'New York Times' debate impeachment e golpe: Questão não é 'preto e branco'
A sessão de debates do jornal norte-americano "New York Times" tratou do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
A publicação convidou dois brasileiros para defender a posições diferentes sobre a votação da Câmara. "O impeachment é uma forma necessária de combate à corrupção, ou um golpe de conservadores influentes?", questionou, na sessão "Room for Debate".
A economista Laura Carvalho defendeu que o impeachment, definitivamente, é um golpe, já que nenhuma das acusações contra a presidente é suficiente para sua condenação. Já o professor de política econômica internacional Carlos Pio diz que não. Para ele, com o impeachment, a democracia está funcionando.
O jornalista norte-americano Alex Cuadros fez a mediação do debate, tentando explicar aos norte-americanos o que de fato acontece no Brasil. Ele diz que apesar da retórica contra e a favor do governo, as coisas não são tão simples quanto podem parecer. "A disputa no Brasil está longe de preto e branco", diz.
"Os dois lados convenientemente exageram na simplificação do que está em jogo."
Por um lado, diz, há a acusação das pedaladas fiscais e toda a investigação sobre a corrupção na Petrobras —que Dilma "ou não percebeu, ou não agiu para evitar". Por outro, "o caso contra ela é profundamente político".
"É impossível separar o apoio público para que ela seja retirada do poder da atual crise econômica", explica.
Cuadros ressalta ainda que há um lado surreal na disputa, já que cerca de 300 deputados enfrentam acusações.
Por último, ele defende que a luta contra a corrupção precisa ir além do atual governo.
"Por conta da ilusão de que o PT é pioneiro na corrupção no Brasil, o impeachment de Dilma pode trazer uma falsa sensação de catarse. Se a indignação popular diminuir, a economia começar a se recuperar, e a imprensa tradicionalmente conservadora mudar o foco, isso pode ajudar Temer, Cunha e seus aliados a fugir das investigações – uma ironia amarga".
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