Michael Reid: A mídia brasileira está muito partidária
O ex-editor da revista "The Economist" para a América Latina alega que a busca por notícias sobre o Brasil na imprensa internacional é motivada pela polarização partidária percebida na imprensa brasileira. Em entrevista à BBC Brasil, Reid falou sobre a crise no país e o posicionamento da revista, que criticou o impeachment, mas defendeu a renúncia da presidente Dilma Rousseff.
"A mídia brasileira está muito partidária, isso faz com que as pessoas olhem mais para publicações internacionais", disse.
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Veja abaixo alguns trechos da entrevista.
"O impeachment está na legislação, não é um golpe. Mas dissemos que seu uso não é uma boa ideia. Algumas das pessoas julgando a presidente estão envolvidas em denúncias graves de corrupção e têm processos na justiça."
"Só que essa crise está custando caro demais para o Brasil e não pode durar outros dois anos até as eleições de 2018, e por isso defendemos novas eleições no Brasil. Temos opiniões de que as pessoas podem até discordar. Mas tomamos muito cuidado com os fatos".
"O que mais me chamou a atenção foi que a causa do processo de impeachment contra a presidente (as pedaladas fiscais) não foi mencionada pela maioria dos deputados. O Congresso não fez nenhum a favor a si mesmo naquele dia para tentar conter a crise de credibilidade na política brasileira".
"Para quem vê de fora, Cunha tem muito ao que responder e deveria ser afastado do Parlamento até que as acusações contra ele fossem investigadas, até por uma questão de credibilidade do processo".
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