americano 'Fox Sports'
A Olimpíada do Rio corre risco de se tornar um barril de pólvora, e precisa ser mudada de lugar, defende um artigo publicado no site do canal esportivo dos EUA "Fox Sports".
O texto parte do protesto recente de policiais, que posaram no aeroporto com faixas que diziam que a cidade não tem segurança e a frase "bem-vindos ao inferno" estampada.
"O Brasil deveria ser um paraíso tropical em estado de crescimento. Foi esse o Brasil que ganhou o direito de sediar a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. O Brasil que era uma das economias que cresciam mais rapidamente no mundo. Esse Brasil não existe mais", diz.
O Brasil de hoje, segundo o canal americano, é uma "nação à beira do colapso total".
Segundo o "Fox Sports", ainda dá tempo de evitar um "desastre".
"Cancelar a Olimpíada a esta altura seria muito cruel com os atletas (…). Mas os Jogos não podem acontecer no Brasil", defende. "Há lugares por todo o planeta que podem se oferecer e carregar parte do fardo", complementa.
Segundo o artigo, EUA e Canadá teriam condições de sediar os Jogos mesmo sem muito tempo para preparar o evento. Mesmo com a crise política na Inglaterra, Alemanha, Austrália, Suécia e França seriam outras opções.
A ideia do texto é realizar a primeira edição de "Jogos realmente globais".
"Os eventos podem acontecer de forma espalhada por todo o mundo – atletismo em Los Angeles, basquete em Berlim, handebol em Zagreb, arco e flecha em Winnipeg e polo aquático em Sidney. Seria um pesadelo logístico, mas não seria pior de que colocar o evento esportivo mais importante e complicado do mundo em uma nação em completo turbilhão", diz.
Não é a primeira vez que a mídia internacional pede o cancelamento ou mudança da Olimpíada do Rio.
A revista de economia "Forbes" foi uma das primeiras a dar a ideia, e publicou um artigo em fevereiro sugerindo o cancelamento da Olimpíada.
Em maio, o "New York Times" publicou artigos que debatiam a possibilidade de que os Jogos fossem adiados para proteger a saúde dos atletas. A publicação convidou três articulistas para falar sobre o tema e avaliar a possibilidade de os Jogos ocorrerem dali a três meses, ou mais adiante, quando a situação do país fosse mais estável.
Ainda em maio, o comentarista esportivo da "Fox" Aaron Levine disse que o Brasil e o Comitê Olímpico Internacional cometem um erro ao não adiar ou tirar do Rio de Janeiro a Olimpíada deste ano.
Mesmo sem haver um grande volume de defesas de propostas radicais assim, as últimas semanas marcaram um aumento no número de reportagens em jornais internacionais que tratam dos preparativos para os Jogos Olímpicos. A mídia estrangeira está se mostrando muito crítica aos problemas enfrentados pelo Rio, e tem apontado riscos para a segurança de turistas e atletas.
Os problemas dos Jogos também foram ironizados pelo humorista norte-americano Stephen Colbert, apresentador do programa Late Show, na TV dos EUA. Em um segmento, o apresentador listou muitos dos problemas que afligem os preparativos para a Olimpíada, e deixou claro que a desordem está tomando conta no Brasil.
"O governador do Rio disse ontem que a Olimpíada poderia ser um grande fracasso, o que é uma melhora. Até ontem, parecia que seria uma grande catástrofe", disse.
Além disso, o site jornalístico norte-americano "Vox'' mostrou que o Rio "está passando por um outro grande projeto: escondendo e removendo os pobres da vista dos visitantes", diz. Um vídeo começa mostrando o muro construído para bloquear a vista da Maré para quem vai do aeroporto do Galeão à Zona Sul, onde ficam as praias.
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