'Economist': 'Crise do feijão' mostra que Brasil pode abrir sua economia
O Brasil tem sido um globalizador relutante, diz a edição mais recente da revista "The Economist". Com uma economia ainda muito fechada ao resto do mundo e muitas políticas protecionistas, o país nunca conseguiu desenvolver fortemente o seu comércio internacional. Mas uma crise relacionada ao alimento mais importante da dieta brasileira, e a reação do governo, mostram que o país pode estar pronto para mudar sua postura, e abrir sua economia.
A revista trata da crise enfrentada pelo país por conta da alta no preço do feijão, consumido quase diariamente pela maioria dos brasileiros. Depois que o clima atrapalhou a colheita, e aumentou os preços, o governo brasileiro suspendeu a tarifa de importação do legume, buscando comprar feijão no mercado internacional.
"Em um país dado a loucuras protecionistas, a reação, voltada ao mercado, à falta de feijão é revigorante. Ela pode revelar uma maior abertura ao comércio internacional", diz.
Segundo a publicação, o governo está começando a ter um maior apetite para o mercado global. "Políticos e empresários estão começando a ver o comércio internacional como uma forma de impulsionar a produtividade, e, assim, o crescimento, no longo prazo", complementa.
A reportagem vê positivamente este movimento, o que faz sentido para a linha editorial de uma revista que defende interesses liberais, contrária a protecionismos. Ela também segue o tom de uma reportagem anterior, em que a "Economist" elogiava a equipe econômica e as primeiras decisões tomadas pelo governo interino de Michel Temer.
Esta postura deixa um pouco de lado a questão política, que por meses dominou a cobertura que a revista fazia do Brasil, enquanto acompanhava o processo de impeachment de Dilma Rousseff. A "Economist" foi muito crítica à presidente afastada, e chegou a pedir sua renúncia, mas não foi ao ponto de apoiar abertamente seu afastamento e o impeachment. Pelo contrário, o processo foi criticado por ela como um símbolo da falência política do Brasil, um "jeitinho" na Constituição.
Nas últimas semanas, entretanto, o tom passou a ser mais voltado à economia. Ignorando a turbulência política e aprovando as medidas mais voltadas ao liberalismo e ao mercado tomadas pelo governo interino.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.