Estudo indica que há áreas de governo brasileiro mais imunes à corrupção
Um amplo estudo acadêmico internacional avaliou a política brasileira e indicou que, ao contrário do que pode parecer em meio aos crescentes escândalos que aparecem a cada dia, há áreas no governo brasileiros que são mais imunes e resistentes à corrupção.
A avaliação partiu de dados de 326 mil funcionários públicos do Brasil mediu a capacidade de 95 das mais importantes instituições federais do país para indicar a competência, a autonomia e independência dessas agências.
"Maiores capacidade e autonomia reduzem a corrupção", diz o trabalho. Um dos segredos para alcançar um menor índice de corrupção, complementa, é reduzir a dominação partidária das instituições.
O estudo indicou que a Controladoria Geral da União, por exemplo, tem uma alta pontuação tanto em capacidade quanto em autonomia política.
"Entender o atual estado das coisas no Brasil significa entender que porções do governo têm probabilidade maior de funcionar do que outras, e quais são mais suscetíveis à corrupção", diz um resumo do estudo, publicado pelo jornal norte-americano "The Washington Post".
"A pesquisa se propõe a mostrar como o Brasil pode evitar escândalos futuros, pela melhoria ou eliminação de agências que incluem grandes números de indicados políticos e portanto mais vulneráveis à corrupção", explica.
O texto é assinado por três pesquisadores, autores do trabalho acadêmico sobre corrupção e o funcionamento da política brasileira.
Matthew M. Taylor é professor da American University, em Washington, DC. e autor de vários estudos internacionais sobre democracia e corrupção no Brasil. Katherine Bersch é pesquisadora do Centro para a Democracia, o Desenvolvimento e as Leis na universidade Stanford University. E Sérgio Praça é professor da FGV.
Segundo eles, medir a capacidade e a autonomia das instituições é fundamental para entender a corrupção na política brasileira.
"Baseado em dez anos de relatos na mídia sobre corrupção, descobrimos que agência dominadas por um único partido têm maior probabilidade de ter corrupção", explica o estudo.
A reportagem no jornal americano repete ainda um tema constante na cobertura internacional da crise brasileira: a ideia de que o sistema político brasileiro é disfuncional e de que osistema eleitoral do país contribui para a corrupção.
O texto descreve o presidencialismo de coalizão, no qual o líder do governo precisa conquistar o apoio de um grande número de parlamentares para poder governar de fato.
"O presidente do Brasil tem algumas ferramentas para segurar esta coalizão, incluindo forte poder de decreto, poder orçamentário e de veto. Mas o sistema significa que os aliados na coalizão muitas vezes também esperam favores políticos, como a escolha de cargos públicos e, como escândalos recentes mostraram, pagamentos por fora", explica.
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